O nome Ignácia provém provavelmente da palavra “Igasud” ou “Iga rudder”, palavras muito comuns nas Filipinas, região de onde se origina esta espécie. Foi muito apreciada pelos jesuítas e contemplada por São Ignácio de Loyola. Foi muito antes da Noz Vômica a espécie da qual se extraiu a estricnina. Atualmente é muito utilizada na Homeopatia.
É um arbusto que apresenta folhas ovadas, opostas e curto-pecioladas. As flores são branco-esverdeadas. O fruto é uma baga amarelo-dourada. As sementes medem de 2 a 3 centímetros de comprimento e 2 centímetros de espessura, ovais, obtusas e muito duras.
Nome Científico: Ignatia amara L.f. Sinonímia: Strychnos ignatii Berg.; Faba bengalensis Roxb.; Ignatiana philippica Lour.; Strychnos ignatia Lindl.; Strychnos phillippensis Blanco.
Nome Popular: Ignácia, Fava de Santo de Inácio e Ignatia, em português; Bitter Tiebernuss, Ignatiusbaum e Ignazbohne, na Alemanha; Cabalonga, Granos de Filipinas, Haba de San Ignácio, Igasúrica e Nuez de Igasur, em espanhol; Fève de Saint Ignace, na França; Sint Ignatius Boom, na Holanda; Jesuit’s Bean, St. Ignatius’ Bean, em inglês; Fava di Sant’Ignazio, na Itália.
Denominação Homeopática: IGNATIA.
Família Botânica: Loganiaceae.
Parte Utilizada: Semente.
Princípios Ativos: Alcalóides Indóis: estricnina, brucina e muitos outros incluindo 12-hidroxiestricnina, alfa-colubrina, icajina, vomicina, novacina; Óleos Gordos.
Indicações e Ações Farmacológicas: As preparações feitas de Ignácia são usualmente utilizadas em estados de fraqueza. Apresenta semelhantes indicações à Noz Vômica Strychnos vomica L., pois ambas espécies apresentam a estricnina dentre outros alcalóides em sua composição.
Em Homeopatia é o grande remédio das grandes contradições: o zumbido que acomete os ouvidos é aliviado com o ruído; as hemorróidas ao andar; a dor de garganta com a deglutição dos sólidos; quanto mais tosse pior; desejo e impotência; prisão de ventre e muita vontade de evacuar: sede durante o calafrio da febre intermitente e calor febril sem sede. Indivíduo que muda rapidamente de estado mental, de alegria de pesar, de riso em choro. É um grande remédio da histeria. Pessoas que se sentem exaustas tanto mentalmente quanto fisicamente. Espasmos ou convulsões devidas ao medo, castigos (nas crianças) ou outras emoções fortes. Tremor nas pálpebras. Humor melancólico. Fotofobia. Insônia após contrariedades. Constrição dolorosa do ânus depois da evacuação. Um valioso remédio na amidalite folicular.
Toxicidade/Contra-indicações: Sintomas de envenenamento podem ocorrer após a ingestão de uma semente. A estricnina em doses de 5 mg (30-50 mg da droga) inicialmente causam perturbações, insônia, sensações de ansiedade, elevação da percepção dos sentidos, aumento dos reflexos, alterações no equilíbrio e dores fortes no pescoço e na musculatura das costas. Em seguida, contrações, espasmos tônicos no masseter e na musculatura do pescoço, e finalmente convulsões em todo o corpo, o qual pode ser iniciado por uma estimulação tátil ou visual. Dispnéia aparece seguida de espasmo na musculatura respiratória. A morte ocorre através de sufocação ou exaustão. A dose letal para um adulto é de aproximadamente 50 mg de estricnina. O consumo crônico de dosagens subconvulsivas pode também conduzir à morte após algumas semanas.
Para o tratamento, promove-se a administração de suspensão aquosa de carvão ativado. A terapia de envenenamento consiste em manter mínimos os estímulos do ambiente à volta do paciente, dispondo-o em um quarto silencioso, aquecido e escuro. Convulsões podem ser tratadas com dosagens de diazepam ou barbital (i.v.). Infusões de glicose “high-calorie” podem ser usadas. Intubação e respiração por oxigênio podem ser requeridas. Lavagem gástrica pode ser evitada, devido ao perigo de promover convulsões. Analépticos e fenotiazinas não devem ser administrados.
Dosagem e Modo de Usar:
• Homeopatia: 5.ª à 30.ª, 200.ª, 500.ª e 1.000.ª. Prefira a 200.ª., nos traumas morais.
• Pó (doses máximas): de uma vez, 0,05 do grama; por dia, 0,10 do grama. (Raul Coimbra).
Referências Bibliográficas:
• SOARES, A. D. Dicionário de Medicamentos Homeopáticos. 1ª edição. Santos
Livraria Editora. 2000.
• CAIRO, N. Guia de Medicina Homeopática. 21ª edição. Livraria Teixeira. 1983.
• PDR for Herbal Medicines. 1st editon. Medical Economics. 1998.
• COIMBRA, R. Manual de Fitoterapia. 2ª edição. Cejup. 1994.
Site:
http://www.gudjons.com/Mittel/Ignatia-amara.html
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