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sexta-feira, 6 de março de 2009

Canela




Junto com a Mirra e o Incenso, a Canela foi uma das espécies aromáticas mais importantes da Antigüidade, sendo mencionada no Antigo Testamento. Os nativos do sudeste asiático e os antigos fitoterapeutas chineses recomendavam a Canela para o tratamento de desordens digestivas e menstruais. Sua importância comercial começou quando os portugueses invadiram o Ceilão em 1536.
A Farmacopéia Brasileira 3ª Edição (1977) descreve a Canela da seguinte forma: “Esta casca apresenta-se no comércio em tubos ou canudos enrolados para dentro nas duas margens, embutidos uns dentro dos outros, de comprimento variável, podendo atingir até 1 m de comprimento e, em geral, de 1 até 3 cm de diâmetro. É privada de suas camadas externas pela raspagem, medindo cerca de 1,5 mm a 0,8 mm de espessura. Sua superfície externa é de cor pardo-amarelada, fosca, e apresenta um certo número de cicatrizes arredondadas que correspondem aos pontos de inserção das folhas e dos brotos axilares, assim como longas estrias esbranquiçadas, sinuosas, dispostas longitudinalmente. Sua superfície interna é lisa e de cor pardo-escura. Sua fratura é curta, esquirolosa e apresenta um certo número de fibras esbranquiçadas e salientes. A droga tem odor característico, aromático; seu sabor é um pouco adocicado, quente, muito aromático e agradável.”

Nome Científico: Cinnamomum zeylanicum Nees. Sinonímia: Canella zeilanica Bauh.; Cinnamomum aromaticum J.Grah.; Cinnamomum iners Wight; Cinnamomum verum J.Presl.; Laurus cassia Burm.f.; Laurus cassia L.; Laurus cinnamifera Stokes; Laurus cinnamomea Salisb.; Laurus cinnamomum L.; Laurus culitlaban Buch.-Ham. ex Nees; Laurus montana Link ex Meisner; Laurus rigida Wall.; Persea cinnamomum Spreng.

Nome Popular: Cenela, Canela do Ceilão, Canela da Índia, Canela de Cheiro, Canela da Rainha, Canela Fina, Caneleira do Ceilão, Caneleira da Índia, Caneleira Verdadeira e pau Canela, em português; Zimmt e Zimmtebaum, na Alemanha; Canela, Canelo, Canelero de Ceilán, Canela de Ceilán, Cinamomo, Laurel e Canelero, em espanhol; Canelle, Canellier e Canellier de Ceylan, na França; Kaneelboom, na Holanda; Cinnamon, Cinnamon Bark e Cinnamon-Tree, em inglês; Albero Della Cannella, Cannella, Canella, Cenamo e Lauro Aromatico, na Itália; Cynamon, na Polônia.

Denominação Homeopática: CINNAMOMUM.

Família Botânica: Lauraceae.

Parte Utilizada: Casca.

Princípios Ativos: Óleo Essencial (0,5-5%): principalmente composto por aldeídos aromáticos, destacando-se: aldeído cinâmico, hidroxi-cinamaldeído, benzaldeído e cuminaldeído e componentes minoritários: -cariofileno, -ilangeno, cineilanol, cineilanina, álcool cinâmico, álcool benzílico, álcool-2-feniletílico, benzoato de benzila, benzoato de 2-feniletila, cinamato de metila, eugenol, isoeugenol, fenol e 2-vinil-fenol; Mucilagens; Resinas; Taninos; Manitol.


Indicações e Ações Farmacológicas: A Canela é indicada na inapetência, nas dispepsias hiposecretoras, nos espasmos gastrintestinais, nas colites, nas gastrites, nas bronquites, nos enfisemas, na asma, na amenorréia e na dismenorréia. Topicamente é aplicada nas parodontopatias, nas dermatomicoses, nas otites e vulvovaginites. Em Homeopatia é usado como remédio para hemorragias, dentre outras aplicações.
Em Perfumaria os perfumes adotam notas temperadas.
Relacionadas fundamentalmente com a atividade do óleo essencial, o qual exibe as seguintes propriedades: antiespasmódica, antiinflamatória, antipirética, carminativa, bactericida, anti-séptica, larvicida, miorelaxante, sedante, antihipertensiva e inseticida (Peris J. et al., 1995).
A atividade antiespasmódica e antiinflamatória estão relacionadas com o efeito miorelaxante sobre o músculo liso da traquéia e íleo isolados de cobaias (Plant O. e Miller G., 1926; Reiter M. e Brandt W., 1985). Ao nível digestivo, o óleo essencial da Cenla tem demonstrado propriedades carminativas e eupépticas, através da estimulação de enzimas digestivas, especialmente a da tripsina (Yamasaki K. et al., 1986; Castleman M., 1996).
O óleo essencial de Canela in vitro tem demonstrado ser ativo frente a Pseudomonas aeruginosa, Salmonella typhi e paratyphi, Escherichia coli, Mycobacterium tuberculosis, Candida albicans e Aspergillus spp. (Jansen A. et al., 1986; Raharivelomanana P. et al., 1989).
O aldeído cinâmico apresenta ações sedativas ao nível do SNC e antitrombolíticas (matsuda H. et al., 1987).
Também se tem reportado que o óleo essencial apresenta propriedades antihipertensivas, ao inibir a enzima convertase, a qual converte a angiotensina (Inokuchi J. et al., 1984).

Toxicidade/Contra-indicações: O óleo essencial tem demonstrado ser irritante para a pele e mucosas. O aldeído cinâmico é capaz de originar dermatite de contato, ao passo que o eugenol pode provocar danos à mucosa gástrica.
É contra-indicado o uso durante a gravidez, lactação, para crianças menores de seis anos, ou pessoas com hipersensibilidade a óleo essencial, distúrbios gastrintestinais ou neurológicos.

Dosagem e Modo de Usar:
• Uso Interno:
- Pó Micronizado: 250-500 mg/cápsula, uma a três vezes ao dia;
- Xarope (10% de Tintura): Uma a três colheres sopa ao dia;
- Tintura (1-5%): 50-100 gotas, uma a três vezes ao dia;
- Extrato Fluido (1:1): 30-50 gotas, uma a três vezes ao dia;
- Infusão: 1 a 3 gramas por xícara. Ferver pór 2 minutos e infundir durante 10. Tomar três xícaras por dia, antes das refeições.
- Homeopatia: T.M. à 3.ª.

• Uso Tópico:
- Tintura (1:10): Aplicar localmente;
- Infusão: 5 gramas por xícara. Infundir durante 10 minutos e aplicar sob a forma de compressas, colutórios, irrigações ou instilações.

Referências Bibliográficas:
• ALONSO, J. R. Tratado de Fitomedicina. 1ª edição. Isis Ediciones. Buenos
Aires. 1998 ( o qual cita as referências mostradas nos itens Indicações e Ações
Farmacológicas/ Toxicidade e Contra-indicações).

• PR VADEMECUM DE PRECRIPCIÓN DE PLANTAS MEDICINALES. 3ª
edição. 1998.

• FARMACOPÉIA BRASILEIRA. 3ª edição. 1977.

• CAIRO, N. Guia de Medicina Homeopática. 1983.

• SOARES, A. D. Dicionário de Medicamentos Homeopáticos. 1ª edição. Santos
Livraria Editora. 2000.

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