Árvore grande, podendo chegar até 70 metros de altura, típica de região temperada, originária da Austrália Meridional e Tasmânia e muito bem adaptada no Brasil, o Eucalipto possui casca lisa, acinzentada ou castanha, desprendendo-se em grandes placas lâminas; flores grandes, que nascem na base do pecíolo, brancas, vistosas, corola de estrutura singular que ao desabrocharem as flores cai toda unida com a forma de uma pequena tampa; o fruto é uma cápsula angulosa, acompanhado de cálice persistente e contém várias sementes, algumas férteis, outras estéreis. A droga vegetal de Eucalipto é constituída de suas folhas, as quais são muito bem descritas na Farmacopéia Brasileira 4ª Edição(1996): “As folhas de plantas jovens ou de ramos recentes são opostas, sésseis, oval oblongas e cordiformes na base. Apresentam de 10-15 cm de comprimento por 4-8 cm de largura, sendo delgadas, cerosas, verde-azuladas, pontilhadas de glândulas oleíferas translúcidas. As folhas dos ramos mais idosos são alternas, pecioladas, lanceoladas, de 8-30 cm de comprimento por 2-7 cm de largura, falciformes, desigualmente oblíquas ou arredondadas na base, com ápice muito agudo, inteiras na margem, coriáceas, quebradiças, glabras, levemente rugosas, de tonalidade verde-amarelada a cinzento-esverdeada; nervação penado-reticulada pouco aparente, com nervura central principal da qual partem as secundárias que se anastomosam junto à periferia do limbo e formam duas nervuras marginais onduladas paralelas às duas margens. As glândulas secretoras (pontuações translúcidas) são menos evidentes. Pequenas áreas escuras, salientes, formadas de células suberosas encontram-se presentes na lâmina foliar (súber cicatricial).
A folha apresenta forte odor balsâmico típico e sabor aromático amargo, seguido de sensação de frescor.”
É sem sombra de dúvidas uma das árvores mais conhecidas do mundo. Sua madeira é clara, de cor amarelo-pálida, elástica, muito forte e de grande durabilidade, é muito utilizada na construção naval, na marcenaria, construção de carroçaria, entre outras aplicações. Usa-se muito esta árvore como quebra-vento em propriedades rurais.
Nome Científico: Eucalyptus globulus Labill. Sinonímia: Eucalyptus globulosus St. Lag.
Nome Popular: Eucalipto e Gomeiro Azul no Brasil; Eucaliptus, Tasmanian Blue Gum e Blue Gum, em inglês; Blaue Eukalyptus, Blaugummibaum na Alemanha; Eucalitto, na Itália; Eucalipto, Arbol de las Fiebres e Eukaliptu, em língua espanhola; Arbre à la Fièvre e Gommier Bleu de Tasmanie.
Denominação Homeopática: EUCALYPTUS.
Família Botânica: Myrtaceae.
Parte Utilizada: Folhas.
Princípios Ativos:
Óleo Essencial, onde 95% é constituído de eucaliptol (1,8-cineol); Monoterpenos: a-pineno, p-pineno, limoneno, felandreno; Aldeídos: butiraldeído e
capronaldeído; Taninos; Resina; Flavona: eucaliptina; Triterpenos derivados do ácido ursólico.
Indicações e Ações Farmacológicas:
É indicado para afecções respiratórias, tais como: gripe, resfriados, faringite, bronquite, asma, rinite, sinusite e traqueítes; cistite; diabetes melittus. Externamente é indicado em eczemas, irritações cutâneas, feridas e vulvovaginites.
O óleo essencial é amplamente empregado pelas ações expectorante, anti-séptica e flavorizante, freqüentemente em associação com mentol. Existem mais de 300 espécies do gênero Eucaliptus no mundo, onde cada uma possui uma quantidade diferente de óleo essencial. Desta forma, são utilizadas na terapêutica principalmente aquelas que contêm teor elevado de eucaliptol (70%) e baixo teor de felantreno, o qual exerce uma ação indesejável sobre o coração e para o qual as farmacopéias estabelecem um teor máximo de 5%. Apresenta também um efeito hipoglicemiante, febrífugo e desodorante. Em uso externo é antiséptico, antiinflamatório e cicatrizante.
Toxicidade/Conta-indicações:
O óleo essencial em doses altas, ou pela existência de uma maior sensibilidade individual, pode provocar gastroenterites, hematúria, taquicardia, miose, cefaléia, broncoespasmos e depressão dos centros respiratórios e coma. Tratamentos prolongados com óleo essencial pode inibir a motilidade ciliar. O eucaliptol é neurotóxico e epiletogênico. A aplicação tópica do óleo essencial pode resultar em uma dermatite de contato. Nos casos de inalações com óleo essencial, fazer antes um teste de tolerância: aplicar durante 15 segundos e esperar uns 30 minutos, com o objetivo de avaliar a sensibilidade à essência.
É contra-indicada a administração oral durante a gravidez, a lactação, à crianças menores de 6 anos, à indivíduos sensíveis ao óleo essencial e o uso tópico em crianças menores de dois anos ou com alergias respiratórias. Foi comprovado que o Eucalipto estimula a função dos microssomos hepáticos, e desta forma há uma aceleração do catabolismo e portanto não deve ser administrado junto com outras medicações. É incompatível com sedativos, analgésicos ou anestésicos. É contra-indicado também para indivíduos que acometidos de inflamações do trato gastrointestinal, das vias biliares ou hepatopatias.
Dosagem e Modo de Usar:
Uso Interno:- Pó: 500 mg, duas a seis vezes ao dia;
- Extrato Seco (5:1): 200 a 300 mg, duas ou três vezes ao dia;
- Extrato Fluido (1:1): 20 a 30 gotas, duas a três vezes ao dia;
- Tintura (1:10): 50 gotas, uma a três vezes ao dia;
- Xarope (10% do extrato fluido): 30 a 45 gramas/dia;
- Óleo Essencial: Infusão: 3 a 9 gotas ao dia, em doses de 1 a 3 gotas;
- Cápsulas: 25-100 mg/cápsula, uma a três vezes ao dia.
Uso Externo:
Inalações.
Referências Bibliográficas:
PR VADEMECUM DE PRECRIPCIÓN DE PLANTAS MEDICINALES. 3ª edição. 1998.
FARMACOPÉIA BRASILEIRA. 4ª edição. 1996.
CORRÊA, M. P. Dicionário das Plantas Úteis do Brasil. IBDF. 1984.
SCHAWENBERG, P.; PARIS, F. Guia de las Plantas Medicinales. Omega. 1980.
SOARES, A. D. Dicionário de Medicamentos Homeopáticos. 1ª edição. Livraria Editora. 2000.
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