Trata-se de uma planta herbácea perene, caracterizada por apresentar um caule piloso, ereto, que mede de 30 a 80 centímetros de altura. Suas folhas são pecioladas, alternas, pinadamente divididas, de cor verde-amarelada, com três a sete pares de segmentos oblongos e inciso-dentados. As flores são reunidas em corimbos terminais, sendo brancas as flores marginais e amarelas as flores do disco. Possui aroma acre e muito forte. O fruto é um aquênio com uma borda membranosa.
É oriundo da região balcânica, existindo em quase toda a Europa e bem adaptada no Brasil.
Seu nome científico Tanacetum deriva do grego “Athanasia”, que significa imortalidade, uma alusão às flores duradouras de algumas espécies. No entanto o nome parthenium foi atribuído aos escritos do historiador grego Plutuarco, o qual dizia que uma das pessoas que construiram o templo de Partenon havia sido curado de sua cefaléia intensa com esta espécie. Antigamente era muito utilizada para tratar a febre e desta forma é chamada pelos ingleses de “Feverfew” (pouca febre).
Nome Científico: Tanacetum parthenium L. Sinonímia: Chrysanthemum parthenium L.
Nome Popular: Chrysanthemum, Monsenhor-amarelo, Margaridinha, Matricária e Piretro-do-cáucaso, no Brasil; Tanaceto, Crisantemo de Jardín, Matricaria e Margaza, em espanhol; Feverfew, Featherfew, Featherfoil e Midsummer Daisy, em inglês; Tannaise Commune, na França;
Denominação Homeopática: PARTHENIUM ou PYRETHRUM.
Família Botânica: Asteraceae (Compositae).
Parte Utilizada: Folha e caule.
Princípios Ativos: Óleo Essencial: -pineno e seus derivados como: bornil-acetato e angelato, ácido cóstico, -farnesina e ésteres espiroquetalenólicos; Lactonas Sesquiterpênicas: formadas principalmente por um germacranolídeo: partenolídeo e derivados: 3--hidroxi-partenolídeo, secotana-partolólido-A e B, artemorina, epoxiartemorina, canina, 10-epicanina, 3--hidroxi-costunilídeo, santamarina (balcanina), reinosina e traços de artecanina; Ácidos Fenólicos; Flavonóides; Princípios Amargos; Fitosterina; Ácido Tânico; Ácido Antêmico.
Indicações e Ações Farmacológicas: Indicado nas dispepsias hiposecretoras, nos espasmos gastrointestinais, na dismenorréia, na insônia, na profilaxia de enxaquecas e como coadjuvante no tratamento da arterioesclerose e da hipertensão arterial.
A droga vegetal apresenta eficaz ação contra as enxaquecas, destacando-se aquelas de origem vascular. Extratos desta planta em doses de 200 g/ml exibiu um efeito antiespasmódico sobre a musculatura lisa da parede da artéria aorta de coelhos, inibindo de maneira irreversível substâncias como a fenilefrina, 5-OH-triptamina e angiotensina II; também diminui as contrações arteriais induzidas previamente pela acetilcolina (Voyno Yasennetskaya T. et al., 1988; Barby R. et al., 1992).
Seu emprego está indicado especialmente como preventivo das crises de enxaqueca, reduzindo a freqüência e intensidade da mesma, uma vez que melhora os sintomas neurovegetativos associados tais como náuseas, vertigens e vômitos (Johnson E., et al., 1985; Awang D., 1993; Berry M., 1994). Postula-se entre os mecanismos que geram a enxaqueca um aumento da adesividade e secreção plaquetária, o qual seria devido à atividade antiagregante das lactonas sesquiterpênicas presentes nos extratos (em maior parte nos alcoólicos e aquosos), ao inibir o metabolismo do ácido araquidônico atuando sobre a enzima protein-quinase C dos granulócitos, responsável pelo aumento de fosfolipase A2, acionando desta forma os grupos sulfidrílicos (Heptinstall S., et al., 1987).
Uma experiência com 77 pacientes com enxaqueca, efetuada durante o período assintomático, demonstrou a agregação e adesão plaquetária era mais alta em relação aos grupos de controle (indivíduos que não possuiam enxaqueca). Por exemplo a liberação de 5-OH-triptamina (serotonina) por parte das plaquetas era superior durante um período de 3 dias de enxaqueca que nos intervalos assintomáticos. (Groenewegen W., et al., 1990). Isto permite concluir que o Chrysanthemum ao inibir a liberação de serotonina (hormônio que produz vasoconstrição entre outros efeitos), diminui a frequência das crises; no entanto as plaquetas dos pacientes com enxaqueca demonstraram um comportamento diferente ao dos indivíduos sãos, o qual explicaria em parte o aparecimento e a recorrência dos ataques (Hylands P., 1986).
Ainda diminui a produção de histamina pelos mastócitos e inibe a produção de eicosanóides, em especial o tromboxano B2 e o leucotrieno B4 (Biggs M. et al., 1982; Loesche W. et al., 1988; Summer H. et al., 1992). A atividade inibitória sobre os polimorfonucleares (os quais estão aumentados na artrite reumatóide), abre uma porta para a investigação desta patologia (Heptinstall S. et al., 1985).
O extrato etanólico elaborado a partir das partes aéreas em concentração de 5 mg/ml exibiu, in vitro, atividade antimicrobiana frente a Sarcinia lutea e Staphylococcus aureus. Em contrapartida, não se observou efeitos sobre a Escherichia coli (Bhakuni D. et al., 1974). A respeito da santamarina, existem alguns ensaios preliminares in vitro que exibem atividade antimicrobiana e antitumoral (Arteche García A. et al., 1994).
Quanto ao efeito inibitório sobre a formação da prostaglandina permite reduzir os quadros inflamatórios observados durante os transtornos menstruais na mulher (Castleman M., 1991).
A respeito dos ésteres espiroquetais presentes nos integrantes da família das Margaridas, os mesmos exibiram efeito antiespasmódico, útil nos casos de cólicas de origem digestiva (Wren R., 1994).
Toxicidade/Contra-indicações: Já se foram descritas algumas reações de dermatites de contato, úlceras bucais e dores abdominais inerentes à presença das lactonas sesquiterpênicas, sobre tudo nas folhas frescas (Mitchell J., et al., 1971; Burry J., 1980; Johnson E., et al., 1985).
É contra-indicado o uso na gravidez, para lactentes devido a presença de princípios amargos, para crianças menores de 2 anos e para pessoas que estejam fazendo tratamentos com anticoagulantes.
Dosagem e Modo de Usar:
• Infusão: Uma colher de sobremesa por xícara, infundindo por 10 minutos. Tomar três xícaras por dia, antes das refeições.
• Pó: 100-300 mg/cápsula, uma a três vezes ao dia.
Referências Bibliográficas:
• PR VADEMECUM DE PRECRIPCIÓN DE PLANTAS MEDICINALES. 3ª
edição. 1998.
• ALONSO, J. R. Tratado de Fitomedicina. 1ª edição. Isis Ediciones. Buenos
Aires. 1998 (obra que cita as referências mostradas nos itens Indicações e Ações
Farmacológicas/ Toxicidade e Contra-indicações).
• PDR FOR HERBAL MEDICINES. 1ª edição. 1998.
• CORRÊA, M. P. Dicionário das Plantas Úteis do Brasil. IBDF. 1984.
• SOARES, A. D. Dicionário de Medicamentos Homeopáticos. 1ª edição. Santos
Livraria Editora. 2000.
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