Planta oriunda da Ásia Ocidental, a Romã apresenta-se como um arbusto que atinge de 2 a 5 metros de altura, com ramos pouco espinhosos; folhas opostas, caducas, glabras, verde-gaio na página superior, mais pálidas na página inferior; flores solitárias ou em grupos de 2 a 3, axilares, de coloração vermelha; fruto tipo baga, redondo, contendo inúmeras sementes angulosas, recobertas de arilo polposo, róseo-avermelhado. São utilizadas na terapêutica as cascas do caule e da raiz, as quais são descritas na Pharmacopéia dos Estados Unidos do Brasil 1ª Edição (1926):
“A casca do caule apresenta-se geralmente em tubos mais ou menos regulares ou em fragmentos transversalmente curvos, de 2 a 8 cm de comprimento e cuja espessura varia de 0,5 a 3,5 mm; sua superfície externa varia do amarelado ao pardo-acinzentado, com placas cinzentas de líquens folíaceos com apotecias pardo-negras, e apresenta rugas longitudinais e pequenas lentículas largamente elípticas, bem como placas suberosas; sua superfície interna é finamente estriada longitudinalmente, de cor amarelo-clara a pardo-amarelada e apresenta frequentemente manchas pardas mal delimitadas. Sua fratura é nítida, compacta. Sua secção transversal, amolecida na água, apresenta à lupa uma dupla estriação radial e tangencial.
A casca da raiz forma em geral pedaços mais curtos, largos, menos espessos, irregulares, de margens frequentemente talhadas em bisel, transversalmente curvos ou mais ou menos achatados; sua superfície externa é rugosa, de cor amarela escura.”
Também são usadas as cascas do fruto, as quais possuem propriedade adstringente, devido aos taninos presentes.
Há muito tempo a Romã é apreciada e utilizada na cura de enfermidades: foram encontradas flores e folhas em sarcófagos egípcios que datam de 2500 a.C.; os árabes cultivavam intensivamente no sul da Espanha durante a invasão ibérica e devido a isso a cidade de Granada possui este nome desde o século VIII, a qual é também chamada a planta em língua espanhola.
Nome Científico: Punica granatum L.
Nome Popular: Romã, Romanzeira, Romeira, Miligrã, Miligrana e Romeira da Granada, no Brasil; Dalim, Delun e Madalankai, no Ceilão; Granada e Granado, em língua espanhola; Pomegranata e Grenadier, em inglês; Melogranato e Melogramo, na Itália.
Denominação Homeopática: GRANATUM.
Família Botânica: Punicaceae.
Parte Utilizada: Casca do fruto (pericarpo), casca do caule e casca da raiz.
Princípios Ativos:
Casca do fruto: abundantes em Taninos, entre eles destacam-se: punicalina, punicalagina, granadina A e granadina B e Pigmentos: antocianinas.
Casca do caule e da raiz: Sais minerais; Taninos; Alcalóides derivados da piperidina (peletierinas) e da tropinona (pseudopeletierina).
Indicações e Ação Farmacológica:
Casca do fruto: é indicada em diarréias; no tratamento de parasitas intestinais; em uso tópico, é indicada em feridas; em ulcerações dérmicas, bucais e nas córneas; em conjuntivites; em faringite; em dermatites; em pruridos e em vulvovaginites.
Casca do caule e da raiz: no tratamento de parasitas intestinais.
Dois alcalóides são responsáveis pela ação anti-helmíntica, a peletierina e a isopeletierina, contudo o mecanismo de ação ainda não foi completamente elucidado. Sabe-se que os taninos desta planta potencializam a ação dos alcalóides, reduzindo a sua toxicidade, pois formam complexos (tanato de peletierina) que são mais ativos contra os helmintos. Estes complexos reduzem a quantidade de alcalóides livres, o que interfere com a absorção, observando-se efeitos contra Taenia sp., Ascaris lumbricoides e Enterobius vermicularis.
Os taninos da casca do fruto da Romã inibem o peristaltismo intestinal e a secreção das glândulas intestinais e desta forma tem ação de anti-diarréico. É devido aos taninos o efeito hemostático, ativando a coagulação sanguínea.
Toxicidade/Contra-indicações: Em doses elevadas de formas farmacêuticas feitas de casca de fruto de Romã, pode haver a manifestação de cefaléia, vertingens, tremores, incoordenação motora, midríase, dor abdominal, diarréia e prostração intensa. Em experimentos animais, a administração de doses altas de peletierina e isopeletierina causou perda de força muscular, parada respiratória e morte.
É contra-indicada na gravidez; na lactância; para crianças menores que 5 anos, devido aos alcalóides presentes; em indivíduos que possuam gastrite ou úlcera gastroduodenal, pois os taninos podem irritar a mucosa gástrica.
Dosagem e Modo de Usar:
Uso Interno:
Decocção da casca do fruto: 30 g/l, ferver por dez minutos. Tomar três ou quatro xícaras ao dia;
Xarope de granadina.
Uso Externo:
- Decocção da casca do fruto: aplicada em formas de compressas, colutórios, soluções oculares e gargarejos.
Referências Bibliográficas:
ALBINO, R. Pharmacopéia dos Estados Unidos do Brasil. 1ª edição. 1926.
PR VADEMECUM DE PRECRIPCIÓN DE PLANTAS MEDICINALES. 3ª
edição. 1998.
CORRÊA, M. P. Dicionário das Plantas Úteis do Brasil. IBDF. 1984.
BOTSARIS, A. S. Fitoterapia Chinesa e Plantas Brasileiras. Ícone. 1995.
PANIZZA, S. Plantas que Curam (Cheiro de Mato). 7ª edição. 1997.
SOARES, A. D. Dicionário de Medicamentos Homeopáticos. 1ª edição. Santos
Livraria Editora. 2000.
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