Pesquisa de Dicas e Ervas

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terça-feira, 10 de março de 2009

Pitanga



Nativa do Brasil, a Pitanga foi levada pelos portugueses para a África e Ásia no século XIX. Seu nome provém do tupi pi’tãg, que significa vermelho.
É uma árvore que mede entre 6 e 12 metros de alturam dotada de copa mais ou menos piramidal. O tronco é tortuoso e um pouco sulcado, de 30-50 centímetros de diâmetro, com casca descamante em placas irregulares. As folhas são simples, levemente discolores, glabras, brilhantes na face superior, de 3-7 centímetros de comprimento por 1-3 centímetros de largura. As flores são brancas, solitárias ou em grupos de 2-3 nas axilas da extremidade dos ramos. O fruto é uma drupa globosa achatada e sulcada, glabra, brilhante, vermelha, amarela ou preta quando madura, de polpa carnosa e comestível, contendo 1-2 sementes.

Nome Científico: Eugenia uniflora L. Sinonímia: Eugenia micheli Lam.; Stenocalyx micheli (Lam.) O. Berg.; Stenocalyx brunneus O. Berg.; Stenocalyx affinis O. Berg.; Stenocalyx strigosus O. Berg.; Stenocalyx impunctatus O. Berg.; Stenocalyx glaber O. Berg.; Stenocalyx lucidus O. Berg.; Stenocalyx dasyblastus O. Berg.; Eugenia costata Camb.; Myrtus brasiliana L.; Plinia rubra L.; Plinia penduculata L.; Eugenia indica Mich.

Nome Popular: Pitanga, Pitangueira, Pitangueira-vermelha, Pitanga-roxa, Pitanga-branca, Pitanga-rósea, Ginja, Ibipitanga, Pintangatuba, Ubipitanga e Pitanga-do-mato, em português; Surinam Cherry, em inglês; Nangaripé, no Uruguai.

Família Botânica: Myrtaceae.

Parte Utilizada: Folhas.

Princípios Ativos: Óleo Essencial: carvona, pulegona e mentol; Taninos.


Indicações e Ação Farmacológica: A família Myrtaceae é caracterizada por apresentar plantas ricas em óleos essenciais as quais são distribuídas nos trópicos. Inclusa nesta família está a Eugenia uniflora L. A planta é reportada como efetiva contra todas as desordens do trato digestivo (Copperti e Gonzalez, 1922). O primeiro estudo biológico realizado sobre a Eugenia uniflora indicou que o óleo essencial dos frutos e das folhas da Eugenia uniflora exibiram inibição variável do crescimento de bactérias e fungos (Adebajo et al., 1989). Ademais, o solvente orgânica dos extratos demonstraram exercer alguma atividade antimicrobiana (Adebajo et al., 1989). Alguns estudos (Gbolade and Adebayo, 1993) descreveram atividades inseticidas do óleo essencial de E. uniflora contra o Callosobruchus maculatus.







Um estudo realizado na Nigéria, publicado em 1996, descreve os efeitos contráteis do extrato de Eugenia uniflora no duodeno isolado de ratos. Para este estudo foram coletadas as folhas da Pitangueira no campus da Obafemi Awolowo University, no herbarium da Faculty of Pharmacy. Após secas a 50ºC, as folhas foram submetidas a extração exaustiva em um Soxlet com n-hexano, clorofórmio, acetato de etila e metanol; e separadamente concentrados para secar a vácuo. O óleo essencial foi isolado (0,38% v/w) das folhas secas por hidrodestilação.
Cinco gramas dos extratos de acetato de etila e de metanol foram adicionados separadamente a 10 ml de água destilada em um tubo de vidro com tampa e adequadamente misturados para obter uma solução aquosa. Da mesma forma, 5 gramas de extratos de clorofórmio e hexano foram dissolvidos em dimetilsulfóxido (DMSO) e então completado o volume até 10 ml de água destilada, formando uma solução saturada. Uma solução estoque de cloreto de acetilcolina (Ach, 2,2x10-4 M) foi preparada com água destilada. No caso do óleo essencial, 1 ml de óleo essencial + 1 ml de DMSO + 8 ml de água destilada forma misturados juntos para formar uma solução.
Utilizaram-se ratos albinos, pesando entre 180-250 gramas de ambos os sexos. Cada animal foi cuidadosamente morto e dissecado e o duodeno isolado. O órgão isolado foi fixado em um banho de 50 ml de uma solução fisiológica contendo NaCl 137, KCl 2,7, NaH2PO4 0,3, MgCl2 0,9, CaCl2 1,8, NaHCO3 11,9 e glicose 5,6 mM/l; sobre uma condição de repouso colocou-se 1,0 grama total dos extratos, deixando em equilíbrio durante 30 minutos, onde as doses variaram entre 0,2%-3,2% v/v e 0,01%-0,8% v/v das soluções saturadas dos extratos residuais e do óleo essencial respectivamente. Um tempo de contato de 1 minuto foi realizado para cada dose de cada fração de extrato residual e de óleo essencial. As respostas foram registradas num quimógrafo em baixa rotação. A 5-hidroxitriptamina (10-6 M) foi incorporada na solução fisiológica para aumentar o tônus basal do tecido.
Nesta investigação, foram observadas respostas contráteis do duodeno para a droga referência, (ACh) seguindo a concentração normal padrão do tecido. Com a adição de 5-hidroxitriptamina (10-6 M) na solução fisiológica que contém o duodeno da cobaia, houve uma consistente resposta para a ACh e para os extratos da planta. O extrato de acetato de etila na concentração mínima final (0,2% v/v) e os extratos de metanol e de clorofórmio (0,8% v/v cada) promoveram respostas 50% de resposta máxima da acetilcolina. Com relação ao extrato de hexano, todas as respostas obtidas foram abaixo de 50% de resposta máxima para a acetilcolina.
O extrato de acetato de etila produziu claras distinções na resposta contrátil em relação à ACH, em doses maiores que 0,4% v/v e promoveu respostas marcadamente altas tanto quanto a resposta máxima da ACh. Isto sugere a presença de altas quantidades de princípios ativos contráteis no extrato de acetato de etila.




Com relação ao óleo essencial, altas concentrações deste nas preparações no mesmo tecido, foi observada que as contrações espontâneas no tecido decresceram. As respostas do tecido à droga de referência (nas mesmas concentrações) foram abolidas após repetidos contatos com a preparação do óleo volátil com o tecido. A atividade contrátil demonstrada pelos extratos das folhas é obviamente inexistente no óleo essencial. O óleo essencial da Pitanga talvez contenha algum princípio anticolinérgico. A atividade farmacológica do óleo da E. uniflora parece se assemelhar com o óleo essencial de Rosimarinus officinalis (Alecrim) (Aqel, 1992). Isto talvez seja a base para o uso na medicina tradicional para o tratamento das disordens do trato digestivo, tais como a constipação. Esta investigação é um estudo farmacológico preliminar da Eugenia uniflora. Estudos mais aprofundados estão sendo direcionados para isolar o princípio contrátil que compõe o extrato de acetato de etila (Gbolade, A. A.; Ilesanmi, O. R.; Aladesanmim, A. J., 1996).
Uso Popular: A Medicina Popular aponta para o chá de suas folhas, sendo este febrífugo, principalmente utilizado nas febres palustres, adstringente e servindo para a atonia do aparelho digestivo. Faz-se menção também para uso nas bronquites, tosses e hipertensão arterial.

Toxicidade/Contra-indicações: Não há referências nas literaturas consultadas.

Dosagem e Modo de Usar:
Medicina Popular:
Febres Palustres: Colocar 10 gramas de folhas de Pitanga em 200 gramas (200 ml) de água fervente. Amornar, coar e tomar;
Diarréia Infantil: Colocar em 10 gramas de casca de Pitanga 250 gramas (250 ml) de água fervendo. Deixar em repouso por uns 10 minutos; coar, adocicar e administrar em colheres de sopa;

Referências Bibliográficas:
GBOLADE, A. A.; ILESANMI, O. R.; ALADESANMI, A. J. The Contractile Effects of the Extracts of Eugenia uniflora on Isolated Rat Duodenum, Phytoterapy Research, vol. 10, pág.: 613-615, 1996.

Segredos e Virtudes das Plantas Medicinais. Seleções do Reader’s Digest. 1ª
edição. 1983.

COIMBRA, R. Manual de Fitoterapia. 2ª edição. 1994.

PANIZZA, S. Plantas que Curam (Cheiro de Mato). 7ª edição. 1997.

VIEIRA, L. S. Fitoterapia da Amazônia, 2ª edição, Editora Ceres, 1992.





LORENZI, H. Árvores Brasileiras, Manual de Identificação e Cultivo de Plantas
Árboreas do Brasil, vol. 1, 1998.

Um comentário:

Didipg disse...

Parabéns pelo artigo!
Abaixo seguem as informações sobre o óleo de pitanga:
http://oleosessenciais.org/oleo-essencial-de-pitanga/