A Kawa Kawa tem sido considerada como uma erva de grande destaque nos anos noventa, devido a suas propriedades ansiolíticas. Atualmente tem sido testada, comparando-a em relação aos tradicionais benzodiazepínicos para o controle da ansiedade, com resultados favoráveis à Kawa Kawa, onde não se manifestam efeitos colaterais comuns aos benzodiazepínicos como a sonolência e redução da função mental.
É um arbusto de 2-2,5 metros de altura, com folhas cordiformes, lisas e verdes em ambas as faces, que chegam a 15 cm de comprimento; possui flores pequenas e numerosas dispostas em inflorescência do tipo espiga. As partes mais importantes da planta na utilização terapêutica são as raízes e os rizomas. As raízes atingem de 5 a 8 cm de espessura na maturidade, ou seja, após 3-5 anos de cultivo. Essas raízes podem chegar à forma de uma massa fortemente enovelada, que, no passado, correspondia a uma forma valorizada comercialmente.
É originária das ilhas da Oceania (Polinésia, Indonésia e Melanésia), sendo utilizada pelos nativos em bebida não fermentada em cerimônias religiosas devido as suas propriedades eufórica e relaxante.
Nome Científico: Macropiper methysticum. Sinonímia: Piper methysticum Forster; Macropiper latifolium.
Nome Popular: No mundo inteiro a planta pode ser conhecida como: Kawa Kawa, Kava Kava, Kawa, Kava, Cava, Cava Cava, Awa, Awa-irai, Ava Pepper e Intoxicating Pepper.
Denominação Homeopática: PIPER METHYSTICUM.
Família Botânica: Piperaceae.
Partes Utilizadas: As raízes e os rizomas.
Princípios Ativos: Apresenta grande quantidade de Amido e também 5-10% de uma Resina da qual se extraem nove stirilpironas (kavapironas): iangonina, desmetoxiiangonina, kavaína, dihidrokavaína, tetrahidroiangonina, 5,5,6-dihidroiangonina, metisticina, dihidrometisticina e dehidrometisticina. Presença de pigmentos: Flavokavianas A e B.
Indicações e Ação Farmacológica: O Kawa Kawa é indicado no controle da ansiedade; na menopausa; em Síndromes pré-menstruais; na insônia; como relaxante muscular e anticonvulsivante (epilepsia).
O principal sítio de ação da kavaína e do extrato de Kawa Kawa é o complexo amigdalino. Os efeitos nas estruturas límbicas podem explicar a promoção do sono mesmo
em ausência de sedação. Não possuem interação significativa com receptores GABAérgicos nem benzodiazepínicos no cérebro, não possuindo os efeitos colaterais dos benzodiazepínicos e dos tricíclicos.
As kavopironas em doses terapêuticas normais reduzem a excitabilidade do sistema límbico como um tranquilizante, aumentando a disposição emocional e a performance cognitiva sem causar sedação. A partir de 800 mg produz efeitos levemente semelhantes à clorpromazina.
Possuem um efeito potencializador da narcose sem ser propriamente um narcótico. É um excelente hipnótico para o tratamento de casos leves de insônia. As kavapironas melhoram o padrão do sono, aumentando as fases de sono profundo com tendência a diminuir a fase de adormecimento e sono leve. Produz relaxamento da musculatura esquelética através de pontos supra-espinais.
Possuem também suave ação anticonvulsivante, ação anestésica local em membranas mucosas, ação analgésica não testada clinicamente mas útil no controle da dor, pois potencializa a ação dos analgésicos comuns.
O mecanismo de ação da Kawa Kawa ainda não está totalmente elucidado. Estudos anteriores a este apresentava ausência de atividade significativa entre as kavapironas e os receptores de GABA e dos benzodiazepínicos, portanto contrário ao mecanismo descrito.
Toxicidade/Contra-indicações: A Kawa Kawa deve ser exclusivamente utilizada sob prescrição médica. A automedicação ou seu uso como alucinógeno pode produzir sintomas de intoxicação similares aos produzidos pelos barbitúricos.
Nos consumidores habituais de Kawa Kawa, aparecem muito frequentemente erupções cutâneas, exagero do reflexo patelar, redução dos níveis de proteínas plasmáticas, uréia e bilirrubina, plaquetopenia e hipertensão arterial. O sintoma mais característico é denominado de Kawa Dermopatia: caracterizado pela pele seca e recoberta de escamas, especialmente nas palmas das mãos e nas plantas dos pés, produzida por interferir no metabolismo do colesterol e induzir um déficit de niacina.
Em animais de laboratório, doses elevadas provocam ataxia, paralisias ascendentes, sem perda da consciência. Em doses maiores pode provocar morte por colapso cardiorespiratório.
É contra-indicado na lactância, para crianças, na depressão e em psicoses.
Como ainda existem controvérsias com relação ao mecanismo de ação correto e de possíveis interações, recomenda-se não associar a outras drogas sedantes, hipnóticas, antidepressivas e antihistamínicas. O álcool potencializa a toxicidade do Kawa Kawa.
Dosagem e Modo de Usar:
• Decocção: 3 gramas por xícara. Ferver por 5 minutos. Tomar três xícaras ao dia ou em aplicações tópicas (feridas ou dermatomicoses);
• Extrato Fluido (1:1): 10-30 gotas, uma a três vezes ao dia, ou em extrato puro ou diluído, aplicado localmente (para inflamações osteoarticulares).
Referências Bibliográficas:
• PR VADEMECUM DE PRECRIPCIÓN DE PLANTAS MEDICINALES. 3ª
edição. 1998.
• PDR FOR HERBAL MEDICINES. 1ª edição. 1998.
• Revista Racine nº 51. Julho/Agosto 1999.
• COIMBRA, R. Manual de Fitoterapia. 2ª edição. 1994.
• SOARES, A. D. Dicionário de Medicamentos Homeopáticos. 1ª edição. Santos
Livraria Editora. 2000.
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