A Cenoura é uma planta que mede de 30 a 80 centímetros de altura, bienal, de caule ereto, coberto de pêlos e ramificado. As folhas são muito divididas, alternas, curto-pecioladas e também pilosas principalmente no pecíolo. As flores são brancas ou amarelo-pálidas, dispostas em umbela plana composta, contendo uma flor estéril de cor púrpura-escura sem estame nem pistilo no centro. O fruto é um aquênio ovóide, duplo, pentadentado no ápice e revestido de pêlos brancos ásperos ou mesmo pungentes. A raiz é vertical, cônica, alongada, alaranjada , amarela ou vermelha.
Nome Científico: Daucus carota L. Sinonímia: Daucus abyssinicus C.A. Meyer; Daucus agrestis Raf.; Daucus allioni Link; Daucus brevicaulis Raf.; Daucus esculentus Salisb.; Daucus exiguus Steud.; Daucus gingidium Georgi; Daucus glaber Opiz ex Cèlak; Daucus heterophylus Raf.; Daucus hispidus Gilib.; Daucus levis iraf.; Daucus maritimus With.; Daucus mauritanicus L.; Daucus montanus schmidt ex Nyman; Daucus nudicaulis Raf.; Daucus officinalis Gueldenst. ex Ledeb.; Daucus officinarum Bauh.; Daucus polygamus Jacq. ex Nyman; Daucus scariosus Raf.; Daucus sciadophylus Raf.; Daucus strigosus Raf.; Daucus sylvestris Mill.; Daucus vulgaris Neck.; Pastinarca tenuifolia sylvestris dioscoridis Bauh.
Nome Popular: Cenoura e Cenoura-brava, em português; Futtrmöhre, Gartenmöhre, Gelbrube e Karotte, Möhre e Vogelnest, na Alemanha; Azanoria, Cenoria e, Zanahoria Silvestre Zanahoria, em espanhol; Carotte, Chévry e Racine Jaune, na França; Karote, Peen e Vogelnest, na Holanda; Carrot, Foder Carrot, Queen Anne’s Lace, inglês; Capo Bianco, Carrotta, Pasticcione, na Itália; Marchew, na Polônia; Morot, na Suécia.
Denominação Homeopática: DAUCUS CAROTTA (grafia incorreta da literatura homeopática).
Família Botânica: Umbelliferae.
Parte Utilizada: Raiz em pó.
Princípios Ativos: Carboidratos: glicose, sacarose; Mucilagens; Pectina; Vitaminas: carotenos ou provitaminas A, B1, B2 e C; Alacalóide: daucina; Sais de Potássio; Proteínas.
Indicações e Ação Farmacológica: A raiz da Cenoura é indicada na astenia, na convalescência, nas diarréias, nas gastrites, nas úlceras gastroduodenais, na gôta e na lactação. Topicamente é aplicada sobre eczemas, queimaduras e ulcerações dérmicas.
A riqueza em vitaminas que a Cenoura apresenta, proporciona uma excelente alternativa nutricional principalmente para pacientes em estado de convalescência ou enfermos. A provitamina A cumpre uma função antoxidante e coadjuvante no tratamento da pele seca e de problemas visuais. As pectinas ajudam no bom funcionamento intestinal e são antidiarrêicas.
A administração prévia de extratos de Cenoura a ratos diminuiu os efeitos deletérios dos fígado produzidos por doses tóxicas de tetracloreto de carbono, o qual evidencia em uma diminuição na elevação dos parâmetros sangüíneos do hepatograma. Desta forma, isto indica que a Cenoura cumpre um papel hepatoprotetor que corresponde com o emprego tradicional realizado na China (Handa S., 1986; Bishayee A. et al., 1995).
Os carotenos presentes na Cenoura são muito úteis para bronzeamento da pele diante da exposição solar, sendo muito utilizados em cremes, cápsulas e loções bronzeadoras.
Dentre as vitaminas existentes na Cenoura podemos destacar as seguintes ações:
· Vitamina A (Retinol): A Vitamina A promove muitas funções importantes no organismo, como a ação protetora na pele e mucosas e papel essencial na função da retina e da capacidade funcional dos órgãos de reprodução.
Ela faz parte da púrpura visual, pois o retinol combina-se com a proteína opsina para formar a rodopsina ou púrpura visual nos bastonetes da retina do olho, que tem por função a visão na luz fraca.
A deficiência de vitamina A interfere na com a visão, acarretando a condição conhecida como cegueira noturna.
· Vitamina B1 (Tiamina): Sua forma ativa é o pirofosfato de tiamina, o qual é coenzima do piruvato-descarboxilase e 2-oxo-glutarato-diidrogenase. Exerce um papel importante no processo de descarboxilação e oxidação de 2-oxo-ácidos. Também é coenzima da transcetolase, exercendo papel importante na transferência de grupos aldeídos no ciclo da pentose fosfato.
A deficiência de Tiamina mais grave conhecida é o beribéri, que dentre os sinais e sintomas mais comuns estão a taquicardia; dispnéia; dilatação cardíaca, levando à insuficiência cardíaca congestiva e edema nos membros inferiores
·Vitamina B2 (Riboflavina): Apresenta papel dos mais importantes em diversos processos metabólicos, achando-se envolvida na transformação dos lipídios, proteínas e glicídios. Está sob a forma de flavina-mononucleotídeo, ou FMN, e principalmente sob a forma de flavina-adenina-dinucleotídeo ou FAD, formando o grupo prostético de várias enzimas que se caracterizam por atuar como agentes que promovem a transferência de hidrogênio. É o constituinte ativo de diversas enzimas entre as quais atuam no transporte de oxigênio e portanto na respiração celular e processos de oxidação.
A deficiência da riboflavina no homem é caracterizada por uma síndrome definida, manifestando-se sob a forma de glossite com vermelhidão, queratose folicular seborréica no nariz e testa e dermatite na região anogenital.
·Vitamina C (Ácido Ascórbico): Principal vitamina encontrada no Tomate. Exerce grande número de funções em numerosas reações químicas e é elemento de grande importância não só pela sua função tampão nos processos de oxi-redução, como também pelas particularidades de sua estrutura molecular capaz de transferir ambos íons ou elétrons de hidrogênio em processos reversíveis. Interfere no metabolismo do ferro, da glicose e de outros glicídios, facilitando absorção das hexoses, assim como a glicogênese hepática. Atua também no metabolismo da fenilalanina e da tirosina, na síntese de colágeno, na síntese de glicorticóides, exerce efeito benéfico sobre a resistência à fadiga.
O escorbuto é a mais grave manifestação da carência da Vitamina C no organismo, afetando primariamente o sistema mesenquimal. Na fase pré-clínica é caracterizado por anorexia, dores musculares, sensibilidade geral ao toque, dor na boca e nas gengivas que sangram levando à perda dos dentes, inchaço nos membros inferiores e hemorragias. Na fase de deficiência ocorre taquicardia, dispnéia e qualquer estresse grave e especialmente infecção podem precipitar os sintomas de escorbuto. Nas crianças ocorre parada da função osteoblástica e odontoblástica.
Toxicidade/Contra-indicações: Tem-se medido a toxicidade aguda de extratos desta planta sobre ratas de 20 gramas de peso, administrando-se infusões em altas doses (5g/kg) ao longo de oito dias, não se observando nenhum sinal de toxicidade nos animais utilizados (Reyes M. et al., 1995).
Seu uso como diurético na presença de hipertensão, cardiopatia ou insuficiência renal moderada ou grave, só deve ser feita por prescrição médica diante do perigo de uma eliminação de potássio considerável, podendo promover uma potenciação dos efeitos dos cardiotônicos.
Dosagem e Modo de Usar: Não há referências nas literaturas consultadas.
· Referências Bibliográficas:
¨ PR VADEMECUM DE PRECRIPCIÓN DE PLANTAS MEDICINALES. 3ª
edição. 1998.
¨ CORRÊA, M. P. Dicionário das Plantas Úteis do Brasil. IBDF. 1984.
¨ Segredos e Virtudes das Plantas Medicinais. Reader’s Digest do Brasil. 1ª edição.
1999.
¨ FRANCO, G. Tabela de Composição Química dos Alimentos, 9ª edição, Atheneu,
São Paulo, 1992.
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