Arbusto ou árvore encontrada em quase todo o Brasil, que mede até 10 metros de altura. Sua casca é cinéreo-pardacenta, rugosa e com pequenas fendas quase superficiais.
Suas folhas são alternas, pecioladas, lanceoladas até ovadas ou elíticas, agudas até longo-acuminadas no ápice, estreitas ou arredondadas na base, chegando a medir 14 centímetros de comprimento e 3 centímetros de largura, serreado-dentadas ou sub-inteiras, densa e minusculamente pelúcido-glanduloso-puntuadas e com linhas também pelúcidas, nervuras laterais 5-8, glabras. Vistas contra a luz, mostram minúsculos pontos translúcidos, que correspondem às glândulas de óleo essencial.
As flores são numerosas e pequenas, de cor branco-esverdeada ou amarelada, com anteras brancas, estigma trilobado, dispostos em cimeiras axilares de 20-50 flores. Elas exalam um forte aroma.
O fruto é uma cápsula ovóide-globosa, pequena, vermelha quando madura, contendo em seu interior 2-6 sementes em volta em arilo lanoso, amarelo e comestível.
É conhecida principalmente por Guaçatonga, palavra de origem na língua tupi-guarani, indicando o conhecimento desta espécie pelos nossos índios.
Nome Científico: Casearia sylvestris Swartz. Sinonímia: Casearia parviflora Willd.; Anavinga samyda Gaertn.; Casearia punctata Spreng; Samyda parviflora L.
Nome Popular: Guaçatonga,Apiá-açonoçú, Baga-de-pomba, Bugre-branco, Café-bravo, Café-de-fraile, Café-do-diabo, Cafezeiro-bravo, Cafezeiro-do-mato, caimbim, Caroba, Carvalinho, Chá-de-bugre, Chá-de-frade, Chá-de-são-gonçalinho, Erva-de-pontada, Erva-de-bugre, Erva-de-largarto, Estralador, Fruta-de-saíra, Gaibim, Gaimbim, Guaçatunga, Guaçatunga-branca, Guaçutonga, Guaçutunga, Guassatonga, Língua-de-lagarto, Língua de tiú, Marmelada-vermelha, Marmelinho-do-campo, Pau-de-bugre, Petumba, Pioia, Pióia, Pombeiro, Quacitunga, Vacatunga, Vassitonga e Vassatunga, no Brasil; Avanti-timbatí, Guatiguá-blanca, Catiguá-obí e Guazatumba, na Argentina.
Observação: Segundo M. Pio Côrrea (Dicionário de Plantas Úteis do Brasil), tanto a espécie Casearia sylvestris Swartz, quanto a espécie Cordia salicifolia Cham. (sinonímia: Cordia eucalyculata Vell.), são conhecidas no Brasil por Chá de Bugre. Desta forma, surgiram confusões, principalmente com o aparecimento de produtos feitos de Porangaba, outra sinonímia popular da espécie Cordia eucalyculata Vell.
Assim, para evitar esta confusão, optou-se por chamar de “Guaçatonga” a espécie Casearia sylvestris Swartz e a espécie Cordia eucalyculata Vell. de “Chá-de-bugre” (também conhecida por Porangaba).
Família Botânica: Flacourtiaceae.
Parte Utilizada: Folha.
Princípios Ativos: Óleo Essencial: apresenta aroma agradável e com alto teor de terpenos e ácido capróico; Saponinas; Alcalóides; Flavonóides; Taninos; Antocianosídeos.
Indicações e Ação Farmacológica: É usada no tratamento de úlceras estomacais, febre, inflamações, diarréias, dores no peito e no corpo. Externamente é indicada para a cura de feridas, eczemas, pruridos, picadas de insetos e cobras e outros distúrbios da pele, além dos distúrbios da orofaringe, tais como aftas, herpes e mau hálito.
Apresenta propriedades depurativa, anti-reumática, vulnerária, cardiotônica, antiobésica, diurética, antiartrítica, hemostática, anestésica tópica em lesões da pele, anticolesterolêmica, afrodisíaca, antipirética, cicatrizante, anti-séptica, eupéptica, anti-herpética, antiulcerogênica, antiofídica, antidiarréica, antimicrobiana, fungicida e calmante.
O extrato etanólico das folhas apresentaram uma ação antitumoral em ratos na dose de 100 mg/kg i.p.contra o sarcoma 180. O extrato etanólico a 70% das folhas secas demonstraram atividade cicatrizante em ratas. O extrato aquoso da planta apresentou ação antiofídica ao veneno de Bothrops jararaca e o óleo essencial teve um efeito inibidor dos processos induzidos pelo veneno de Bothrops alternatus.
Além disso, reduz o volume de ácido clorídrico produzido no estômago e desta forma promove uma ação anti-gástrica pronunciada. Não interfere também no processo de digestão e nem na absorção das proteínas. Promove a prevenção da irritação da mucosa gástrica induzida pelo stress.
A presença de óleo essencial nesta espécie é responsável pela atividade anti-séptica, antimicrobiana e fungicida.
Toxicidade/Contra-indicações: Os extratos aquosos das folhas demonstraram atividade sobre a musculatura lisa uterina em ratas, podendo portanto explicar a sua ação abortiva. A DL50 em ratos foi estimada em 1792g do extrato seco/kg.
É contra-indicado o uso durante a gravidez e como há falta de referências quanto a utilização durante a lactação, recomenda-se não usar.
Dosagem e Modo de Usar:
• Uso Interno:
- Infusão ou Decocção: a 5%, 50 a 200 ml/dia;
Colocar 10 gramas de folhas frescas ou secas em 200 ml de água quente. Tomar 2 xícaras por dia da infusão para úlceras e problemas digestivos;
- Extrato Seco: 57,5 mg/kg;
- Extrato Fluido: 2 a 10 ml/dia;
- Tintura: 10 a 50 ml/dia
• Uso Externo:
- Compressa: Ferver durante 10 minutos 30 gramas de folhas de Guaçatonga com 10 folhas de Confrey em 1 litro de água. Coar e aplicar compressas sobre eczemas;
- Alcolatura: Macerar por 5 dias 20 gramas de folhas em meio copo de álcool neutro. Coar e aplicar topicamente nas picadas de inseto. O preprado deve ser mantido em locais frescos e em frascos frescos e escuros.
- Maceração: Num pilão, coloque 2 colheres de sopa de folhas frescas, 1 colher de
sopa de glicerina e 2 colheres de sopa de álcool. Amasse bem e coe. Aplique com um chumaço de algodão a parte afetada, de 2 a 3 vezes ao dia. É válido para gengivite, estomatite, aftas e feridas.
Referências Bibliográficas:
• CORRÊA, M. P. Dicionário das Plantas Úteis do Brasil. IBDF. 1984.
• TESKE, M.; TRENTINI, A. M. Herbarium Compêndio de Fitoterapia.
Herbarium. Curitiba. 1994.
• PANIZZA, S. Plantas que Curam (Cheiro de Mato). 7ª edição. 1997.
• Internet:
www.unesc.rct-sc.br/plantas_medicinais;
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