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terça-feira, 24 de junho de 2008

Alcaçuz Importado



Proveniente da Europa Meridional, o Alcaçuz é uma planta que mede de 30 centímetros a 1 metro de altura, de caule ereto, folhas pecioladas, compostas por 9 a 17 folíolos ovais ou oblongos, inteiros, verdes, viscosos na página inferior; flores azul-claras ou lilás em cachos espiciformes cilíndricos; o fruto é uma vagem comprida, linear, com 3 ou 4 sementes castanhas. A droga vegetal possui odor fraco, porém característico e sabor muito doce, é constituída de raiz e rizoma, as quais são descritas assim na Farmacopéia Brasileira 3ª Edição (1977): “A droga é constituída de raízes e estolhos mondados, sendo privados do súber, do parênquima cortical e duma parte menor ou maior do floema. Ambos os órgãos apresentam-se em pedaços cilíndricos de 15 cm a 1 m de comprimento e de 0,5 a 4 cm de diâmetro de cor amarela, mostrando esquirolas fibrosas que se despregam da superfície. A fratura é fortemente fibrosa. Na secção transversal da raiz vêem-se: a zona do floema com estrias radiais distintas e, dentro do círculo cambial, a zona lenhosa de cor amarela mais escura que a da casca; esta zona apresenta alguns círculos concêntricos e estrias mais finas do que as do floema, que atingem os centros: as raízes mais velhas e espessas mostram freqüentemente estreitas fendas radiais contendo ar e são, portanto, de densidade menor que a da água, enquanto as raízes menores e os estolhos possuem uma estrutura mais densa, e densidade maior que a da água. A estrutura do estolho distingue-se da raiz por mostrar uma medula cilíndrica ou poligonal-arredondada.”

Nome Científico: Glycyrrhiza glabra L. Sinonímia: Glycyrrhiza brachycarpa Boiss.; Glycyrrhiza echinata Lepech.; Glycyrrhiza germanica Tourn.; Glycyrrhiza glandulifera Waldst. et Kit.; Glycyrrhiza hirsuta L.; Glycyrrhiza laevis Pall.; Glycyrrhiza officinalis Lepech.; Glycyrrhiza pallida Boiss.; Glycyrrhiza siliquosa Tourn.; Glycyrrhiza violacea Boiss.; Glycyrrhiza viscosa Turcz. ex Ledeb.; Glycyrrhiza vulgaris Gueldenst. ex Ledeb; Liquiritia officinalis Moench; Liquiritia officinarum Medik.

Nome Popular: Alcaçuz, Madeira-doce e Alcaçuz-da-europa, no Brasil; Regoliz, Regaliz, Pau-doce e Raiz-doce, em Portugal; Licorice e Sweet Root, em inglês; Ororuz, Palo Dulce, Regaliza, Regaliz e Regoliz, em espanhol; Regolizia, na Itália; Réglisse, na França; Lakritzenholz, na Alemanha; Lakris, na Dinamarca; Lakrycya, na Polônia; Lakrits, na Suécia.

Denominação Homeopática: GLYCYRRHIZA GLABRA.

Família Botânica: Fabaceae.
Parte Utilizada: Raízes e rizoma.
Princípios Ativos:
Saponinas: glicirrizina (conformada por sais de cálcio e potássio do ácido glicirrícico, que se desdobra por hidrólise em duas moléculas de ácido glicurônico e uma de ácido glicirrético), 24-OH-glicirrizina, glabraminas A e B, glicirretol, glabrolídeo e isoglabrolídeo; Flavonóides: flavonas: liquiritosídeo; chalconas: isoliquiritigenina e isoquiritigenina; isoflavonas: glabrona; isoflavonóis: glabrol; Cumarinas: umbeliferona, herniarina, glicirrina, licuomarina; Fitosteróis: estigmasterol e b-sitosterol; Óleo Essencial: estragol, anetol, eugenol, benzaldeído, pentanol, hexanol, a-acetilfurano, a-acetil-pirrol, a-terpineol, tuiona, fenchona, linalol, indol, g-nonalactona.


Indicações e Ações Farmacológicas:
O Alcaçuz é indicado nas afecções gastrintestinais, tais como: gastrite, úlceras gastrintestinais, refluxo gastroesofágico, espasmos gastrintestinais e prisão ventre; nas afecções respiratórias: tosse, bronquite e asma; no reumatismo e na artrite. Externamente é indicado na estomatite e na blefaroconjuntivite.

A glicirricina é uma saponina com baixo índice hemolítico e apresenta um importante poder edulcorante (50 vezes mais doce que o açúcar), utilizado na indústria farmacêutica como agente corretivo de sabor, mascarando o sabor amargo de drogas como o Aloe, Cloreto de Amônio e Quinina. Empregado como veículo para uso oral, tem demonstrado inibir o desenvolvimento de bactérias e a formação de placas nos dentes (Segal R. et al.,1985). Também demonstrou possuir atividade antiinflamatória, antitusígena e expectorante (Hikino H., 1985; Handa, S. et al.,1992; San Lin R., 1994).

A atividade antitusígena foi demonstrada através da supressão da tosse induzida por estímulos elétricos e químicos sobre o nervo laríngeo superior do gato, logo após a administração de glicirrizina (Wang Z., 1996). Além disso, a glicirrizina demonstrou desde muito tempo potenciar a ação antiinflamatória da hidrocortisona em ratos (Gujral M. et al., 1961). Outros flavonóides como o liquiritosídeo também demonstraram, in vitro, atividade antiinflamatória (Obolentseva G. e Khadzhai Y., 1966).

Em modelos inflamatórios de edema plantar em ratos induzidos por carragenina, o ácido 18-alfa-glicirrético demonstrou possuir maior atividade que seu isômero beta, sendo o potencial de sua ação similar ao dos glicorticóides. Tanto a glicirricina como aglicona possuem efeito mineralocorticóide devido à inibição da D’-5-b-redutase ao nível hepático. As modificações na atividade de algumas enzimas produzidas pelo ácido glicirrético e hidrocortisona têm sido correlacionadas com o efeito antiartrítico, devido à similaridade estrutural de ambos compostos e sua atividade ao nível das supra-renais (Amagaya S. et al., 1984).

O estigmasterol e b-sitosterol possuem atividade estrogênica, o liquiritosídeo confere uma atividade antiespasmódica e carminativa (útil quando se associa o Alcaçuz com laxantes vegetais antraquinônicos) e o isoliquiritosídeo apresenta in vitro, ação antiagregante plaquetária comparável com o ácido acetil salicílico (Takada D. et al.1992).

O ácido glicirrético é empregado em cosméticos como cicatrizante, antiinflamatório e descongestionante sob a forma de emulsão, talco ou pasta dental. Este ácido apresenta afinidade por receptores pertencentes aos leucócitos mononucleares destinados aos mineralocorticóides, o qual somado à inibição da enzima D’-5-b-redutase hepática e pode gerar uma síndrome de pseudohiperaldosteronismo (Armanini D. et al.,1989).

Com relação à atividade antiulcerogênica, os flavonóides em seu conjunto promovem a secreção da mucosa gástrica e inibem a produção de pepsinogênio, tal como se observou em modelos de úlceras gástricas induzidas por ácido acetil salicílico (Dephour A. et al., 1994).

O extrato metanólico de Alcaçuz Importado tem demonstrado reduzir a produção de secretina, colaborando com o decréscimo da acidez gástrica (Shiratori K. et al.,1984).

Em estudos comparativos com cimetidina, pode-se observar que esta substância apresenta um efeito antiácido maior que o Alcaçuz Importado nos casos de úlceras gástricas, ao contrário era de maior grau as lesões ulcerosas no duodeno. Neste mesmo contexto, o Alcaçuz Importado em doses de 760 mg, três vezes ao dia, demonstrou uma menor taxa de recidivas em todos os casos. Para evitar os fenômenos do pseualdosteronismo pode-se promover a remoção de 97% do ácido glicirrético da formulação, criando o Alcaçuz desglicirrinizado (Castleman M., 1995).

O Alcaçuz também age sobre o sistema nervoso central, sendo benéfico no mecanismo da ansiedade assim como a psicomotricidade e os estados convulsivos infantis. Tanto o liquiritosídeo como o isoliquiritosídeo têm demonstrado in vitro inibir a enzima monoaminooxidase , sendo útil na depressão (Segal R. et al.,1985).

Toxicidade/Contra-indicações: O Alcaçuz Importado é considerado de baixa toxicidade em comparação com os extratos puros de glicirricina. Devido a uma possível capacidade de gerar um quadro de pseudoaldosteronismo por ação mineralocorticóide (caracterizado por retenção de sódio, cloro e água, edema, hipertensão arterial e ocasionalmente mioglobinúria), é desaconselhável o consumo excessivo desta espécie (não ultrapassar um mês de dose contínua).

Até o momento relata-se na literatura médica 25 casos de pseudoaldosteronismo, observando-se em todos os casos altas concentrações de Alcaçuz na elaboração dos extratos ou de caramelo (pelo fato do Alcaçuz Importado ser edulcorante). Para evitar esses problemas, pode-se substituir o Alcaçuz por Anis. Em outro plano, devido à atividade hormonal do Alcaçuz Importado, foram demonstrados alguns casos de amenorréia (Corrocher R. et al., 1983).

É contra-indicado o uso para indivíduos que sofram de hipertensão arterial, hiperestrogenismo e diabetes.

Dosagem e Modo de Usar:

Uso Interno:

- Decocção: 20 g/l, ferver durante cinco minutos e tomar 500 ml/dia;
- Extrato Fluido (1:1): 30 a 50 gotas, uma a três vezes ao dia;
- Tintura (1:5): 50-100 gotas, uma a três vezes ao dia;
- Extrato Seco (5:1): 0,2 a 1 g/dia;
- Pó: 2 a 5 gramas, uma a três vezes ao dia;

Uso Externo:
- Infusão: 50 g/l. Isotonizar e aplicar sob a forma em compressas, colírios ou banhos oculares (blefarite e conjuntivite).

Referências Bibliográficas:

FARMACOPÉIA BRASILEIRA. 3ª edição. 1977.
PR VADEMECUM DE PRECRIPCIÓN DE PLANTAS MEDICINALES.
edição. 1998.
SIMÕES, C. M. O. Farmacognosia da Planta ao Medicamento. 1ª edição.
1999.
SOARES, A. D. Dicionário de Medicamentos Homeopáticos. 1ª edição. Santos
Livraria Editora. 2000.
ALONSO, J. R. Tratado de Fitomedicina. 1ª edição. Isis Ediciones. Buenos Aires.

1998 (obra que cita as referências mostradas nos itens Indicações e
Ações Farmacológicas/ Toxicidade e Contra-indicações)


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