Açafrão Oriental
Planta vivaz de bulbo sólido, globuloso, arredondado e deprimido, possuindo invólucro de fibras tênues, assetinadas e reticuladas. Suas folhas são quase lineares, com a margem enrolada ou ciliada, verdes, canaliculadas, com uma linha branca na página superior. As flores variam entre violáceas, róseas ou avermelhadas, monosépalas, com três longos estigmas unidos na base, abrindo-se em forma de estrela e permanecendo abertas durante a noite. O fruto é uma cápsula ovóide, tri-locular, contendo sementes arredondadas.
O cultivo desta espécie é muitíssimo antigo, onde já se encontrou escrito egípcio e nos Salmos de Salomão. Foi empregado como corante, perfume, condimento e erva medicinal. A palavra Açafrão provém do árabe “Za-farán” (feminino de Asfar, que significa amarelo). No entanto na Grécia Antiga era denominado “Crocos”, de onde derivou seu nome científico, sendo empregado em teatros e para aromatizar os ambientes. Diz a história que Roma cobriu-se de pétalas de Açafrão na entrada triunfal de Nero.
Os estigmas da flor de Açafrão, parte medicinal, são cortados à mão com uma parte do estilete, após ter sido apanhada a flor inteira.
É originário da Grécia e da Itália, sendo introduzido no Brasil durante os tempos coloniais, onde se adaptou com extrema facilidade.
Nome Científico: Crocus sativus L. Sinonímia: Crocus officinalis Martyn; Crocus autumnalis Sm.; Crocus campestris Herb.; Crocus cartwrightianus Herb.; Crocus cashmerianus Royle; Crocus graecus Chapp.; Crocus haussknechtii Boiss. et Reut.; Crocus hybernus Friv.; Crocus longiflorus Rchb.; Crocus orsinii Parl.; Crocus pallasianus Herb.; Crocus pallasii Goldb.; Crocus pedunculus Stokes; Crocus setifolius Stokes; Crocus thomasianus Herb.; Crocus thomasii Ten.; Crocus visianicus Herb.
Nome Popular: Açafrão Oriental, Açafrão, Açafrão Verdadeiro, no Brasil; Azafrán, Croco del Azafrán, em espanhol; Safran, na França; Saffron, em inglês; Croco, Zafferano, na Itália; Crocus, na Alemanha.
Denominação Homeopática: CROCUS.
Família Botânica: Iridaceae.
Parte Utilizada: Estigma.
Princípios Ativos: Heterosídeos do grupo dos Carotenóides: crocosídeo ou crocina; Princípio Amargo: picrosídeo (picrocina); Óleo Essencial: safranal (proveniente da hidrólise da crocina) e traços de cineol; Ácidos Graxos derivados do ácido oleanóico; No pólen existem traços de flavonóides.
Indicações e Ações Farmacológicas: Indicado na inapetência, na astenia, na hiperlipidemia, na dispepsia hiposecretora e na amenorréia. Topicamente é usado nas gengivites, nas odontalgias e nas moléstias da dentição. Em Homeopatia é indicado nas súbitas e frequente
mudanças de sensações: de muito bom humor, passa subitamente à mais violenta cólera; hemorragias; contrações, espasmos, entre outras indicações.
A crocina é responsável pelo seu poder corante e um efeito hipolipemiante. O picrocrosídeo é uma substância amarga, com ação aperitiva e eupéptica. O Açafrão é também estimulante do sistema nervoso, emenagogo, e, topicamente acalma as dores dentais e gengivais. Seu óleo essencial é carminativo, anti-espasmódico e eupéptico.
Alguns trabalhos indicam atividade normalizadora em casos de dismenorréia. O óleo essencial exibe ação anti-flatulenta.
Toxicidade/Contra-indicações: Em doses elevadas é abortivo, além de produzir vertigens e hemorragias intensas. Dose letal para adulto: 20 gramas.
É contra-indicado na gravidez, especialmente na forma de pó e em extratos concentrados.
Dosagem e Modo de Usar:
• Uso Interno:
- Uso Alimentar: Como condimento;
- Pó: 200-300 mg/dia, como eupéptico-carminativo e 0,5-1 grama/dia, como emenagogo;
- Extrato Fluido (1:1): 5-10 gotas, uma ou duas vezes ao dia;
- Homeopatia: Tintura Mãe à 30ª.
- Tintura (1:10): 20-40 gotas, três vezes ao dia, como carminativo.
• Uso Externo:
- Tintura: Aplicar, friccionando as gengivas.
Referências Bibliográficas:
• ALONSO, J. R. Tratado de Fitomedicina. 1ª edição. Isis Ediciones. Buenos
Aires. 1998 (obra cita as referências mostradas nos itens Indicações e Ações
Farmacológicas/ Toxicidade e Contra-indicações).
• PR VADEMECUM DE PRECRIPCIÓN DE PLANTAS MEDICINALES. 3ª edição.
1998.
• SOARES, A. D. Dicionário de Medicamentos Homeopáticos. 1ª edição. Santos
Livraria Editora. 2000.
• CAIRO, N. Guia de Medicina Homeopática. 21ª edição. Livraria Teixeira. 1983.
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