Planta nativa da América do Sul, o Guaco apresenta ampla distribuição no Brasil, sendo encontrado da Bahia até Santa Catarina. É um subarbusto trepador de ramos lenhosos, cilíndricos, estriados, castanhos; suas flores são reunidas em capítulos, de cor branca e que são muito procuradas por abelhas melíferas durante a floração; o fruto é do tipo aquênio cilíndrico e glabro. As folhas constituem a droga vegetal e são portanto descritas pela Pharmacopéia dos Estados Unidos do Brasil 1ª Edição (1926): “A folha do guaco é peciolada, oval-lanceolada, aguda, de 10 a 15 cm de comprimento, de margens inteiras e um tanto sinuosas, glabras e luzidia sobre ambas páginas, sensivelmente lobada, de base arredondada, truncada ou cordada; contém de 3 a 5 nervuras básicas, oriundas do ápice do pecíolo, que mede de 3 a 6 cm de comprimento.
Seca, esta folha é fracamente aromática e possui sabor aromático e amargo.”
É uma planta que se adapta em qualquer tipo de solo, sendo os argilosos e úmidos os mais adequados. Pode ser colhido no final do inverno, tomando-se o cuidado de não arrancar a rama principal.
Em regiões onde a incidência por picadas de cobras é alta, prepara-se um contra-veneno com o Guaco.
Nome Científico: Mikania guaco Mut. Sinonímia: Mikania glomerata Spreng.; Cacalia trilobata Vell.; Mikania hederaesfolia D.C.
Nome Popular: Guaco, Guaco-liso, Guaco-de-cheiro, Erva-das-serpentes, Cipó-caatinga, Uaco, Erva-de-cobra, Cipó-sucuriju, Erva-de-sapo, Coração-de-jesus, Erva-cobre e Guaco-trepador, no Brasil; Bejuco, na Argentina.
Observação: No Brasil existem muitas espécies diferentes que popularmente são denominadas por Guaco. Alguns exemplos são: Eupatropium bupleurifolium D.C.; Mikania cordifolia Willd.; Mikania populifolia; Mikania triangularis Bak. e Mikania satueiaefolia Willd.
Denominação Homeopática: GUACO.
Família Botânica: Asteraceae (Compositae).
Parte Utilizada: Folha e caule.
Princípios Ativos: Princípio Amargo: guacina; Cumarinas; Taninos; Saponinas; Guacosídeo; Substâncias Resinosas; Terpenos: ácido caurenóico e ácido grandiflórico.
Indicações e Ação Farmacológica: O Guaco é empregado nas afecções do aparelho respiratório: bronquite crônica, asma e tosses; nas dores de origem reumática; nos quadros febris; Externamente é indicado nas dermatites, nos ferimentos e nas afecções da orofaringe.
Os constituintes do Guaco relaxam a musculatura lisa das vias aéreas e estimulam a secreção do muco, facilitando a expulsão do catarro pela tosse. Portanto promove uma ação broncodilatadora, expectorante e antiasmática.
Nos estados febris, promove aumento da sudorese e aumenta a diurese. Possui, então, ações febrífuga e diurética, respectivamente.
Forma uma película ou uma espécie de filme protetor quando aplicado sobre a pele. Exerce efeito emoliente, depurativo e cicatrizante.
Toxicidade/Contra-indicações: Altas doses podem causar vômito e diarréia. O uso prolongado desta droga vegetal pode ocasionar acidentes hemorrágicos, por haver o aparecimento de em efeito antagonista com a vitamina K.
Quanto às contra-indicações, não há referências na literatura consultada.
Dosagem e Modo de Usar:
• Uso Interno:
- Extrato Fluido (1:1): 1 a 4 ml por dia;
- Tintura (1:5): 5 a 20 ml por dia;
- Xarope: 10 a 40 ml por dia.
• Uso Externo:
- Infuso ou Decocto a 5%: Aplicar várias vezes ao dia.
Referências Bibliográficas:
• ALBINO, R. Pharmacopéia dos Estados Unidos do Brasil. 1ª edição. 1926.
• CORRÊA, M. P. Dicionário das Plantas Úteis do Brasil. IBDF. 1984.
• OLIVEIRA, F.; AKISUE, G.; AKISUE, M. K. Farmacognosia. 1ª edição.
1996.
• COIMBRA, R. Manual de Fitoterapia. 2ª edição. 1994.
• TESKE, M.; TRENTINI, A. M. Herbarium Compêndio de Fitoterapia.
Herbarium. Curitiba. 1994.
• SOARES, A. D. Dicionário de Medicamentos Homeopáticos. 1ª edição. Santos
Livraria Editora. 2000.
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