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quarta-feira, 18 de março de 2009

Funcho


De origem mediterrânea, o Funcho é uma planta herbácea que pode chegar até 2 metros de altura, com caule estriado, de onde saem os ramos; suas folhas se desenvolvem na base da planta e apresentam bainhas muito intumescidas e largas, que se envolvem formando uma espécie de bulbo (a cabeça do Funcho), o qual é comestível; as flores são de cor amarelo-esverdeada, reúnem-se sob a forma de umbela; a raiz é fusiforme, de grossura de um dedo, que deve ser colhida na primavera.
O fruto desta planta constitui a droga vegetal, caracterizado por ser do tipo cremocarpo, oblongo, quase cilíndrico, às vezes ovóide, direito ou levemente arqueado, de 4 a 5 mm de comprimento por 2 a 4 mm de largura, glabro e de cor verde-acinzentada ou verde-pardacenta. No ápice, apresenta estilopódio bifurcado. Os dois mericarpos, geralmente unidos, apresentam cinco arestas muito salientes, fortemente crenadas, das quais as duas marginais são um pouco mais desenvolvidas do que as outras; as valéculas são muito estreitas e contêm quatro canais secretores de óleo essencial na parte dorsal e dois na parte comisural.
Toda a planta exala um odor forte, aromático, semelhante ao do anetol, com sabor doce e aromático.
Difere-se da Erva Doce pela cor de suas flores, sendo amarelas, enquanto as da Erva Doce são brancas e o formato dos frutos, sendo oblongos, ao passo que os da Erva Doce são ligeiramente arredondados.
Para se separar a essência desta planta, esmagam-se e destilam-se imediatamente os frutos e o resíduo desta extração serve de alimento para o gado.

Nome Científico: Foeniculum vulgare Miller. Sinonímia: Foeniculum capillaceum Gillib.; Foeniculum Dulce DC; Anethum foeniculum L.; Foeniculum vulgare All.; Foeniculum foeniculum (L.) Karsten.

Nome Popular: Funcho, Erva-doce-brasileira e Erva Doce de Cabeça, no Brasil; Sweet Cumin, em inglês; Hinojo, em espanhol; Venkel, na Holanda; Fenouil e Aneth Doux, na França; Fenchel, na Alemanha; Wooi heung e Hui xiang, na China; Finocchio, na Itália; Jinten manis e Adas, na Indonésia; Fennikel, na Noruega; Sladkiy ukrop, Fenkhel e Aptechniy ukrop, na Rússia; Fänkal, na Suécia; Rezene, na Turquia.


Denominação Homeopática: FOENICULUM.

Família Botânica: Apiaceae (Umbelliferae).

Parte Utilizada: Fruto.

Princípios Ativos: Glicídios Condensados; Fitosteróis: -sitosterol e estigmasterol; Cumarinas; Óleo Essencial: anetol, estragol, -pineno, limoneno, mirceno, fenchona, canfeno, sabineno, -mirceno, -pineno, -felandreno e -terpineno.


Indicações e Ações Farmacológicas: Os frutos do Funcho são indicados na inapetência, nas dispepsias hiposecretoras, na flatulência, nos espasmos gastrintestinais, nas diarréias, na dismenorréia, nas dores musculares e reumáticas, na bronquite, na asma e na lactância. É muito utilizada como aromatizante.
O óleo essencial produz um efeito carminativo ao estimular a motilidade gástrica, é eupéptico, antiespasmódico, estrogênico, anti-séptico, mucolítico e expectorante. Em doses elevadas é emenagogo. É estimulante da secreção láctea.
Externamente é antiinflamatório e reepitelizante. Em Perfumaria os perfumes adotam notas anizadas.

Toxicidade/Contra-indicações: Em doses elevadas, o anetol presente no óleo essencial, é neurotóxico, com um possível efeito convulsivante, além de potencializar o sono em pacientes que façam uso de pentobarbital.
É contra-indicado o uso em síndromes que promovam o hiperestrogenismo. Não se recomenda a administração por via interna durante a gravidez, para crianças menores de seis anos de idade, para pacientes com gastrite, úlceras gastroduodenais, síndrome do cólon irritável, colites ulcerosas, doença de Crohn, afecções hepáticas, epilepsia, doença de Parkinson, ou outras enfermidades neurológicas. Não utilizar topicamente em crianças pequenas e pessoas com alergias respiratórias ou hipersensibilidade a óleos essenciais.

Dosagem e Modo de Usar:
• Infusão: 10 a 30 g/l, infundindo por 10 minutos. Uma xícara depois das refeições;
• Extrato Seco (5:1): 0,3 a 2 gramas por dia (1 grama equivale a 5 gramas da planta seca);
• Tintura (1:10): 50 gotas, uma a três vezes ao dia;
• Extrato Fluido (1:1): 20 a 30 gotas, três vezes ao dia.
• Pó: 1 a 4 gramas ao dia, em cápsulas de 300-500 mg.

Referências Bibliográficas:
• PR VADEMECUM DE PRECRIPCIÓN DE PLANTAS MEDICINALES. 3ª
edição. 1998.

• Segredos e Virtudes das Plantas Medicinais. Reader’s Digest do Brasil. 1ª edição.
1999.

• COIMBRA, R. Manual de Fitoterapia. 2ª edição. 1994.

• CORRÊA, M. P. Dicionário das Plantas Úteis do Brasil. IBDF. 1984.

• COSTA, A. F. Farmacognosia. Volume 1. Fundação Gulbenkian Calouste.
Lisboa. 1994.

• HERNANDEZ, M.; MERCIER-FRESNEL, M.M. Manual de Cosmetologia, 3ª
edição.

• SOARES, A. D. Dicionário de Medicamentos Homeopáticos. 1ª edição. Santos
Livraria Editora. 2000.


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