Devotada na Alemanha, esta árvore de galhos obtusos, já foi o orgulho da cidade de Berlim, que possuía até a Segunda Guerra Mundial a Unter den Linder (Sob as Tílias), uma estupenda alameda com cerca de 1 km de extensão enfeitadas por uma fila de Tílias com mais de um século. O seu fruto é nuciforme, globoso e de pericarpo delgado. A droga vegetal é constituída de sua folha e flor. Sua flor é descrita na Pharmacopéia dos Estados Unidos do Brasil 1ª Edição (1926): “As flores da tília são dispostas em cymos umbeliformes compostos de 5 a 15 flores na primeira espécie e de 3 a 7 flores na segunda e cujos pedúnculos são soldados na parte inferior a uma longa bráctea linear-oblonga, coriácea, membranácea, integérrima, reticulado-venosa, glabra, de cor verde-amarelada. As flores amareladas têm cálice tomentoso, formado de 5 sépalas caducas, livres, carenadas; a corola é composta de cinco pétalas espatuladas, arredondadas ou acuminadas no vértice; os estames, em número de 30 a 40, têm um filete filiforme e um conectivo bífido e suas anteras são ovóides e dorsifixas; o ovário é súpero, piloso, quinquelocular, encimado por um estilete com estigma quinquelobulado. A tília possui cheiro suave e sabor adocicado.”As folhas são cordiformes-suborbiculares, abruptamente acuminadas, assimétricas na base, finamente serreadas, verde-escuras e glabras na superior, glaucas ou glaucescentes e com tufos de pêlos castanhos nas axilas das nervuras na página inferior.
Nesta descrição, a primeira edição do código farmacêutico brasileiro faz referência a uma outra espécie, conhecida como Tília de Folhas Grandes (Tília platyphyllos Scorp), apresentando como o nome já diz folhas maiores.
Nome Científico: Tilia cordata Miller. Sinonímia: Tilia europaea L.; Tilia parvirfolia Ehrh.
Nome Popular: Tília, no Brasil; Tilo, na Argentina e no Uruguai; Tilo de Hoja Pequeña e Ezki, na Espanha; Linde, Linden, Kleiblättrige Linde e Winterlinde, na Alemanha; Tigilo Selvatico Tiglio, na Itália; Tilleul à Feuilles e Tilleul, na França; Bast e Small-leaved Lime e Linn Flowers, em inglês; Lipa, na Rússia.
Denominação Homeopática: TILIA EUROPAEA.
Família Botânica: Tiliaceae.
Parte Utilizada: Folha e inflorescência.
Princípios Ativos: Mucilagem (em abundância); Óleo Essencial: farnesol, geraniol e eugenol; Flavonóides: tilarosídeo, astragalosídeo, rutosídeo, hiperosídeo e quercetosídeo; Leucoantocianosídeos; Ácidos Orgânicos: cafêico, clorogênico, p-cumarínico; Vitamina C; Magnésio.
Indicações e Ação Farmacológica:A Tília é indicada: na insônia, na ansiedade, na tensão nervosa, nos resfriados, na gripe, na tosse irritativa, na hipertensão, na arterioesclerose, na prevenção de tromboembolismo, na indigestão e nos espasmos gastrointestinais.
Externamente é usada em produtos para peles sensíveis e delicadas.
O óleo essencial atua como espasmolítico, onde atua nas mucosas intestinais e estomacais e tranqüilizante. As mucilagens tem propriedade emoliente e aos flavonóides são conferidas ação diurética e diaforética.
Toxicidade/Contra-indicações:
Doses acima das usuais da droga vegetal pode promover náuseas e vômitos. O uso de flores muito velhas pode causar irritação dérmica e ocular.
A droga é contra-indicada para pacientes que sofram de obstrução das vias biliares. Não é recomendada a administração onde o paciente esteja fazendo tratamento com anticoagulante.
Dosagem e Modo de Usar:
Uso Interno:
Infusão: 1 colher de chá de inflorescência por xícara. Infundir por 10 minutos, duas a quatro vezes ao dia;
- Extrato Seco (5:1): 0,3 a 1 grama/dia;
- Tintura (1:5): 50 a 100 gotas, uma a três vezes ao dia;
- Extrato Fluido (1:1): 20 a 40 gotas, três a quatro vezes ao dia.
Uso Externo:Extrato Glicólico (1:5): em shampoos para cabelos delicados, cremes e géis para peles sensíveis.
Referências Bibliográficas:
Segredos e Virtudes das Plantas Medicinais. Seleções do Reader’s Digest. 1ª edição. 1983.
ALBINO, R. Pharmacopeia dos Estados Unidos do Brasil. 1ª edição. 1926.
SCHAWENBERG, P.; PARIS, F. Guia de las Plantas Medicinales. Omega. 1980.
PR VADEMECUM DE PRECRIPCIÓN DE PLANTAS MEDICINALES. 3ª edição. 1998.
CORRÊA, M. P. Dicionário das Plantas Úteis do Brasil. IBDF. 1984.
SOARES, A. D. Dicionário de Medicamentos Homeopáticos. 1ª edição. Santos. Livraria Editora. 2000.
Informações muito apreciadas!
ResponderExcluirAgora entendi porque os uruguaios, por vezes,usam-na misturada com a erva-mate, juntamente com a folha de maracujá.
A espécie utilizada é a "Tilia platyphyllos Scopoli".