Planta anual que aparece espontaneamente nos prados e bosques abertos da zona oriental do continente norte americano, a Lobélia é uma das mais importantes ervas para a escola fisiomédica da medicina fitoterapêutica que floresceu na América do Norte no século XIX. Os índios norte-americanos fumavam a Lobélia para curar a asma e problemas respiratórios com ela relacionados.
É descrita na Farmacopéia Brasileira 3ª Edição (1977): “A droga, parcialmente quebrada é constituída pela haste alada, grosseira e irregularmente veludosa, verde-amarelada, ocasionalmente purpurina; folhas alternadas, sésseis ou curtamente pecioladas; estas medem 2 a 9 cm de comprimento, são ovais ou oblongas; o limbo é verde-pálido, pubescente, com as margens obtusamente denteadas ou irregularmente serreado-denticulada. Cada dente possui um ápice glandular, castanho-amarelado; flor azul pálida, em terminações alongadas, livres; cálices gamossépalo, ovóide, com 5 lacínias lineares, subuladas; corola tubular pentapartida com o lábio superior bífido; estames com anteras soldadas em cima num tubo que é atravessado pelo estilete e pelo estigma bífido. O fruto, sempre presente, é uma cápsula membranosa, ovóide ou elipsóide, de 5 a 8 mm de comprimento, castanho-clara; contém numerosas sementes pequenas, castanho-escuras, oblongas e grosseiramente reticuladas.”
A droga seca possui cheiro fraco, herbáceo, e seu sabor fortemente acre, lembrando o do fumo.
Nome Científico: Lobelia inflata L.
Nome Popular: Lobélia e Tabaco Indiano, no Brasil; Lobelia e Tabaco Indio, em língua espanhola; Lobelia Inflata, na Itália; Lobélie Enflée e Tabac Indien, na França; Lobeliakraut e Indischer Tabak, na Alemanha; Lobelia, Indian Tobacco, Pukeweed, Asthma Weed, Gagroot, Vomitwort, Bladderpod, Eyebright, Emetic Herb, Emetic Weed, Wild Tobacco e Vomitroot, em inglês.
Denominação Homeopática: LOBELIA INFLATA.
Família Botânica: Campanulaceae.
Parte Utlizada: Flores e sumidades floridas.
Princípios Ativos: A Lobélia contém componentes de escasso interesse, como gorduras, essência, taninos, etc. Os princípios ativos que despertam interesse na Lobélia são os Alcalóides derivados da piperidina e da metilpiperidina, onde o principal é a lobelina. Destaca-se também a lobelanina, a lobelanidina, a norlobelanina e a isolobinina.
Indicações e Ação Farmacológica: A Lobélia é indicada no tratamento da asma (principalmente em homeopatia), bronquite crônica, enfisema, insuficiência respiratória, (como medicamento de emergência) e como auxiliar no tratamento antitabagista.
Seus princípios ativos promovem uma ação simpatomimética e portanto aumenta a freqüência e a força de contração do coração, atuando como coronariodilatadora, diminuindo o peristaltismo e aumentando o tônus intestinal. Provoca a liberação do glicogênio hepático, inibe a secreção biliar, diminui a diurese, é um vasoconstritor, aumenta a pressão arterial. Ao produzir liberação de epinefrina, estimula o sistema nervoso central ao nível dos centros bulbares, produzindo desta forma uma broncodilatação. A isolobinina tem um efeito balsâmico, expectorante e antiasmático.
Toxicidade/Contra-indicações: È uma planta muito tóxica, onde 4 gramas da droga podem ser fatais. Os sintomas que são freqüentemente observados em uma intoxicação por Lobélia são: boca seca, náuseas, vômitos, diarréia, dores abdominais, irritação urinária, ansiedade seguida de estupor, tonturas, dor de cabeça, dificuldades respiratórias, bradicardia, arritmias cardíacas, sonolência, convulsões e morte por paralisia respiratória.
Dosagem e Modo de Usar:
• Tintura (1:10): 100-300 mg, uma a três vezes ao dia. Dose máximas: 3g/dia;
• Pó micronizado: 50 a 300 gramas, uma a três vezes ao dia. Dose máxima: 1,5g/dia.
Referências Bibliográficas:
• FARMACOPÉIA BRASILEIRA. 3ª edição. 1977.
• PR VADEMECUM DE PRECRIPCIÓN DE PLANTAS MEDICINALES. 3ª
edição. 1998.
• POULIN, M; ROBBINS, C. A Farmácia Natural. 1992.
• COIMBRA, R. Manual de Fitoterapia. 2ª edição. 1994.
• SOARES, A. D. Dicionário de Medicamentos Homeopáticos. 1ª edição. Santos
Livraria Editora. 2000.
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