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segunda-feira, 2 de março de 2009

AGRIMONIA

Planta perene, medindo entre 30 e 70 centímetros de altura, possui caule simples, viloso, ereto e cilíndrico. Suas folhas são pubescentes e acinzentadas na página inferior, com estípulas amplexicaules de 5 a 9 folíolos oval-lanceolados, dentados, alternando com 5 a 10 menores. Suas flores são pequenas, de cor amarela, dispostas em espiga alongada, com cinco pétalas, 10 a 20 estames, 2 carpelos e um cálice envolvido por um anel de sedas assoveladas e gancheadas na extremidade, reunidas em várias ordens. O fruto é um aquênio cônico e seu rizoma é rastejante e grosso. Apresenta odor levemente aromático e sabor adstringente e amargo.
Seu nome em latim é o mesmo que o popular: Agrimonia, que provém da palavra grega argemon e significa “Pequena mancha nos olhos”, uma alusão às suas propriedades oftalmológicas. Acredita-se que suas virtudes tenham sido descobertas por Mitríades Eupator, rei da Pérsia (123-63 a.C.), um verdadeiro expert em Fitoterapia naquela época.

Nome Científico: Agrimonia eupatropia L.

Nome Popular: Agrimônia, Erva-dos-gregos, Erva-hepática e Eupatrópio, no Brasil; Agrimonia, Mermasangre, Eupatropia, Hierba de San Guilhermo, Té de los Bosques, em espanhol; Agrimony, em inglês; Agrimoine Eupatropie, na França.

Denominação Homeopática: AGRIMONIA.

Família Botânica: Rosaceae.

Parte Utilizada: Folha, flor e caule (partes aéreas).

Princípios Ativos: Taninos: elagitanino; Flavonóides: apigenina, quercetina, luteolina, luteolin-7-glucosídeo; Cumarinas; Sílice; Fitosterina; Ácido Palmítico; Ácido Salicílico; Ácido Esteárico; Ácido Ascórbico; Nicotinamida; Tiamina; Vitamina K; Princípios Amargos; Óleo Essencial; Triterpenos.

Indicações e Ação Farmacológica: Indicada na diarréia, na estomatite, na disquinesia biliar, na faringite e na laringite (muito recomendada para cantores). Externamente é usada nas ulcerações dérmicas e popularmente nas conjuntivites.
Os taninos conferem uma atividade adstringente, útil na diarréia e na cicatrização de feridas da pele e mucosa. Sua estrutura complexa interfere nas proteínas de membrana, trazendo um efeito regulador da síntese citoplasmática, responsável, desta forma, pela grande parte das ações farmacológicas desta espécie (Carnat A. et al., 1991).
Os flavonóides, integrantes das infusões administradas oralmente em ratos, seriam responsáveis pelas propriedades antiinflamatórias, antihistamínicas, discretamente diuréticas e uricosúricas (Giachetti D. et al., 1986).
Outros estudos demonstram ação estimulante da secreção de insulina ao nível pancreático. Ao nível cardiovascular, demonstrou-se atividade vasodilatadora e antiespasmódica coronária, quando se administra em doses baixas e atividade vasoconstritora coronária em altas doses (Duraffourd C. et al., 1987).
Um ensaio efetuado sobre 35 pacientes com gastroduodenite aguda, receberam extratos de orais de Agrimôniad durante 25 dias, ao final do período obteve-se 75% de melhoras significativas certificadas por meio de endoscopia. Em nenhum caso se registrou hemorragias, nem sinais de toxicidade (Chakarski I.,et al.,1982).
Esta espécie se encontra classificada na lista N2 do Conselho Europeu de Alimentos e Flavorizantes Naturais, e descrita na Farmacopéia Herbal Britânica desde 1983.

Toxicidade/Contra-indicações: A planta fresca apresenta uma intensa ação fotosensibilizante quando aplicada sobre a pele em contato direto com a radiação solar.
Como não há dados sobre a inocuidade da droga durante a gravidez e a lactância, não se recomenda o uso nestes períodos.
Doses excessivas podem interferir tanto com drogas antihipertensivas e anticoagulantes quanto com drogas hipotensoras (Newall C. et al., 1996).
Estudos realizados na China revelaram que a Agrimônia pode aumentar em 50% a coagulação sangüínea (Mabey R., 1988).

Dosagem e Modo de Usar:
• Uso Interno:
- Infusão: 20 gramas de folhas ou 30-50 gramas de flores por 1 litro de água. Tomar três xícaras ao dia entre as refeições;
- Extrato Fluido (1:1): 30 gotas, três vezes ao dia;
- Tintura (1:5): 50-100 gotas, duas a três vezes ao dia;
- Extrato Seco (5:1): 300 a 1000 mg/dia.

• Uso Externo:
- Decocção: Aplicada sob a forma de compressas, inalações, colutórios ou garagarejos.

Referências Bibliográficas:

• ALONSO, J. R. Tratado de Fitomedicina. 1ª edição. Isis Ediciones. Buenos
Aires. 1998 (obra que cita as referências mostradas nos itens Indicações e Ações
Farmacológicas/ Toxicidade e Contra-indicações).

• PR VADEMECUM DE PRECRIPCIÓN DE PLANTAS MEDICINALES. 3ª
edição. 1998.

• SOARES, A. D. Dicionário de Medicamentos Homeopáticos. 1ª edição. Santos
Livraria Editora. 2000.

• Segredos e Virtudes das Plantas Medicinais. Reader’s Digest do Brasil. 1ª edição.
1999.

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