O Cipó Cabeludo é um subarbusto da flora brasileira, provida de caule bastante ramificado, onde os ramos emergem do ramo principal em ângulo reto. O caule é cilíndrico lenhoso, coberto de pêlos e com uma cor castanha nas suas partes mais jovens. Longitudinalmente é estriado e provido de uma fratura fibrosa. As folhas são opostas, pecioladas, ovais-acuminadas, denticuladas, sub-coriáceas, de cor verde-escura na face superior e mais clara na inferior, sendo ambas as faces pubescentes, principalmente a inferior, que é densamente coberta de pêlos esbranquiçados ou pardacentos. Irradiam do vértice do pecíolo sete nervuras primárias, das quais partem nervuras secundárias.
Nome Científico: Mikania hirsutissima DC. Sinonímia: Mikania sepiaria Gardn.; Mikania martiana Gardn; Mikania ursina Martins; Eupatorium hirtum Less; Willugbaeya hersutissima Necker.
Nome Popular: Cipó Cabeludo, Guaco-cabeludo, Guaco-de-cabelos, Cipó-almecega, Cipó-almecega-cabeludo, Erva-dutra, Cipó-caatinga e Cipó-de-cerca, em português.
Família Botânica: Asteraceae (Compositae).
Parte Utilizada: Partes aéreas.
Princípios Ativos: Óleo Essencial; Taninos Catéquicos; traços de Saponinas; dois princípios resinóides; Sais (de alumínio, cálcio, ferro, manganês, sódio, potássio, entre outros).
Um estudo realizado no Japão detectou dois sesquiterpenos do tipo norhumuleno, chamados mikaniahumuleno I e II, os quais foram isolados juntamente com nove compostos conhecidos, sete diterpenos do tipo ácido kaurênico, uma cumarina e uma flavona das partes aéreas da Mikania hirssutissima DC (Ohkoshi, E.; Makino, M.; Fujimoto, Y., 1999).
Indicações e Ações Farmacológicas: Popularmente o Cipó Cabeludo é utilizado nas doenças das vias urinárias e nas litíases vesicais, além nas afecções reumáticas.
Um estudo feito em nosso país avaliou a atividade contra moluscos de 159 extratos de 84 plantas brasileira sobre Biomphalaria glabrata, o hospedeiro intermediário mais importante do Schistosoma mansoni no Brasil. Setenta e oito extratos (49%) mostraram atividade contra o caramujo e ovos. Extratos de duas espécies Mikania hirsutissima e Qualea multiflora demonstraram ser letais em caramujos adultos a uma concentração 10 ppm (de Souza, CP; de Azevedo, ML.; Lopes, JL; Sarti, SJ.; dos Santos Filho D.; Vichnewski, W.; Nasi, AM.; Leitão Filho, HF., 1984).
As atividades citotóxicas dos compostos isolados (mikaniahumuleno I e II, sete diterpenos do tipo ácido kaurênico, uma cumarina e uma flavona) contra células leucêmicas (L 1210) foram investigadas. Alguns destes compostos demonstraram citotxicidade relativamente forte (Ohkoshi, E.; Makino, M. Fujimoto, Y., 1999).
Toxicidade/Contra-indicações: Não há referências nas literaturas consultadas.
Dosagem e Modo de Usar: A Pharmacopeia dos Estados Unidos do Brasil 1ª edição (1926) cita como emprego oficinal Espécies Diuréticas e Extrato Fluido de Cipó Cabeludo.
Coimbra (ver referência bibliográfica) cita as seguintes preparações e dosagens:
• Infuso ou Decocto a 5%: de 50 a 400 cc por dia;
• Extrato Fluido: de 5 a 20 cc por dia.
Referências Bibliográficas:
• ALBINO, R. Pharmacopeia dos Estados Unidos do Brasil. 1ª edição. 1926.
• CORRÊA, M. P. Dicionário das Plantas Úteis do Brasil. IBDF. 1984.
• COSTA, A. F. Farmacognosia. Lisboa. Fundação Gulbenkian Calouste
1994.
• COIMBRA, R. Manual de Fitoterapia. 2ª edição. Cejup. 1994.
• DE SOUZA, CP; DE AZEVEDO, ML; LOPES, JL; SARTI, SJ; DOS SANTOS
FILHO D.; VICHNEWSKI, W.; NASI, AM.; LEITAO FILHO, HF.
Chemoprphylaxis of schistosomiasis: molluscacidal activity of natural
products—assays with snails and oviposition. Acad. Bras, Cienc. Sep. 1984.
• OHKOSHI, E.; MAKINO, M.; FUJIMOTO, Y. Studies on the constituintes of
Mikania hirsutissima (Compositae). College of Pharmacy, Nihon University,
Chiba, Japan. 1999.
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