Agar Agar

Agar Agar é um polissacarídeo complexo que se dispersa coloidalmente em meio aquoso a quente, formando, por resfriamento, um gel espesso não absorvível, não-fermentável e atóxico. Sua utilização principal é como base para meios de cultura. É descrita da seguinte forma pela Farmacopéia Brasileira 3ª Edição (1977):
“Descrição: Agar-Usualmente em feixes consistindo de tiras finas, membranosas, aglutinadas; ou em formas granuladas, floculadas ou cortadas. Pode ser de cor laranja amarelada fraca, cinzenta amarelada a amarela pálida, ou incolor. É duro quando úmido e quebradiço quando seco; é inodoro ou tem odor fraco; produz sensação de mucilagem sobre a língua.
Histologia – Montado em água, o agar apresenta-se granular e um pouco filamentoso; podem estar presentes alguns fragmentos da espícula de espongiários e alguns frústulas de diatomáceas. Em agar japonesa as frústulas de Aranchnoidiscus ehrenbergii Baillon ocorrem freqüentemente, tendo forma de disco e diâmetro de 100 a 300 m.
Agar Pulverizada- De cor branca a branca amarelada ou amarela pálida; em cloral hidratado SR os seus fragmentos são transparentes, mais ou menos granulares, estriados e angulares; ocasionalmente contém frústulas de diatomáceas.
Solubilidade: Insolúvel em água fria; solúvel em água fervente.
Categoria: Adjuvante farmacotécnico (agente supressor).
Especificação Geral: É a substância coloidal, hidrofílica, dessecada, extraída da Gelidium cartilagineum L. Gaillon (Fam. Gelidiaceae) e da Gracilaria confervoides L. Greville (Fam. Sphaerococcaceae) e relacionada com as algas vermelhas (classe Rhodophyceae).”
As qualidades do Agar Agar dependem da técnica empregada. Pode-se preparar o Agar Agar de formas diferentes: Secam as algas ao sol, batem-nas para destacar areias e conchas, lavam-nas com água doce e por fim descoram-nas ao ar e à luz. Para extrair a mucilagem fervem as algas preparadas na água doce, coam as geléias obtidas, a quente, e por fim submetem-nas a um arrefecimento conveniente: forma-se uma massa sólida que depois de cortada, em lâminas delgadas e estreitas, se expõe ao ar e ao frio para secar.
A indústria, inteiramente mecanizada, utiliza processos extrativos contínuos, centrifuga e filtra sob pressão as soluções obtidas, descora-as por métodos químicos ou com adsorventes, utiliza a eletrodiálise para as desmineralizar, e, por fim ideou processos especiais de secagem.
Previamente analisam-se as algas, em particular doseia-se o conteúdo de mucilagens por processos análogos aqueles utilizados na extração industrial: fervura das algas, em particular se doseia o conteúdo de mucilagens por processos análogos aqueles utilizados na extração industrial: fervura das algas descoradas em volume apropriado de água e filtração a quente; depois do repouso necessário da solução extrativa em frigorífico, separa-se a geléia formada e por fim seca-se até o peso constante.

Nome Científico: Gelidium cartilagineum L. Gaillon.

Nome Popular: Agar Agar, Agar, Gelosa, Gelose.

Família Botânica: Gelidiaceae.

Parte Utilizada: Mucilagem purificada e dessecada.

Princípios Ativos: É constituído por 20% de água (valor máximo permitido), 5 % de cinzas (examinadas ao microscópio), 3,5% de celulose, 6% de matérias orgânicas estranhas insolúveis na água e, finalmente, próximo de 65% de Mucilagens, sendo estas constituídas por Agarose e Agaropectina.

Indicações e Ações Farmacológicas: O Agar Agar é indicado na prisão de ventre e nas constipações. É um adjuvante farmacêutico, utilizado na fabricação de supositórios emulsões, cápsulas, entre outras formas farmacêuticas. Em alimentos é usada em geléias, sorvetes, bebidas, conservas de carne, confeitos, entre outros. É indispensável na Bacteriologia como meio de cultura.
Sua ação como laxativa suave se resume no fato de que a mucilagem purificada e dessecada possui a capacidade de aumentar o volume e hidratação do bolo fecal, regularizando o trânsito intestinal.

Toxicidade/Contra-indicações: Em doses elevadas, pode provocar diarréia intensa.
É contra-indicado o uso interno na obstrução intestinal.

Dosagem e Modo de Usar:
• Uso Interno:
- Pó: 0,5 a 1 grama: duas vezes ao dia, antes das refeições, juntamente com dois copos de água.
• Adjuvante Farmacotécnico;
• Utilizado como meio de cultura em Microbiologia;
• Utilizado na indústria alimentícia como espessante;
• Em Cosmetologia é gelificante.

Referências Bibliográficas:
• FARMACOPÉIA BRASILEIRA. 3ª edição. 1977.

• TESKE, M.; TRENTINI, A. M. Herbarium Compêndio de Fitoterapia.
Herbarium. Curitiba. 1994.

• BRUNETON, J. Elementos de Fitoquimica y de Farmacognosia. Editorial Acribia
S.A. Zaragoza. 1ª edição. 1991.

• COSTA, A. F. Farmacognosia. Volume 2. Fundação Gulbenkian Calouste.
Lisboa. 1994.