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quarta-feira, 25 de março de 2009

Licopódio



O Licopódio é uma planta criptogâmica, isto é, não se reproduz por flores, mas sim por esporos, os quais surgem de uma espiga terminal. Quanto ao seu nome científico, a palavra Lycopodium é derivada das palavras gregas pus e lycos, as quais significam respectivamente “pé” e “lobo”, aludindo ao aspecto de seus ramos jovens e a palavra clavatum vem do latim significa “moca”, uma variedade de café árabe, devido à semelhança dos esporângios com esta.
Se um pouco do pó for lançado na chama, inflama-se e um clarão vivo é emitido, devido a uma reação que ocorre com o óleo essencial presente no Licopódio. É devido a isso que é utilizado na fabricação de peças de fogos de artifício com chamas coloridas.
A Pharmacopeia dos Estados Unidos do Brasil 1ª Edição (1926) descreve os esporos do Licopódio da seguinte maneira: “Pó muito fino, móvel, de cor amarela pálida, quase inodoro e insípido; queima instantemente quando projetado em uma chama, explodindo e produzindo luz viva; flutua sobre a água, molhando-se somente pela ebulição, afundando-se então”.
É uma planta perene, caule ramoso, rastejante, radicante, com ramos ascendentes e espaçados. As folhas assoveladas, comprimidas, pequenas, irregularmente imbricadas, terminando por um comprido pêlo hialino. Ramos férteis, folhosos, eretos, terminando em 1 a 3 compridas espigas de brácteas triangulares que contêm os esporângios.

Nome Científico: Lycopodium clavatum L. Sinonímia: Lycopodium piliferum Wawra; Muscus squamosus Tourn.; Muscus terrestris clavatus Bauh.

Nome Popular: Licopódio, Pé de Lobo, Clavatum e Musgo Terrestre, em português; Bärlappsamen, Hexenmehl, Streupulver, na Alemanha; Jordmos e Ulvefoed, na Dinamarca; Azufre Vegetal, Licopodio, Musgo Garrote, Pata de Lobo, Pie de Lobo e Polvo de Palo, em espanhol; Griffe-de-Loup, Herbe aux Massues, Lycopode, Lycopode em Massue, Lycopode Officinal, Patte-de-Loup, Pied de Loup, Soufre Vegetal, na França; Common Club Moss, Club Moss, Satgs Horn, Witch Meal, Wolfs Claw, Vegetable Sulfur e Ground Pine, em inglês; Geknodst Wolfsklaauw, na Holanda.

Denominação Homeopática: LYCOPODIUM.

Família Botânica: Lycopodiaceae.

Parte Utilizada: Planta com esporo e esporos em pó.

Princípios Ativos: Óleo Essencial: glicerídeos dos ácidos licopodolêicos; Fitosteróis; Glicídios; Ácido Orgânico: cafêico; Resina; Esporonina (derivado celulósico); Alcalóides: licopodina, dihidrolicopodina, acetildihidrolicopodina, licodolina; Flavonóides: crisoeriol, luteolosídeo e apigenosídeo.


Indicações e Ações Farmacológicas: A planta inteira é indicada como diurético principalmente nas afecções genitourinárias (cistite, ureterite, uretrite, pielonefrite, oligúria e urolitíase); hiperuricemia; gota; hipertensão arterial; edemas; sobrepeso; retenção de líquidos; espasmos gastrintestinais. Os esporos são indicados nas assaduras, no intertrigo (assadura das crianças de peito, caracterizada por vermelhidão intensa e quente, às vezes com esfoladuras, que aparece sobretudo nas virilhas e entre as nádegas e nas axilas, provocando agitações e choro) e nas irritações cutâneas.
Na Homeopatia três principais características dominam os sintomas deste remédio: flatulência intestinal, areias avermelhada na urina e dores nos rins. É indicada na dispepsia ácida e muito flatulenta com bom apetite, mas pronta saciedade. É o remédio de pessoas de inteligência viva e penetrante e de fraco desenvolvimento muscular. Utilizado nas moléstias hepáticas, como a cirrose atrófica no fígado, com ascite e hidropsia; icterícia. Nos males que passam da direita para a esquerda: garganta, peito, ventre e ovários. No movimento incessante das asas do nariz: bronquite, broncopneumonia, pneumonia, asma, difteria, todas as moléstias do peito. Tem uma notável influência reguladora sobre as glândulas sebáceas. É bom remédio para o intertrigo das crianças.
A planta inteira adquire atividade antiespasmódica, diurética e laxativa e os esporos é um protetor da epiderme.

Toxicidade/Contra-indicações: O uso do Licopódio como diurético em pacientes hipertensos, cardiopatas ou com insuficiência renal moderada ou grave só pode ser feito sob prescrição médica, visto um possível efeito que potencia a ação proporcionada pelos cardiotônicos.
Em doses fitoterápicas a planta é contra-indicada na gravidez, lactação, para crianças e na insuficiência cardíaca ou renal; já os esporos não devem ser aplicados sobre as feridas abertas.

Dosagens e Modo de Usar:
• Esporos: Empregado em talcos;
• Homeopatia: 30.ª à 200.ª, 500.ª, 1000.ª e 10000.ª.

Referências Bibliográficas:
• PR VADEMECUM DE PRECRIPCIÓN DE PLANTAS MEDICINALES. 3ªedição. 1998.

• ALBINO, R. Pharmacopeia dos Estados Unidos do Brasil. 1ª edição. 1926.

• SOARES, A. D. Dicionário de Medicamentos Homeopáticos. 1ª edição. Santos
Livraria Editora. 2000.

• CAIRO, N. Guia de Medicina Homeopática. 21ª edição. Livraria Teixeira. 1983.

• Segredos e Virtudes das Plantas Medicinais. Reader’s Digest do Brasil. 1ª edição.
1999.

• PDR for Herbal Medicines. 1st editon. Medical Economics. 1998.


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