Pesquisa de Dicas e Ervas

Olá Amigos e Amigas, Bem vindo!!!

Blog desenvolvido para ajudar as pessoas a encontrarem a melhor erva para o seu problema de saúde.

As informações deste blog não pretendem substituir o médico e sim dar um alívio mais imediato ao paciente, evitar consultas por males insignificantes, diminuindo os gastos sociais e deixar os serviços médicos para os casos mais importantes. Serve também para orientar pacientes em locais carentes

Aproveite esta oportunidade e compartilhe com seus amigos.

terça-feira, 10 de março de 2009

Carqueja

É um subarbusto ereto, ramoso e glabro, que mede até 80 centímetros de altura. Apresenta ramos lenhosos, trialados em toda a sua extensão, porém com as alas seccionadas alternativamente, sendo estas planas e rígidas, até 15 centímetros de comprimento e 2 centímetros de largura, levemente nervadas. As folhas são nulas. Os capítulos são reunidos em 2 ou 3 solitários, dispostos ao longo dos ramos na intersecção das alas. As flores são amareladas. O fruto é um aquênio linear, glabro e pequeno.
A Carqueja apresenta variedades, a Baccharis triptera var. crispa , de alas caulinares crespas e a Baccharis triptera var. cylindrica, de menor porte e alas caulinares.
Ambas as variedades apresentam propriedades amargas. Na prática observa-se que a variedade cylindrica apresenta um amargor maior que a variedade crispa (denominando-as portanto de Carqueja Amarga e Carqueja, respctivamente). Determinam-se os seguintes valores do índice de amargor: na planta masculina 1:5000 e na planta feminina 1:6500.

Nome Científico: Para Carqueja: Baccharis triptera M. var. crispa Sinonímia: Baccharis genistelloides Pers. var. crispa; Cacalia decurrens Vell var. crispa; Baccharis crispa Spreng.; Molina crispa Less.

Para Carqueja Amarga: Baccharis triptera M. var. cylindrica Sinonímia: Baccharis genistelloides Pers. var. cylindrica; Cacalia decurrens Vell var. cylindrica; Baccharis cylindrica DC.; Molina cylindrica Less.

Nome Popular: Carqueja (para a variedade crispa) e Carqueja Amarga (para a variedade cylindrica). Para ambas as variedades: Carqueja Amargosa, Cacalia Amarga, Quina de Condamine, Vassoura, Bacanta, Bacorida, Vassoura-de-botão, Tiririca-de-babado, em português; Carqueja, Carquejilla, Carqueija e Chirca Melosa, em espanhol; Carque e Baccharis, em inglês; Querciuolo e Calamandrina, na Itáia.

Família Botânica: Asteraceae (Compositae).

Parte Utilizada: Caule e folha.

Princípios Ativos: Dimetoxiflavonas; Flavonóides: apigenina, metil-luteolina, quercetina, nepetina, genkwanina e hispidulina; Óleo Essencial: acetato de carquejilla, acetato de carquejol, pineno, cariofileno, cis-cariofileno, cubebeno, elemeno; Ácido Hautriwaico.


Indicações e Ações Farmacológicas: A Carqueja é empregada principalmente como digestivo, hepatoprotetor, diurético e externamente em feridas e ulcerações.
Dentre as atividades biológicas demonstradas por diferentes extratos de Carqueja, pode-se mencionar ao nível digestivo a atividade anti-ulcerosa da infusão da planta inteira, em modelos que promovem a indução de úlceras por indometacina, cujo mecanismo de ação se basearia em uma menor mobilização do cálcio ao nível intracelular (Gamberini M. e Lapa A., 1992). Aos flavonóides se apontam as ações hepatoprotetora e colagoga. O conjunto dos mesmos demonstrou incrementar entre 25 a 100% a porcentagem de sobrevida em ratos intoxicados com phalloidina em dose de 20 mg/kg via intravenosa O flavonóide mais ativo demonstrou ser a hispidulina (Soicke H. e Leng Peschlow E., 1987).
Ao nível infectológico a Carqueja tem demonstrado interessantes resultados em diferentes ensaios, como a atividade inibidora das das lactonas sesquiterpênicas frente ao Schistosoma mansonii, que causa a Esquistossomose e sobre o Trypanosoma cruzi, que causa a Doença de Chagas (Simões C. et al.,1986). Observou-se também atividade antibacteriana frente ao Bacillus subtilis, Micrococcus luteus e Staphylococcus aureus por parte do flavonóide genkwanina (extrato etanólico 5 mg/ml), atividade esta que resultou maior que fornecida pela apigenina (Palacios P. et al., 1983).
Ao nível oncológico fora realizados alguns estudos preliminares com algumas variedades de Baccharis tanto na América do Sul quanto na Europa em prova de citotoxicidade, observaram-se interações co o DNA de células tumorais e alguns resultados favoráveis em leucemia, o qual permite começar uma linha de pesquisa promissora neste campo (Arisawa M. et al., 1985; Jarbis B. et al., 1988; Mongelli E. et al., 1996).
O extrato aquoso de Carqueja administrado durante quinze dias em ratas é abortivo e administrado em pessoas com glicemia normal provoca uma diminuição nos níveis de glicose no sangue (Alonso Paz E. et al., 1992).
Os flavonóides exercem atividade diurética o qual pode gerar hipotensão arterial, como caracterizado nos modelos experimentais in vivo sobre ratos (Gamberini M. e Lapa A., 1992).

Toxicidade/Contra-indicações: Cientistas da Universidade de São Paulo promoveram um estudo duplo cego de toxicidade oral (agudo e crônico) em ratos, administrando infusões com 2 gramas de planta em 40 ml. Os resultados observados não mostraram sinais de toxicidade e nem modificações nos perfis hematológicos dos animais estudados (Pedrazzi A. et al.,1997).
Este estudo é contrário com um anterior onde a administração de extratos aquosos em cobaias proporcionou certa toxicidade ao nível digestivo (Machado C. e Da Silva M., 1992). Pela via intraperitoneal, a planta inteira administrada em cobaias pormovendo a morte dos animais. Porém não foram observados efeitos tóxicos nem adversos em humanos após vários dias de administrações de infusão de Carqueja (Rodríguez E. e col., 1994).
A DL50 para o carquejol administrado por via oral em ratas e durante o período de 24 horas foi de 1,5 g/kg e por via intraperitoneal de 0,41 g/kg (De Sousa M. et al.,1991).
Não se recomenda o uso durante a gravidez.

Dosagem e Modo de Usar:
• Uso Interno:
 Infusão ou Decocto: 25 gramas em 1 litro de água. Tomar 1 a 2 xícaras após as refeições;
 Pó: 1 a 4 gramas ao dia.

• Uso Externo:
 Decocção (10g/l): Como anti-séptico de feridas e úlceras.

Referências Bibliográficas:
• CORRÊA, M. P. Dicionário das Plantas Úteis do Brasil. IBDF. 1984.

• COSTA, A. F. Farmacognosia. volume 1. Lisboa. Fundação Gulbenkian Calouste
1994.

• ALONSO, J. R. Tratado de Fitomedicina. 1ª edição. Isis Ediciones. Buenos
Aires. 1998 ( o qual cita as referências mostradas nos itens Indicações e Ações
Farmacológicas/ Toxicidade e Contra-indicações).

• TESKE, M.; TRENTINI, A. M. Herbarium Compêndio de Fitoterapia.
Herbarium. Curitiba. 1994.

Nenhum comentário: