Apesar da Medicina o desprezar, o Dente de Leão continua a curar oficiosamente os doentes. Sua importância e prestígio aumentaram bastante a partir do século vinte, de modo que em todas as terapêuticas em que era utilizado passaram a chamar-se Taraxacoterapias, denominação proveniente do seu outro nome popular muito utilizado: Taraxaco.
É uma planta que cresce em toda a parte, durante quase todo o ano, perene, fechando-se durante a noite e abrindo-se ao alvorecer. De porte herbáceo, mede de 5 a 50 cm de altura; possui folhas em roseta basilar densa, glabras, compridas, diversamente roncinadas (com os segmentos laterais virados para a base); flores de um amarelo intenso, liguladas, formando um grande capítulo num comprido pedúnculo radical, liso, oco; fruto do tipo aquênio cinzento-azulado, oblongo-fusiforme, um pouco espinhoso na extremidade superior; rizoma espesso; grossa raiz aprumada, castanho-escura e esbranquiçada no corte. Possui espécies de variedades gigante e anã. De origem européia, hoje é aclimatada em todo o mundo.
Nome Científico: Taraxacum officinale Weber. Sinonímia: Leontodon taraxacum L; Taraxacum densleonis Desf.
Nome Popular: Dente de Leão, Taraxaco, Alface de Cão, Dente de Leão dos Jardins, Salada de Toupeira, Alface de Coco, Coroa de Monge, Frango, Quartilho, Amor dos Homens, Chicória Louca, no Brasil; Diente de León, Achicoria Amarga, Taraxacón, Amargón, em língua espanhola; Diente di Leone, Tarassaco, em italiano; Pissenlit, Dent-de-lion, em francês; Dandelion, em inglês; Löwenzahn, Kuhblume, em alemão.
Denominação Homeopática: TARAXACUM.
Família Botânica: Asteraceae (Compositae).
Parte Utilizada: As partes aéreas da planta (talo, folha e flor) e raiz.
Princípios Ativos: Inulina (2% nas raízes); Resinas; Derivados Terpênicos: -sitosterol e estigmasterol; Flavonóides; Vitaminas A, B1, C, PP e D; Princípio Amargo: taraxacina; Ácidos: cafêico, cítrico, feniloacético, p-hidroxibenzóico; Glicosídeo: taraxacosídeo; Potássio.
Indicações e Ações Farmacológicas: É indicado para pessoas predispostas ou que possuam cálculo biliar, coleocistite, inapetência, oligúria, problemas hepáticos, cirrose e desordens hepatobiliares. É uma das ervas mais seguras como diurética, utilizada em tratamentos de afecções genitourinárias: cistites, uretrites e também na hipertensão arterial. É coadjuvante no tratamento da obesidade, problemas dermatológicos, dispepsia, hipoacidez gástrica e desordens reumáticas.
A presença de potássio e flavonóides asseguram a ação diurética do Dente de Leão, sendo o potássio responsável por um melhor controle dos níveis de espoliação pela via urinária e os flavonóides pelo aumento da diurese. A inulina presente reforça os efeitos
diuréticos e colerético da erva. Os terpenos em sinergismo com as lactonas são responsáveis pela ação colagoga, favorecendo a eliminação pela via biliar de numerosos catabólitos. Possui moderada ação antiinflamatória, sendo útil em desordens reumáticas. O princípio amargo, taraxacina, é o responsável pela estimulação da digestão e da secreção gástrica. Por sua ação depurativa, utiliza-se esta erva em tratamentos de afecções cutâneas como acne, eczemas, herpes, psoríase, etc. Em problemas hepatobiliares pode ser associada a Bérberis (Berberis vulgaris), também chamado de Agracejo em espanhol, e para retenção de líquidos com Milefólio (Achillea millefolium).
Toxicidade/Contra-indicações: O uso de diuréticos em indivíduos hipertensos deve ser somente feito sob orientação médica, pois há a probabilidade de aparecimento de uma descompensação tensional e a potencialização do efeito de cardiotônicos.
A presença de substâncias amargas pode causar moléstias gástricas e hiperacidez. Para evitar este acontecimento, recomenda-se a associação com drogas mucilaginosas como a Altéia (Althea officinalis).
É uma erva de baixa toxicidade, com DL50 em camundongos de 59g/Kg. Nos testes de toxicidade, apenas discretos efeito colateral foi evidenciado, incluindo pirose e diarréia. A erva deve ser usada com cuidado em pacientes com história de hérnia de hiato e esofagite.
Dosagem e Modo de Usar:
• Uso Interno:
- Decocção (raízes e folhas): uma colher de sopa por vez, três vezes ao dia, antes das refeições.
- Infusão: 10g de folhas por litro de água. Tomar três xícaras de chá por dia, preferencialmente sem adoçante.
- Extrato Fluido (1:1): 40 a 60 gotas, três ou quatro vezes ao dia.
- Tintura (1:10): 50-100 gotas, uma a três vezes ao dia.
- Extrato Seco (5:1): 0,5 a 2 gramas ao dia (1grama equivale a cinco gramas da planta seca).
- Crianças: metade da dose para adultos.
Referências Bibliográficas:
• PR VADEMECUM DE PRECRIPCIÓN DE PLANTAS MEDICINALES. 3ª
edição. 1998.
• TESKE, M.; TRENTINI, A. M. Herbarium Compêndio de Fitoterapia.
Herbarium. Curitiba. 1994.
• Segredos e Virtudes das Plantas Medicinais. Reader’s Digest do Brasil. 1ª edição.
1999.
• CORRÊA, M. P. Dicionário das Plantas Úteis do Brasil. IBDF. 1984.
• SOARES, A. D. Dicionário de Medicamentos Homeopáticos. 1ª edição. Santos
Livraria Editora. 2000.
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