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quinta-feira, 11 de abril de 2019

Abóbora


Nome Botânico
Cucurbita pepo L

Nome Farmacéutico
Semem Cucurbitae

Família
Cucurbitacease

Parte Utilizada
Sementes

Propriedades Organolépticas
Doce e neutra

Outros nomes populares Abóbora­ amarela, abóbora­ comprida, abóbora ­branca, abóbora­ de­ carneiro, abóbora­ de ­guiné, abóbora­ de ­porco, abóbora grande,  abóbora ­menina,  abóbora ­moranga,  abóbora­porqueira,  abóbora ­quaresma,  aboboreira,  aboboreira ­grande, abobrinha­ italiana, cabaceira, cucurbita potiro, girimum, jeremum, jerimum, jurumum, moganga.


Origem
América Central.

Histórico
Evidências arqueológicas indicam o uso e cultivo de espécies de Cucurbita por povos das civilizações Olmeca, que foram posteriormente absorvidos pelos Astecas, Incas e Maias, formando a base de sua alimentação, junto ao milho e ao feijão. Há indícios de que essa espécie é cultivada no México e EUA desde 14.000 a.C.1 Foi introduzida na Europa no século 16 como alimento para animais.2 Citada nas Farmacopeias Brasileira 1a e 2a edições e no elenco da CEME.

Principais componentes químicos 
Cerca de 1% esteroides, ácidos graxos insaturados (oleico e linoleico), sais minerais (selênio, magnésio, zinco e cobre), óleo fixo, pectina, 25 a 30% de proteínas.

As sementes são ricas em óleo fixo (até 50%),3 proteína (38%), α­tocoferóis (3 mg/100 g) e carboidratos (37%). Os quatro principais ácidos graxos presentes no óleo da semente são: palmítico C16:0 (13,3%), esteárico C18:0 (8,0%), oleico C18:1 (29,0%) e linoleico C18:2(47,0%).4

Atividades farmacológicas 

O óleo fixo da semente contém substâncias com estruturas semelhantes à di­hidrotestosterona (DHT) que interfere com seu metabolismo e inibe competitivamente a enzima 5α­redutase, responsável pela transformação da testosterona em DHT, melhorando a hipertrofia prostática. Essa atividade é semelhante à de Serenoa repens e Pygeum africanum.1,5 Apresenta também efeito anti­helmíntico, pois a cucurbitina, presente nas sementes, tem ação paralisante sobre a musculatura da tênia evidenciada em ensaios in vivo utilizando­se extratos hidroalcoólicos. Em estudo realizado para avaliar a eficácia sobre infecções helmínticas em caprinos, observou­se uma redução média de 87,31% para 24% no grupo tratado com as sementes dessa planta.6 Estudo recente realizado com ratos com diabetes induzido revela que a atividade antioxidante do tocoferol presente na semente crua da abóbora promoveu melhora na glicemia, insulinemia e dislipidemia.7 Propriedades diuréticas também são atribuídas ao óleo da semente.8

Indicações e usos principais 

  • Anti­helmíntica: contra tênia, oxiúros e áscaris. 
  • Hipertrofia prostática benigna.

Uso etnomedicinal 
Todas as partes desta planta são utilizadas na medicina popular brasileira. As sementes são vermífugas; o chá das flores age como  estomáquico,  antitérmico,  anti­inflamatório  dos  rins,  baço  e  fígado.  O  suco  das  folhas  amassadas  é  usado externamente na erisipela e nas queimaduras. O fruto cozido é utilizado como antidiarreico, como alimento, em máscaras faciais e cataplasmas,3 e os crus, para prisão de ventre.9 

Posologia 
  1. Como anti­helmíntico: 
  • Pó da semente descascada: 200 g pela manhã em jejum. Após 2 a 3 h, ingerir um purgante 
  • 50 sementes trituradas: com leite e açúcar formando uma pasta. Após 2 h, ingerir óleo de rícino.
  • O uso do purgante é importante, uma vez que o verme é apenas paralisado, mas não morre.
  • Na hipertrofia prostática: Óleo da semente: 200  mg a 300 mg por cápsula. Tomar 2 vezes/dia. 

Extratos disponíveis no mercado brasileiro 
Sem referências.

Contraindicações
Sem referências.

Precauções 
Alterações no INR contraindicariam o uso do óleo da semente concomitante com terapias anticoagulantes.

Toxicidade 
Sem referências.


Referências bibliográficas 
Abdel­Rahman MK. Effect of pumpkin seed (Cucurbita pepo L.) diets on benign prostatic hyperplasia (BPH): chemical and morphometric evaluation in rats. World Journal of Chemistry. 2006; 1(1):33­40. Alonso JR. Tratado de fitomedicina bases clínicas y farmacológicas. Buenos Aires: Isis; 1998. 
Índice Terapêutico Fitoterápico. 1a edição. Ervas medicinais. Rio de Janeiro: Publicações Biomédicas; 2008.
Younis YMH, Ghirmay S, Al­Shihry SS. African Cucurbita pepo L.: properties of seed and variability in fatty acid composition of seed oil. Phytochemistry. 2000; 54:71­75. 
Ribeiro JC, Carvalho AP, Santos AR. Terapêutica actual da hipertrofia benigna da próstata. Acta Urológica. 2006; 23(1):93­99. 
Almeida WVF, Silva MLCR, Farias EB, Athayde ACR, Silva WW. Avaliação de plantas medicinais em caprinos da região do semiárido paraibano naturalmente infectados por nematoides gastrintestinais. Caatinga (Mossoró, Brasil). 2007; 20(3):1­7.
Bharti SK, Kumar A, Sharma NK, Prakash O, Jaiswal SK, Krishnan S, et al. Tocopherol from seeds of Cucurbita pepo against diabetes: validation by in vivo experiments supported by computational docking. J Formos Med Assoc. 2013; 112(11):676­90. 
Allkanjari O, Vitalone A. What do we know about phytotherapy of benign prostatic hyperplasia? Life sciences [0024­3205] 
Allkanjari, Olta. 2015; 126:42­56. 
Lorenzi H, Matos FJA. Plantas medicinais no Brasil. Instituto Plantarum. 2a edição. 2008

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