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quarta-feira, 18 de março de 2009

Garcínia



Planta nativa da região da Indochina e Sri Lanka, a Garcínia é uma árvore que mede aproximadamente 15 metros de altura e 30 centímetros de diâmetro. Apresenta uma copa arredondada com ramagem caída ou horizontal. As folhas são verde-escuras, opostas, brilhantes e glabras, de forma obovada-elíptica , lanceoladas ou lanceoladas oblongas. As flores de cor vermelho-alaranjada, podem ser solitárias, contendo três ou quatro sépalas. Os frutos são grandes, do tipo globoso, com pericarpo grosso e carnoso (de cor amarelo-alaranjado), com seis a oito sementes em seu interior, cobertas por uma envoltura carnosa, comestível quando madura.
Os extratos produzidos a partir de seus frutos, estão recebendo grande aceitação no mercado brasileiro sendo indicados como auxiliar em regimes de emagrecimento. Os princípios ativos da Garcínia atuam no metabolismo e não provocam dependência ou prejuízos ao organismo, sendo esta sua grande vantagem em relação aos compostos sintéticos de efeitos psicotrópicos.

Nome Científico: Garcinia cambogia H.

Nome Popular: Também chamada de Camboge, Gutta Cambodia, Gutta Gamba, Gummigutta, Tom Rong ou Gambodia. A resina retirada do tronco da árvore é da mesma forma denominada Gamboge. Em língua espanhola é chamada de Tamarindo Malabar e no Brasil de Garcínia.

Família Botânica: Guttiferae.

Parte Utilizada: A polpa do fruto. Popularmente também se utiliza sua casca.

Princípios Ativos: Possui Ácido hidroxicítrico (cerca de 30% do seu peso) e seus isômeros I, II, III e IV e Antocianosídeos: B1 e B2, presentes no pericarpo dos frutos; resina, com cerca de 70%, composta de Benzofenonas e Xantonas amarelas e avermelhadas (incluindo Ácido morélico, Ácido isomorélico e Ácido alfa-gambógico) além de Mucilagens, presentes na planta toda.

Indicações e Ações Farmacológicas: Indicada como coadjuvante em tratamentos de emagrecimento.
É sabido que o Ciclo de Krebs ou Ciclo do Ácido Cítrico, constitui no elo final para a obtenção de energia através do processo oxidativo de carboidratos e ácidos graxos, assim como para a síntese de certos aminoácidos. Antes de entrar no ciclo, o piruvato proveniente da glicólise é convertido dentro da mitocôndria, por descarboxilação oxidativa, em ácido acético, água e anidrido carbônico em condições de aerobiose. O ácido acético se combina com a coenzima A para gerar o acetil-coenzima A, o qual reage como oxaloacetato para finalmente formar o ácido cítrico.
Durante este ciclo de respiração celular são ativadas também átomos de hidrogênio na forma de NAD e FAD os quais intervêm, junto a coenzima A, no metabolismo dos ácidos graxos. A diferença do caso anterior está que a biossíntese dos ácidos graxos não se realiza nas mitocôndrias mas no citoplasma da célula, no qual a acetil-coenzima-A é transportada desde a membrana mitocondrial até o citoplasma, para junto com o citrato iniciar a síntese dos ácidos graxos.
Em condições de necessidade de energia, como pode ocorrer durante uma atividade física, a acetil-coenzima A participa ativamente no Ciclo de Krebs, mas quando se necessita de menor quantidade de energia, como no repouso, passa a ser canalizada para a biossíntese dos ácidos graxos para armazenamento.
Na biossíntese de lipídeos intervém a enzima citrato liase encarregada de catalisar a degradação do citrato em acetil-coenzima A. Mas na presença de ácido hidroxicítrico, princípio ativo da Garcínia (Lewis Y. e Neelakantan S., 1965) é formada menor quantidade de acetil-coenzima A. Isto é explicado através de um mecanismo competitivo entre o ácido e a enzima, gerando-se assim menor formação de lipídeos. Em cultivos hepáticos de ratos, assim como no fígado de ratos in vivo, pôde-se comprovar o efeito redutor dos lipídeos e de peso pelo ácido hidroxicítrico administrado por via oral ou parenteral (Lowenstein J., 1971).
Foi observado efeito supressor do apetite em animais que foram submetidos a um seccionamento cirúrgico do centro regulador do apetite no cérebro. Isto implica que existe outro tipo de regulação da saciedade no caso de administração de Garcínia, onde neoglicogênese hepática julgaria um papel preponderante (Russek M., 1981). A respeito, cientistas da Hoffman La Roche encontraram que a velocidade da neoglicogênese praticamente se duplica em ratos tratados com ácido hidroxicítrico, o que implica que na presença deste ácido existe uma maior saciedade do tipo “hepática”,produto de maior ativação da enzima carboxil-piruvato estimulada pela acetil-coenzima A produzida durante a combustão dos lipídeos (Sullivan A. et al., 1972; Rao R. et al., 1988).

Toxicidade/Contra-indicações: Relata-se a ausência de efeito colateral quando administrado o Ácido hidroxicítrico, presente em extratos dos frutos da Garcínia. Porém a administração da resina, presente principalmente na casca, possui um poderoso poder laxativo.

Dosagem e Modo de Usar:
• Extrato Seco (5:1): 300-450mg/cápsula, uma ou duas cápsulas meia hora antes do almoço e do jantar.

Referências Bibliográficas:

• ALONSO, J. R. Tratado de Fitomedicina. 1ª edição. Isis Ediciones. Buenos
Aires. 1998 ( o qual cita as referências mostradas nos itens Indicações e Ações
Farmacológicas/ Toxicidade e Contra-indicações).

• PR VADEMECUM DE PRECRIPCIÓN DE PLANTAS MEDICINALES. 3ª
edição. 1998.

• PDR FOR HERBAL MEDICINES. 1ª edição. 1998.

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