Pesquisa de Dicas e Ervas

Olá Amigos e Amigas, Bem vindo!!!

Blog desenvolvido para ajudar as pessoas a encontrarem a melhor erva para o seu problema de saúde.

As informações deste blog não pretendem substituir o médico e sim dar um alívio mais imediato ao paciente, evitar consultas por males insignificantes, diminuindo os gastos sociais e deixar os serviços médicos para os casos mais importantes. Serve também para orientar pacientes em locais carentes

Aproveite esta oportunidade e compartilhe com seus amigos.

terça-feira, 9 de abril de 2019

Digestão com auxilio das Plantas


A DIGESTÃO 


A digestão adequada é caracterizada pelo funcionamento dos órgãos que participam desse processo, englobando liberação correta de secreções gástricas, duodenais e pancreáticas (FRENHANI, 1999).  
O estômago é o órgão responsável pela produção do suco gástrico, o qual contém ácido clorídrico, muco, enzimas e sais. 
O ácido clorídrico é o responsável pelo pH ácido do estômago, o qual otimiza a fragmentação dos alimentos, iniciada na boca pela mastigação. Devido à ação do ácido clorídrico, o pepsinogênio é transformado em pepsina, uma potente enzima responsável por digerir proteínas (FRENHANI, 1999). 

Durante quatro horas, o bolo alimentar pode permanecer no estômago, sendo liberado aos poucos para o intestino delgado, órgão responsável pela maior parte da digestão. O quimo sofre ação de enzimas digestivas, secreções pancreáticas e da bile, além disso, os movimentos peristálticos auxiliam na movimentação intestinal do mesmo. O intestino grosso é responsável, principalmente, pela absorção de água (FRENHANI, 1999). 

Outros fatores que auxiliam no processo de digestão são: administração de princípios amargos, enzimas digestivas e atividades colagoga e colerética adequadas (ALONSO, 1998; WHO, 1999).  Os princípios amargos, quando administrados 40 minutos antes das refeições, intensificam a liberação de secreções salivares, gástricas e biliares, sendo recomendados para pacientes com digestão lenta. 

Pessoas que apresentam hiperacidez gástrica e úlceras crônicas não devem utilizar produtos para este fim (ALONSO, 1998; WHO, 1999.


ESPÉCIES VEGETAIS E A DIGESTÃO 


As espécies vegetais contêm enzimas digestivas que auxiliam em casos de insuficiência de suco gástrico. As principais enzimas são papaína, originada do látex dos frutos imaturos do mamão, e bromelina, oriunda dos frutos imaturos do abacaxi. 

Além de possuírem atividade anti-inflamatória, auxiliam no processo digestivo dos alimentos, favorecendo a degradação de peptídeos com velocidade semelhante à da pepsina. 

As atividades colagoga e colerética são importantes fatores que auxiliam em uma digestão adequada. A primeira estimula a liberação e o transporte da bile do fígado até à vesícula biliar e, assim, até atingir o intestino para auxiliar na digestão de gorduras (TESKE; TRENTINI, 2001). A segunda realizada pelo fígado estimula a produção da bile. As plantas que exercem essas funções conferem hepatoproteção, porém, são contraindicadas para pacientes com colelitíase (ASCHWANDEN, 2001; ARAUJO, 1998). 


FISIOLOGIA INADEQUADA DO SISTEMA DIGESTÓRIO 



A fisiologia inadequada do sistema digestório pode trazer consequências negativas para o organismo. As principais queixas são má digestão, dores abdominais e obstipação intestinal em avaliação clínica. A alimentação inadequada, ingestão hídrica deficiente e estresse são potentes fatores de risco para o desenvolvimento de patologias gástricas e desequilíbrio de fatores protetores e agressores relacionados ao sistema digestório (FRENHANI, 1999). As doenças digestivas possuem alta prevalência na população. Dentre as mais comuns, pode-se citar: gastrite, esofagite, doença do refluxo gastroesofágico (DRGE), úlcera péptica, doença de Chron e dispepsia (FRENHANI, 1999). Neste capítulo serão abordadas dispepsia, gastrite e úlcera gástrica.  

O tratamento da maioria destas doenças está relacionado ao uso de medicamentos por longo prazo e adequação alimentar. Entretanto, sabe-se que o uso prolongado de alguns medicamentos, principalmente, inibidores de bomba de prótons (IBP), causa efeito negativo à mucosa gástrica, podendo ser associado ao desenvolvimento da gastrite crônica atrófica (SANTOS, 2010).     Dessa forma, o uso de produtos naturais adequados no tratamento de patologias gástricas é uma ótima opção para melhorar os sintomas, além de evitar efeitos colaterais comuns em relação ao tratamento tradicional, possuindo baixo custo e fácil acesso à população. 

DISPEPSIA 


    A dispepsia é uma condição clínica de dor recorrente, sendo caracterizada por náusea, pressão epigástrica, flatulência e dor abdominal espasmódica, sendo que a deficiência de secreção de ácido gástrico, pancreática e bile podem estar relacionados a esses sintomas (HOLTMANN, 2003). Dentre as principais plantas medicinais utilizados para tratamento dessa patologia podemos citar: angélica (Angelica archangelica), alcachofra (Cynara scolymus), gengibre (Zingiber officinale), melissa (Melissa officinalis), canela (Cinnamomum verum), hortelã (Mentha piperita), cominho (Carum carvi), alecrim (Rosmarinus officinalis), cavalinha (Equisetum arvense), laranja amarga (Citrus aurantium) e boldo (Peumus boldus) (THOMPSON, 2002). 

GASTRITE E ÚLCERA GÁSTRICA 



Diversos tipos de agressões resultantes de uso prolongado de antiinflamatório abuso de álcool, refluxo de bile para o estômago, estresse e xenobióticos podem estar relacionados ao processo inflamatório, ocasionando gastrite e úlcera gástrica (PACIFICO, 2010). A presença da bactéria H. pylori na mucosa do estômago implica do desenvolvimento da gastrite crônica podendo evoluir para uma úlcera gástrica. As principais plantas medicinais utilizadas para estas duas patologias são: aroeira oral (Schinus terebinthifolius Raddi), espinheirasanta (Maytenus ilicifolia), gengibre (Zingiber officinale), camomila (Matricaria chamomilla), aloe vera (Aloe barbadensi), erva-doce (Pimpinella anisum) e Guaçatonga (Casearia sylvestris). 


      De acordo com o levantamento bibliográfico a Melissa é bastante utilizada para tratamentos de gastropatias, porém não foram encontrados ensaios clínicos e experimentais atestando seus benefícios.             A Melissa officinalis pode ser associada à camomila em prescrições, sendo que ela tem efeito colerético e reguladora das secreções gástricas, auxiliando assim o processo de digestão. Outras plantas medicinais com alegações terapêuticas para dispepsia são a guaçatonga (Casearia sylvestris), mil folhas (Achillea millefolium), carqueja (Baccharis trimera) e a canela (Cinamom verum). 

AROEIRA ORAL (Schinus terebinthifolius) 


A espécie Schinus terebinthifolius Raddi, da família Anacardiaceae, possui em sua composição química taninos, saponinas e triterpenoides, (MATOS, 1997), substâncias as quais são responsáveis pelo seu efeito anti-inflamatório, antimicrobiano, anticarcinogênico, antimutagênico, antioxidante e cicatrizante (DESMARCHILIER, 1999; FURONELES, 1993; RUIZ, 1996).            Dois artigos encontrados no levantamento bibliográfico discutiram sobre o efeito da Schinus terebinthifolius (aroeira oral) na cicatrização de úlcera e gastroproteção, sendo um realizado em humanos e o outro em ratos. O primeiro, utilizou 233,6mg de extrato padronizado em cápsulas 2x/dia por quatro semanas, sendo comparado com grupo controle que utilizou 20mg de Omeprazol 2x/dia, ambos os grupos compostos por pacientes com diagnóstico de gastrite comprovado mediante realização de endoscopia (SANTOS; LIMA, 2010).  O segundo estudo citado, com ratos, utilizou 100mg/Kg/dia de extrato hidro alcoólico por 7,14 e 21 dias. Ambos os estudos constataram efeito positivo no tratamento das gastropatias, sobre a cicatrização, inclusive, tendo sido identificado que a aroeira oral foi tão eficiente quanto o Omeprazol (SANTOS 2012; BARROSFILHO, 2012). 


O Zingiber officinale (Gengibre) da família Zingiberaceae é um fitoterápico muito utilizado em pesquisas. Apresenta diversas atividades terapêuticas, como antiemético, antiepilético, termogênico, anti-inflamatório, além de atividade de gastroproteção, aumentando o peristaltismo e o tônus do músculo intestinal (ALONSO, 1998; TESKE, 2001). Machado; Barbosa (2007) realizaram estudo para avaliar o potencial cicatrizante do gengibre (Zingiber officinale) em ratos previamente tratados com água (controle positivo), ou Ranitidina (20mg/Kg) (controle negativo), ou extrato aquoso de gengibre. Os animais foram sacrificados após duas horas de inserção de indometacina e o estômago foi analisado. Os resultados demonstraram efeitos semelhantes na cicatrização entre os grupos que utilizaram Ranitidina e gengibre. Dessa forma, o gengibre pode ser uma opção eficiente no tratamento de úlceras gástricas (MACHADO; BARBOSA, 2007). 


A Maytenus ilicifolia (espinheira-santa) pertencente à família Celastraceae é uma planta oriunda da mata atlântica brasileira, possui efeitos analgésico, antiinflamatório e antiulcerogênico, sendo muito eficaz no tratamento de úlcera gástrica (INDICE TERAPEUTICO FITOTERAPICO, 2008). Os triterpenos, flavonóides, catequinas, epicatequinas e taninos são os fitoquímicos presentes nessa planta, sendo que a atividade antiulcerogênica é devida aos polissacarídeos, especificamente o arabinogalactanos (JORGE, 2004). Segundo estudo realizado por Negri (2009) que avaliou o potencial antioxidante da espécie Maytenus ilicifolia após as diferentes temperaturas de secagem, a folha que foi submetida a menor temperatura (40ºC) possui maior efeito antioxidante em comparação as que foram submetidas a temperaturas maiores, de 50,60 e 70ºC (SANTOS, 2012). Em um estudo realizado em ratos, no qual todos foram submetidos durante 30 minutos à indometacina (30mg/Kg) para estímulo ulcerogênico. Após isso, foram administradas substâncias em 3 grupos diferentes: solução salina, Ranitidina 50mg/Kg e 300mg extrato de Maytenus ilicifolia. Após 4 horas, os ratos foram sacrificados e foi realizada análise histológica do estômago, tendo sido confirmado o potencial antiulcerogênico dessa planta medicinal, sendo os triterpenóides os principais componentes responsáveis por esse efeito (QUEIROGA, 2000)


A Matricaria chamomilla, conhecida popularmente como camomila, sendo pertencente à família Asteraceae é bastante utilizada para tratar patologias gastrointestinais como: gastrite, colite e hemorroidas. Possui óleos voláteis terpenóides, principalmente bisabolol e chamazuleno que possuem fatores antiinflamatórios. Além disso, essa planta possui flavonoides responsáveis pelo seu efeito antiespasmódico, e mucilagens, mais particularmente a pectina (5 a 10%). Essas substâncias estão mais biodisponíveis quando as flores da camomila são preparadas em infusão (SCULTZ, 2002). Para fins de tratamento para gastrite e úlcera dois tipos de preparação de camomila são recomendados, são elas: infusão de flores de camomila de 1 a 4 vezes ao dia, e, se na forma de extratos líquidos, 30 gotas em uma xícara de água morna (SCULTZ, 2002). Em um estudo realizado em ratos, os quais foram divididos em 5 grupos, todos recebendo extrato aquoso de camomila, observou-se redução do índice ulcerogênico compatível com a dose de camomila administrada. Além disso, houve aumento dos níveis de glutationa após uso desse fitoterápico. A indução de úlceras gástricas foi realizada com uma única dose de etanol a 70%. O exame histológico confirmou que o uso de camomila para essa patologia foi altamente eficaz (HASHEM, 2010). 


COMINHO (Cuminum cyminum L.) e ERVA-DOCE (Pimpinella anisum L.) 

     O Cuminum cyminum, mais conhecido cominho e a Pimpinella anisum (ervadoce) ambas pertencentes à família Apiaceae, são plantas medicinais que possuem atividade antibacteriana, sendo que o uso do cominho pode ser comparado ao efeito de antibiótico para infecção de H. pylori, segundo estudo realizado (NOSTRO, 2007). As duas plantas possuem efeito antioxidante e antifúngico (CHAUDRY, 2006). Indica-se associar o uso de erva-doce com camomila ou funcho, otimizando assim, a digestão e aliviando a flatulência e cólicas intestinais (CHOI, 2004). 

 ALCACHOFRA (Cynara scolymus) 


  A Cynara scolymus, conhecida como alcachofra, pertencente à família Asteraceae, possui propriedades antioxidantes, otimiza a digestão, melhora a função da vesícula biliar e reduz o colesterol (ALONSO, 1998).       Um estudo realizado em humanos com diagnóstico de dispepsia, durante 60 dias, utilizou um produto contendo extrato de folhas de alcachofra (15% de ácido clorogênico, 150mg/cápsula), extrato de dente-de-leão (2% de inulina), rizoma de cúrcuma longa (95% de curcumina) e óleo essencial de alecrim. Os resultados obtidos foram bem satisfatórios, sendo que, em 30 dias, 38% dos pacientes apresentaram redução de 50% dos sintomas característicos, e, em 60 dias, essa redução aumentou em mais 29%. Observou-se também redução de colesterol total e triglicerídeo em 60 dias (SANNIA, 2010).      Em outro estudo controlado realizado com 244 pacientes com dispepsia, foi utilizado extrato de alcachofra durante seis semanas, sendo que todos os pacientes apresentaram melhora total dos sintomas (HOLTMANN, 2003). 


 A Mentha piperita, nome popular hortelã da família Lamiaceae é uma planta que pode ser utilizada no tratamento de dispepsia não ulcerosa. Estudo realizado por Thompson e Ernest (2002), confirmou seus benefícios para esses pacientes, sendo que, dos 17 estudos encontrados, nove utilizaram hortelã e cominho conjuntamente. Em quase 100% dos pacientes os sintomas reduziram.            A cúrcuma (Curcuma longa) e a hortelã foram as principais plantas utilizadas nesse estudo. A primeira estimula o aumento da produção e secreção da bile, melhorando assim a digestão além de seu efeito antiespasmódico. Já a hortelã, desenvolve inibição das contrações do músculo liso devido à interação direta entre óleo de hortelã e canais de cálcio (THOMPSON; ERNEST, 2002). 


CONCLUSÃO 


       Devido ao estresse e alimentação inadequada, há um número crescente de indivíduos com doenças gástricas, para as quais o tratamento com plantas medicinais mostrou-se bastante eficaz, devendo ser estimuladas pesquisas nessa área.         As plantas que foram citadas no presente trabalho apresentaram, de acordo com seus respectivos estudos, efeito gastroprotetor e eficácia no tratamento de úlceras, dispepsia e gastrite como a espinheira santa, planta muito utilizada no Brasil, além do gengibre, aroeira oral, camomila, alcachofra, erva-doce, cominho e hortelã também muito utilizados para tratamento de doenças gástricas. A fitoterapia é uma ótima opção para tratamento dessas gastropatias. Além de apresentar menor custo, o tratamento com plantas medicinais evita possíveis complicações para o organismo, como a gastrite atrófica, apresenta menos efeitos colaterais, bem como melhora os sinais e sintomas relacionados à doença. 


REFERÊNCIAS 


ALONSO, JR. Tratado de fitomedicina - Bases clínicas y farmacológicas. Argentina. isis Ediciones SRL:1998.p. 439-45.

 ARAUJO, C.E.P; MATTOS FILHO, T.R. Applied methods to the study medicinal plants with indication hepatoprotective. LECTA – USF. v.16, n. 1, 1998.

ASCHWANDEN, C. Herbs for health, but how safe are they? Bull. W.H.O; Geneva, 79. Disponível em: . Acesso em: 15 ago 2016.  

CHAUDHRY, N.M; TARIG, P. Bactericidial activity of black pepper, bay leaf, aniseed and coriander against oral isolates. Pak J Pharm Sci. v.19, n. 3, p. 214-18, 2006.

FRENHANI, P.B; BURINI, R.C. Human protein digestive activity and control. Arq Gastroenterol. v. 36, n. 3, 1999.

HOLTMANN, G; ADAM, B; HAAG, S; et al. Efficacy of artichoke leaf extract in the treatment of patients with functional dyspepsia: a six week placebo-controlled, couble blind, multicentre trial. Aliment Pharmacol Ther. v. 18, p. 1099-1105, 2003.

PACIFICO, L. ANANIA, C; OSBORN, JF; et al. Consequences of heliobacter pylori infection in children. World J Gastroenterol. v. 16, n. 41, p. 5181-94, 2010.

SANNIA, A. Phytotherapy with misture of dry extracts with hepato-protective effects containing artichoke leaves in the management of functional dyspepsia symptoms. Minerva gastroenterol Dietol. v. 56, n. 2, p. 93-99, 2010.

SHULTZ, V; HANSEL, R; TYLER, V.E. Fitoterapia racional. Um guia de fitoterapia para as ciências da saúde. 4ed. São Paulo: Editora: Manole, 2002.

TESKE, M. e TRENTINI, A.M.M. HERBARIUM - Compêndio de fitoterapia. 4a ed. Curitiba: Herbarium Laboratório Botânico, 2001.

THOMPSON, J.C; Ernest, E. Systematic review: herbal medicinal products for nonulcer dyspepsia. Aliment Pharmacol Ther. v.16, p. 1689-99, 2002.

WANNER, J; Bail, S; BCHBAER, G; et al. Chemical composition and antimicrobial activity of cumin oil. Nat Prod Commun. v. 5, n. 9, p. 1355-58, 2010.

WHO – World Health Organization. Monographs on selected medicinal plants. Genebra. Organização mundial de saúde, 1999. 

3 comentários:

Unknown disse...

Excelente matéria, fico muito grato por ter conhecido esse blogger: Ervas e Insumos, através dessa riqueza de informações e conteúdos.

Unknown disse...

Nota 10 explicações claras muito úteis. Parabéns.

Unknown disse...

Parabéns pela matéria!Planto cúrcuma,hortelã,também faço uso.