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segunda-feira, 30 de março de 2009

Melissa Officinalis



Planta originária da Europa Meridional, medindo cerca de 80 centímetros de altura, a Melissa é descrita pela Pharmacopéia dos Estados Unidos do Brasil 1ª Edição (1926) da seguinte maneira, sendo conhecida por “Herva Cidreira” e, desta forma, tornando-se a espécie oficial: “ O caule da herva cidreira é bastante ramificado, de 50 a 80 cm de altura e guarnecido de folhas opostas, longamente pecioladas, ovais, arredondadas ou cordiformes na base, obtusamente serreadas nas margens, membranosas, rugosas e pubescentes; medem de 4 a 8 cm de comprimento por 3 a 4 cm de largura e são de cor verde escura na página superior, mais pálidas na inferior e finamente ciliadas nas margens. As flores, de cor branco-amarelada, são dispostas em cimeiras axilares, estipitadas e unilaterais; o cálice pubescente é tubuloso, bilabiado, com o lábio superior truncado, tridentado e o inferior dividido em dois lobos agudos; a corola, duas vezes mais longa do que o cálice, de cor a princípio amarelada e depois branca ou levemente rósea, é quase regular, possui um tubo pouco recurvado e um limbo com 2 lábios desiguais: o superior é direito, bífido, e o inferior é dividido em 3 lobos obtusos, sendo o médio mais longo; os estames são em número de 4, didinamos, divergentes, de vértice arqueado, coniventes sob o lábio superior da corola.
A herva cidreira possui cheiro aromático semelhante ao do limão e sabor fracamente amargo, aromático e um pouco adstringente.”
É uma planta melífera, cultivada há mais de 2000 anos, sendo denominada de melissophylon, que significa “planta das abelhas”. Foram os árabes que primeiramente descobriram as suas virtudes nos casos de ansiedade, hipocondria e depressão. Paracelso a chamava de “O elixir da longa vida”.

Nome Científico: Melissa officinalis L. Sinonímia: Melissa altissima Sibth e Sm.; Melissa cordifolia Pers.; Melissa foliosa Opiz.; Melissa graveolens Host.; Melissa hirsuta Hornens.; Melissa occidentalis Rafin.; Melissa romana Mill.

Nome Popular: Melissa, Melissa Verdadeira e Erva Cidreira, no Brasil; Melisa, Toronjil, Cedrón, Cedrón Limonera, Cidronela, Melissa, em espanhol; Lemon Balm e Balm, em inglês; Citronnale, Citronnelle, Herbe au Citron, Piment dês Abeilles e Mélisse e Céline, na França; Melissenkraut, na Alemanha; Erba Cedrata, Erba Citrata e Melissa, na Itália; Citronenkraut, Citronen-Melisse e Melisse, na Alemanha; Meliss, na Suécia; Citroenkruid e Melisse, na Holanda.

Denominação Homeopática: MELISSA.

Família Botânica: Labiatae.

Parte Utilizada: Caule folhado e sumidades floridas.

Princípios Ativos: Óleo Essencial (0,1-0,3%): linalol, nerol, geraniol, citronelol, -terpineol, terpineno-1-4-ol, neral, geranial, cariofilenol, farnesol, 10-epi--cadinol, -cubebeno, -copaeno, -burboneno, -cariofileno, -humuleno, 1,8-cineol, óxido de cariofileno e ocimenos; Flavonóides: luteolol-7-glicosídeo, ramnocitrosídeo, apigenina e
quercitrosídeo; Ácidos Carboxílicos: cafêico, clorogênico, elágico e rosmarínico; Taninos; Princípio Amargo; Mucilagens Urônicas.


Indicações e Ação Farmacológica: É indicada na inapetência, na gastrite, nos espasmos gastrintestinais, nas disquinesias hepatobiliares, meteorismo, nas coleocistites, nas diarréias, na ansiedade, na insônia, na hipertensão arterial, na taquicardia, na enxaqueca, na asma, na dismenorréia, em feridas, no hipertiroidismo e herpes simples.
O óleo essencial apresenta efeitos hidrocoleréticos e carminativos úteis em casos de disquinesias hepatobiliares e meteorismos. Também apresenta efeito sedativo e ligeiramente hipnótico (Wannmacher L. et al.,1990; Soulimani R., et al., 1991).
Já se foi descrita uma atividade antiviral exercida pelo extrato seco de Melissa, in vitro, na Herpes simples do tipo 1 (Dimitrova Z. et al., 1993).
O citronelol exerce um efeito antiespasmódico sobre a via digestiva, enquanto que o ácido rosmarínico tem demonstrado possuir efeito antioxidante (Lamaison J. et al., 1991).
O efeito tranquilizante foi comprovado utilizando-se extratos de Camomila e Melissa em partes iguais, sobre 22 pacientes com distúrbios de origem nervosa e ansiedade, obtendo-se em poucas semanas 68% de melhora considerada entre excelente e boa, 24% de melhora regular e 8% sem melhorias observadas (Piñeros Corpas J. et al., 1988).
O extrato seco da Melissa tem demonstrado exercer um bloqueio parcial sobre receptores para o TSH, uma vez que interfere na união da IgG patológica nestes receptores na enfermidade de Graves. Também inibe, in vitro, a enzima iodotironina-diiodinase. O extrato aquoso tem demonstrado in vitro ações similares. Esta ação anti-tiroideana parece estar relacionada com a presença de flavonóides e ácidos fenilcarboxílicos, podendo ser útil no hipertiroidismo (Hoffmann D.,1991).

Toxicidade/Contra-indicações: O óleo essencial de Melissa se comporta como neurotóxico e mutagênico em doses elevadas. O linalol e o terpineol produzem um efeito depressor do sistema nervoso central e em altas doses provocam quadros narcóticos (Pellecuer J., 1995). Ocasionalmente pode produzir hipertensão arterial em doses normais por vasodilatação periférica (Stuart M., 1981).
É contra-indicado o uso de óleo essencial de Melissa durante a gravidez, lactação, para crianças menores de seis anos de idade, pacientes com gastrite, úlceras gastroduodenais, síndrome do cólon irritável, colite ulcerativa, doença de Crohn, epilepsia, afecções hepáticas, doença de Parkinson ou outra enfermidade de cunho neurológico. Não fazer uso tópico em crianças menores de seis anos e pessoas com alergia conhecida a óleos essenciais.

Dosagem e Modo de Usar:
• Uso Interno:
- Infusão: Uma colher de sobremesa por xícara, infundindo por 10 minutos. Tomar três ou mais xícaras por dia;
- Extrato Seco (5:1): 500 mg, três vezes ao dia (1 grama equivale a 5 gramas da planta seca);
- Extrato Fluido (1:1): 30-50 gotas, três vezes ao dia.

• Uso Externo:
- Infusão: Sob a forma de banhos quentes, como relaxante e para a dismenorréia;


Referências Bibliográficas:
• ALONSO, J. R. Tratado de Fitomedicina. 1ª edição. Isis Editora. Buenos
Aires 1998.

• PR VADEMECUM DE PRECRIPCIÓN DE PLANTAS MEDICINALES. 3ª
edição. 1998.

• ALBINO, R. Pharmacopéia dos Estados Unidos do Brasil. 1ª edição. 1926.

• COIMBRA, R. Manual de Fitoterapia. 2ª edição. 1994.

• SOARES, A. D. Dicionário de Medicamentos Homeopáticos. 1ª edição. Santos
Livraria Editora. 2000.



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