Nome Botânico
Cucurbita pepo L
Nome Farmacéutico
Semem Cucurbitae
Família
Cucurbitacease
Parte Utilizada
Sementes
Propriedades Organolépticas
Doce e neutra
Outros nomes populares Abóbora amarela, abóbora comprida, abóbora branca, abóbora de carneiro, abóbora de guiné, abóbora de porco, abóbora grande, abóbora menina, abóbora moranga, abóboraporqueira, abóbora quaresma, aboboreira, aboboreira grande, abobrinha italiana, cabaceira, cucurbita potiro, girimum, jeremum, jerimum, jurumum, moganga.
Origem
América Central.
Histórico
Evidências arqueológicas indicam o uso e cultivo de espécies de Cucurbita por povos das civilizações Olmeca, que foram posteriormente absorvidos pelos Astecas, Incas e Maias, formando a base de sua alimentação, junto ao milho e ao feijão. Há indícios de que essa espécie é cultivada no México e EUA desde 14.000 a.C.1 Foi introduzida na Europa no século 16 como alimento para animais.2 Citada nas Farmacopeias Brasileira 1a e 2a edições e no elenco da CEME.
Principais componentes químicos
Cerca de 1% esteroides, ácidos graxos insaturados (oleico e linoleico), sais minerais (selênio, magnésio, zinco e cobre), óleo fixo, pectina, 25 a 30% de proteínas.
As sementes são ricas em óleo fixo (até 50%),3 proteína (38%), αtocoferóis (3 mg/100 g) e carboidratos (37%). Os quatro principais ácidos graxos presentes no óleo da semente são: palmítico C16:0 (13,3%), esteárico C18:0 (8,0%), oleico C18:1 (29,0%) e linoleico C18:2(47,0%).4
Atividades farmacológicas
O óleo fixo da semente contém substâncias com estruturas semelhantes à dihidrotestosterona (DHT) que interfere com seu metabolismo e inibe competitivamente a enzima 5αredutase, responsável pela transformação da testosterona em DHT, melhorando a hipertrofia prostática. Essa atividade é semelhante à de Serenoa repens e Pygeum africanum.1,5 Apresenta também efeito antihelmíntico, pois a cucurbitina, presente nas sementes, tem ação paralisante sobre a musculatura da tênia evidenciada em ensaios in vivo utilizandose extratos hidroalcoólicos. Em estudo realizado para avaliar a eficácia sobre infecções helmínticas em caprinos, observouse uma redução média de 87,31% para 24% no grupo tratado com as sementes dessa planta.6 Estudo recente realizado com ratos com diabetes induzido revela que a atividade antioxidante do tocoferol presente na semente crua da abóbora promoveu melhora na glicemia, insulinemia e dislipidemia.7 Propriedades diuréticas também são atribuídas ao óleo da semente.8
Indicações e usos principais
- Antihelmíntica: contra tênia, oxiúros e áscaris.
- Hipertrofia prostática benigna.
Uso etnomedicinal
Todas as partes desta planta são utilizadas na medicina popular brasileira. As sementes são vermífugas; o chá das flores age como estomáquico, antitérmico, antiinflamatório dos rins, baço e fígado. O suco das folhas amassadas é usado externamente na erisipela e nas queimaduras. O fruto cozido é utilizado como antidiarreico, como alimento, em máscaras faciais e cataplasmas,3 e os crus, para prisão de ventre.9
Posologia
- Como antihelmíntico:
- Pó da semente descascada: 200 g pela manhã em jejum. Após 2 a 3 h, ingerir um purgante
- 50 sementes trituradas: com leite e açúcar formando uma pasta. Após 2 h, ingerir óleo de rícino.
- O uso do purgante é importante, uma vez que o verme é apenas paralisado, mas não morre.
- Na hipertrofia prostática: Óleo da semente: 200 mg a 300 mg por cápsula. Tomar 2 vezes/dia.
Extratos disponíveis no mercado brasileiro
Sem referências.
Contraindicações
Sem referências.
Precauções
Alterações no INR contraindicariam o uso do óleo da semente concomitante com terapias anticoagulantes.
Toxicidade
Sem referências.
Referências bibliográficas
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Índice Terapêutico Fitoterápico. 1a edição. Ervas medicinais. Rio de Janeiro: Publicações Biomédicas; 2008.
Younis YMH, Ghirmay S, AlShihry SS. African Cucurbita pepo L.: properties of seed and variability in fatty acid composition of seed oil. Phytochemistry. 2000; 54:7175.
Ribeiro JC, Carvalho AP, Santos AR. Terapêutica actual da hipertrofia benigna da próstata. Acta Urológica. 2006; 23(1):9399.
Almeida WVF, Silva MLCR, Farias EB, Athayde ACR, Silva WW. Avaliação de plantas medicinais em caprinos da região do semiárido paraibano naturalmente infectados por nematoides gastrintestinais. Caatinga (Mossoró, Brasil). 2007; 20(3):17.
Bharti SK, Kumar A, Sharma NK, Prakash O, Jaiswal SK, Krishnan S, et al. Tocopherol from seeds of Cucurbita pepo against diabetes: validation by in vivo experiments supported by computational docking. J Formos Med Assoc. 2013; 112(11):67690.
Allkanjari O, Vitalone A. What do we know about phytotherapy of benign prostatic hyperplasia? Life sciences [00243205]
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Lorenzi H, Matos FJA. Plantas medicinais no Brasil. Instituto Plantarum. 2a edição. 2008
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