Páginas

sexta-feira, 13 de março de 2009

Clorella


A Clorella é uma alga microscópica e unicelular que habita as águas frias do leste asiático, especialmente no Japão e sul da China. Durante muito tempo e até hoje, a Clorella constitui num recurso alimentício importante nesta região.
Seu nome faz referência à alta concentração de clorofila que possui, sendo a espécie com maior conteúdo desta substância no planeta.

Nome Científico: Chrorella pyrenoidosa

Nome Popular: Clorella, em muitas regiões do planeta; Chrolella, em inglês.

Família Botânica: Chlorellaceae.

Parte Utilizada: A alga inteira.

Princípios Ativos: Cada 100 gramas da alga contém: clorofila A (1,5 g); clorofila B (613 mg); b-caroteno (55.500 UI ou 180,8 mg); vitamina C (15,6 mg); tiamina (1,5 mg); riboflavina (4,8 mg); piridoxina (1,7 mg); niacina (23,8 mg); ácido pantotênico (1,3 mg); ácido fólico (26,9 mg); vitamina B12 (125,9 mcg); biotina (191,6 mg); vitaminia K; inositol (165 mg); ácido para-aminobenzóico (0,6 mg); fósforo (989 mg); magnésio (315 mg); ferro (167 mg); cálcio (203 mg); cobre (0,08 mg); zinco (71 mg) e traços de cobalto, potássio e manganês. Contém também fibras, ácidos nuclêicos, aminoácido, enzimas, polissacarídeos e o CGF (Chrolella Growth Factor = Fator de Crescimento da Clorella).

Indicações e Ação Farmacológica: A Clorella é uma alga muito utilizada não só do ponto de vista alimentício como também do ponto de vista medicinal, especialmente como imunomoduladora (Willard T., 1991).
O conteúdo de aminoácidos essenciais que a Clorella possui é muito semelhante a apresentada na carne animal, com exceção da metionina (Steenblock D., 1987).
Os extratos aquecidos de Clorella têm demonstrados estimular a produção de intérferon em animais, atividade esta que seria responsável pela fração polissacarídica. Altos níveis de intérferon foram observados duas horas após a injeção dos extratos (Stemblock D., 1984; Yamaguchi N. et al., 1985).
No início da década de 90, a inclusão na dieta de pacientes afetados por diferentes tipos de tumores cerebrais que não podem de serem operados, pode ser muito benéfica. Um estudo realizado no Medical College of Virginia Hospital (USA) em 20 pacientes com canceres no cérebro e medula espinhal os quais são impossibilitados de serem operados, verificou-se maiores taxas de sobrevida que as estatísticas normais para estes casos (Merchant R., 1991).
No campo da infectologia, a Clorella tem exibido propriedades antivirais, em especial sobre vírus com revestimento lipídico como o citomegavírus. Esta atividade é proporcionada pelo CGF que provoca uma estimulação dos linfócitos B e T, de maior poder que a exibida pela clorofila (Shirota M. et al., 1967).
Altas concentrações de clorofila apresentadas na Clorella têm demonstrado ser benéfica no tratamento da pancreatite, devido à inativação parcial das enzimas proteolíticas liberadas nesta enfermidade (Willard T., 1991).
A atividade hipocolesterolemiante da Clorella foi pela primeira vez reportada nos fins da década de 60. Neste estudo os coelhos receberam uma mistura da papaína, pantotenato de cálcio e polissacarídeos da Clorella, que proporcionou um decréscimo significativo nos níveis de colesterol total em relação ao grupo de controle (Ebana K., 1969).
A Clorella também traz benefícios a pacientes com hipertensão arterial, observando-se decréscimos significativos nos pacientes que promovem uma dieta rica nesta alga, ao longo de 3 a 12 meses (Yoshiro T., 1971; Shimizu M. et al., 1985).
A Clorella pode ser empregada na Odontologia, protegendo o sangramento das gengivas, proporcionando, em uso tópico, o estreitamento do espaço interdentário e favorecer o crescimento de tecido (Steenblock D., 1984).
Um estudo piloto realizado com 18 pacientes que sofrem de fibromialgia, mostrou que a adição de Clorella na dieta produz uma significante redução na dor após dois meses de consumo (Merchant, R. E.; Carmack, C. A.; Wise, C. M.; 2000).

Toxicidade/Contra-indicações: A Clorella é muito bem tolerada nas quantidades normais ingeridas. Muito ocasionalmente foi observado náuseas, febre, alergias ou problemas cutâneos, gases e pequenas cólicas intestinais (Steenblock D., 1987). O consumo de altas doses de Clorella tanto em humanos quanto em animais não tem demonstrado toxicidade (Hunter B. e Batham P., 1972).
Seriam necessários 300 comprimidos equivalentes a 60 gramas diários para obter as 48000 UI necessárias para provocar quadros de hipervitaminose. Estudos de toxicidade aguda feito pelo Huntington Research Center, na Inglaterra, encontraram um valor de DL50 em ratos por via oral é de 16 g/kg, o que equivale a uma dose única de 1kg de Clorella para um humano de 70 kg de peso (Steenblock D., 1984).
Tem-se mencionado casos de fotosensibilidade em pessoas que consumiam habitualmente Clorella e passavam várias horas em exposição solar. Nestes casos, tem-se observado que o feoforfide como o agente que causa esta fotosensibilização dérmica. Esta substância é encontrada nos produtos comerciais a base de Clorella para facilitar a digestão da clorofila no organismo. As autoridades do governo japonês têm autorizado o emprego do feoforfide até 160 mg para cada 100 gramas de produto (Sonoda M., 1972).
Por falta de estudos quanto a seguridade da ingestão da Clorella durante a gravidez e lactação, não se recomenda o uso durante estas circunstâncias.

Dosagem e Modo de Usar: O “Japan Chlorella Research Center of Tokyo”, do Japão, recomenda o uso de 1 a 10 gramas de Clorella diários.

Referências Bibliográficas:

ALONSO, J. R. Tratado de Fitomedicina. 1ª edição. Isis Editora. Buenos
Aires 1998.

Merchant, R. E.; Carmack, C. A.; Wise, C. M. Nutritional Supplemenation with
Chlorella pyrenoidosa for Pacients with Fibromyalgia Syndrome: a Pilot
Study. Phytotherapy Research, nº 14, 167-173, 2000.


Nenhum comentário:

Postar um comentário