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terça-feira, 10 de março de 2009

Incenso

A planta que dá origem à resina utilizada na terapêutica, é um arbusto ou pequena resinosa, a qual possui uma casca muito delgada, parecida a uma folha de papel, que desprende uma resina gomosa o incenso. As folhas são pinadas, dispostas em forma de racimo. As flores são pequenas, contendo cinco pétalas, brancas, as quais aparecem na primavera. Os frutos são frutos capsulares e carnosos de cor vermelha.
A resina é extraída ao se golpear os troncos das árvores de modo a interceptar os canais esquizógeneos intraliberianos, e assim escorre um líquido lactescente, que acaba por se concretizar e adquirir cor amarela. Assim, até o final do verão são colhidas as lágrimas formadas sobre a casca e as massas encontradas no solo, ao redor da árvore. A resina possui as seguintes características:
“Lágrimas isoladas, às vezes aglutinadas, medindo de 0,5 a 3 cm, coradas de amarelo-pálido, também esverdeadas ou avermelhadas, superfície pulverulenta esbranquiçada, quebradiças, de fratura cerosa, cheiro fraco, balsâmico, sabor acre e amargo.
Amolecem na boca e depois podem ser mascadas sem se partirem. Pelo calor amolecem sem fundirem e ardem com chama fuliginosa libertando-se odor intenso, próprio (característica analítica valiosa).
Quase insolúvel na água, resultando emulsões esbranquiçadas. Parcialmente solúveis na maioria dos solventes: álcool, éter, clorofórmio, etc. No hidrato de cloral a 60% obtém-se solução turva.
Distinguem-se diversas variedades comerciais: as de qualidade mais inferiores apresentam-se em massas com abundantes fragmentos de cascas de árvores.” (Costa, A. Farmacognosia. 1º volume. 5ª edição, 1994).
É cultivado desde o Antigo Egito, onde era utilizado para a fabricação de maquiagem para realçar os olhos, ceras depilatórias e máscaras de rejuvenescimento. Conta a Bíblia Sagrada que o Incenso foi apresentado juntamente com a mirra e o ouro ao Menino Jesus (Êxodo 1-3), e, desta forma o Incenso acompanha as cerimônias cristãs por todo o mundo.

Nome Científico: Boswellia carterii Birdw. Sinonímias: Boswellia thurifera L.; Boswellia sacra L.

Nome Popular: Incenso, no Brasil e em Portugal; Incienso, em espanhol; Thus e Incense, em inglês; Sallaki, na Índia; Encens, na França.

Família Botânica: Burseraceae.

Parte Utilizada: Resina.

Princípios Ativos: Goma Ácida (27-35%); Goma Resinosa (60-70%) onde está contido Óleo Essencial (3-8%): com hidrocarbonetos terpênicos: p-cimeno, limoneno, fenandrenos, farnesol; triterpenos: ácidos a e b-boswélico; cetonas: carvona, criptona, isopinocanfona, verbenona; sesquiterpenos: t-burbunol, copaenol, cembrenol, incensol-óxido, b-eleinol.

Indicações e Ação Farmacológica: O Incenso é indicado para gripes, resfriados, bronquites, enfisema e asma. Topicamente, em aftas, parodontopatias, feridas e ulcerações dérmicas. Já a resina é aplicada em inflamações osteoarticulares, mialgias, contraturas musculares e furúnculos. Certos emplastos, ungüentos e bálsamos são compostos pelo Incenso. Muito utilizado na perfumaria e em produtos para deixar aroma agradável ao ambiente.
A gomo-resina do Incenso apresenta anti-séptica e resolutiva tanto por via interna quanto externa. (Areteche García A. e col., 1994). Ensaios in vitro têm demonstrado um aumento da capacidade de fagocitose orgânica com o aumento da produção de imunoglobulina G por estimulação dos linfócitos B (Duke J., 1986). Estudos experimentais com pacientes artríticos, constataram que os ácidos triterpênicos pentacíclicos, como os ácidos a e b-boswélicos, seriam os responsáveis por inibir a via clássica do complemento (Handa S. et al., 1992; Ríos Cañavate J., 1995).

Toxicidade/Contra-indicações: Em doses elevadas pode provocar neurotoxicidade, e é abortivo. A DL50 em ratos por via oral é de 5 g/kg. Topicamente pode provocar dermatites de contato (Basto, A. et al., 1991).
É contra-indicado o uso durante a lactação e gravidez.

Dosagem e Modo de Usar:
Uso Interno:
- Óleo Essencial: 1-3 gotas, uma a três vezes ao dia.

Uso Externo:
- Óleo Essencial em emulsão O/A a 2%: Uma a três aplicações ao dia;
- Resina: emplastos, bálsamos e linimentos.


Referências Bibliográficas:

ALONSO, J. R. Tratado de Fitomedicina. 1ª edição. Isis Editora. Buenos
Aires 1998.

PR VADEMECUM DE PRECRIPCIÓN DE PLANTAS MEDICINALES. 3ª
edição. 1998.

COSTA, A. F. Farmacognosia. Volume 1. Fundação Gulbenkian Calouste.
Lisboa. 1994.

POULIN, M; ROBBINS, C. A Farmácia Natural. 1992.

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