A denominação de seu nome científico Petiveria foi atribuída ao botânico inglês Petiver (1658-1748), o qual a descreveu e a estudou exaustivamente. Quanto ao nome da espécie alliacea, é uma alusão ao seu aroma e sabor parecido ao do Alho.
Os maias esmagavam a raiz e a colocavam sobre as folhas que previamente estavam depositadas sobre o corpo do paciente, com o qual poderia curar os diferentes males.
É uma planta muito empregada nos rituais afro-brasileiros, sendo dedicada a Oxossi e Ogum, usada em trabalhos contra forças negativas, tanto para afastar maus olhados quanto espíritos, participando da composição de defumadores e banhos, assim como nas rezas.
É uma herbácea perene, que atinge de 1 a 4 metros de altura, às vezes mais, com o tronco destituído de asperezas. As folhas são pontiagudas, curtas, alternas, dispostas em ramos de modo alternado. As flores são sésseis, pequenas, verdolengas e se apresentam na forma de espigas finas.
Nome Científico: Petiveria alliaceae L. Sinonímia: Mapa graveolens Well.; Petiveria foetida Salisb; Petiveria ochroleuca Moq.; Petiveria octandra L.; Petiveria hexandra S. et Moq.; Petiveria tetandra L.
Nome Popular: Guiné, Guiné Pipi, Amansa Senhor, Ecoembo, Embiaembo, Erva Guiné, Erva Pipi, Mucura Caá, Pipi, Raiz da Guiné, Tipi, Tipi Verdadeiro, em português; Petiveria, Anamú, Epacina, Hierba de Toro, Mapurita, Mazote, Raiz de Pipi e Yerba de Pipi, em espanhol; Herbe Aux Poules de Guinée, na França; Garlic Sented Petiveria.
Denominação Homeopática: PETIVERIA TETANDRA.
Família Botânica: Phytolaccaceae.
Parte Utilizada: Folha e caule.
Princípios Ativos:
• Folhas: Alantoína, Nitrato de Potássio, Álcool Lignocerílico, Lignocerato de Lignoceril, Ácido Linolêico, Ácido Nonadecanóico, Ácido Olêico, Ácido Palmítico e Ácido Esteárico. Também foi reportada a presença de esteróides, terpenóides (isoarborinol, acetato de isoarborinol e cinamato de isoarborinol), saponinas, polifenóis e taninos.
• Caule: Derivados Sulfurados; Derivados Benzênicos: benzaldeído, ácido benzóico e dibenzil-trisulfito.
Indicações e Ação Farmacológica: Em Homeopatia O Guiné é usado nas hidropsias, no reumatismo e na blenorragia. As principais atividades biológicas e indicações da Guiné se enquadram dentro do campo da Infectologia, Reumatologia e Oncologia:
• Infectologia: O extrato hidroalcoólico a 70%, elaborado a partir das partes aéreas, tem demonstrado atividade antimalárica in vitro frente a cepas de Plasmodium falciparum em doses de 100 mcg/ml (Sauvain M., 1989). O extrato aquoso em concentração de 1 ml em placa, proporcionou resposta positiva frente a Epidermophyton flocossum, um microorganismo que promove infecções dermatológicas, porém não exerce ação frente a outros cinco dermatofitos estudados (Cáceres A. et al., 1991).
A forma isolada de um dos derivados sulfurados, tem demonstrado atividade contra o Bacillus subtilis (CIM: 3 mg), Staphylococcus aureus (CIM: 6,3 mg), Escherichia coli (CIM: 50 mg) e Candida albicans (CIM: 3,1 mg) (Berdy J. et al., 1982).
• Reumatologia: O mecanismo proposto para a atividade antiinflamatória seria através da inibição da enzima ciclooxigenase, a exemplo do naproxeno (Whittle B., 1983; Germano D. et al., 1993). A mesma atividade foi observada em modelos de edema plantar induzido por carragenina em dose oral de 6,25 g/kg de uma decocção de folhas e com 750 mg/kg de uma infusão de raiz. Em doses de 10 g/kg, comprovou-se uma diminuição das contorsões induzidas pela injeção intraperitoneal de ácido acético, sendo débil a resposta em doses menores, por exemplo 1 g/kg (Del Carmen Rivas M. et al., 1988; Cáceres A. et al., 1992).
• Atividade Oncológica: Em 1981 foi publicado um estudo do Dr. Sérgio Santana Sánchez o qual informou sobre 246 casos de câncer (em especial leucemia) tratados com êxito a partir desta planta. O mecanismo de ação em estudos preliminares demonstrou in vitro unicamente um aumento da fagocitose celular quando se administra a frção não saponificável de forma intra peritoneal em doses de 0,5 ml em ratos. Por sua vez, o componente derivado sulfurado benzil-2-hidroxi-5-etil trisulfeto está relacionado com uma ação estimulante do sistema retículo-endotelial (Delaveau P. et al., 1980; Duke J., 1991).
Toxicidade/Contra-indicações: Tem-se descrito um quadro denominado caquexia muscular distrófica caracterizada por uma debilidade nos membros posteriores, perda de peso, dilatação cardíaca e lesões renais. Pode existir uma relação entre o consumo excessivo desta planta e a inibição da colinesterase sangüínea, considerando-se a reação toxicológica similar a produzida pelos carbamatos (Nuñez B. et al., 1983).
A DL50 em camundongos foi calculada em 360mg/kg e em ratazanas de 1,7 g/kg por via intraperitoneal (Delaveu P. et al. 1980).
É contra-indicado o uso durante a gravidez.
Dosagem e Modo de Usar:
Homeopatia: T.M. à 3ª.x
Referências Bibliográficas:
• ALONSO, J. R. Tratado de Fitomedicina. 1ª edição. Isis Editora. Buenos
Aires 1998.
• Segredos e Virtudes das Plantas Medicinais. Seleções do Reader’s Digest. 1ª
edição. 1983.
• PANIZZA, S. Plantas que Curam (Cheiro de Mato). 7ª edição. 1997.
• CAIRO, N. Guia de Medicina Homeopática. 1983.
• SOARES, A. D. Dicionário de Medicamentos Homeopáticos. 1ª edição. Santos
Livraria Editora. 2000.
2 comentários:
Oi! Vc sabe onde encontro o caule de Guiné em São Paulo capital?
Qui onde moro tem muito desta planta . Qual e medida desta T.M. à 3ª.x ?
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