Trata-se de uma árvore perene que se adapta a vários tipos de solo, necessitando de iluminação plena. Não tolera ventos, nem secas prolongadas. Pode atingir até 10 metros de altura, possui folhas verdes e oblongas; flores pequenas e amareladas; fruto vermelho de aroma muito agradável e que apresenta uma semente dura. Esta semente dura, é que constitui a droga, caracterizada por ser ovóide ou elipsóide, de 25 a 30 mm de comprimento por 15 a 20 mm de largura, de cor parda-clara a parda-escura, grosseiramente rugosa e sulcada em todos os sentidos; numa de suas extremidades acha-se uma larga verruga clara, que corresponde ao hilo, da qual parte uma fenda estreita que se prolonga até a chalaza. Seu corte transversal apresenta as dobras pardo-avermelhadas das linhas esbranquiçadas do endosperma germinativo; a secção longitudinal mostra, próximo do hilo, um pequeno embrião, formado de eixo radículo-caulicular muito curto encimado por uma gêmula e dois cotilédones em forma de taça. Vale a pena lembrar que a semente quando transformada em droga é privada de seu tegumento e de seu arilo, aproveitando-se apenas a amêndoa.
A droga possui cheiro forte, aromático, muito agradável e sabor picante e fracamente amargo.
É muito empregada em condimento aromático culinário e para o fabrico de licores e digestivos.
Nome Científico: Myristica fragrans Houttuyn. Sinonímia: Myristica moschata Thumb.; Myristica aromática Lam.; Myristica officinalis L.
Nome Popular: Noz Moscada e Noz Moscadeira, no Brasil; Notemuskaat, na Holanda; Nutmeg, em inglês; Nuez Moscada e Moscada, em espanhol; Noix de Muscade e Muscade, na França; Rou dou kou, Jon tau kau e Tau kau, na China; Mustkatnut e Muskatennusse na Alemanha; Jaiphal e Taifal, na Índia; Nikuzuku, no Japão; Muskatniy Orekh, na Rússia; Muskotnöt, na Suécia; Noce Moscata, na Itália; Basbasa e Josal al Teeb, em árabe; Pala, na Indonésia.
Denominação Homeopática: NUX MOSCHATA.
Família Botânica: Myristicaceae.
Parte Utilizada: A amêndoa.
Princípios Ativos: Óleo Essencial: hidrocarboneto terpênicos (pineno, canfeno, sabineno, dipenteno, cimeno, alfa-tuiona e terpineno), álcoois terpênicos: (borneol e geraniol), eugenol, safrol e miristicina; Matéria Graxa: miristina, glicerídeos dos ácidos oléico, linolênico, palmítico e mirístico.
Indicações e Ação Farmacológica: É indicada na inapetência, diarréias e enterocolites. Topicamente, em halitoses, inflamações osteoarticulares e dores musculares.
É estimulante do apetite, digestivo, anti-séptico, colerético e estimulante do sistema nervoso central. Quando aplicado topicamente, observa-se um efeito rubefasciente sobre a pele. Tem ação antiinflamatória.
Em Perfumaria os perfumes adotam notas temperadas.
A miristicina possui ação moderada ação inibidora da monoaminooxidase e potencializa a ação da triptamina. Além disso, a miristicina pode ser metabolizada a trimetoxianfetamina, que possui ação agonista simpatomimética. O efeito inibidor da monoaminooxidase em presença de substâncias análogas da serotonina pode acarretar em contrações uterinas, podendo causar desta forma um efeito de indução ao aborto.
Os óleos essenciais da Noz Moscada produzem um efeito bloqueador da síntese de prostaglandinas, produzindo portanto um efeito antiinflamatório.
Em doses baixas, a Noz Moscada causa um estímulo da secreção gástrica, aumentando o peristaltismo e melhorando o apetite do indivíduo.
Toxicidade/Contra-indicações: Admite-se que uma dose de uma ou mais colheres de chá provoca alucinações 2 a 5 horas após a ingestão. A sintomatologia inclui também cefaléia, náuseas, taquicardia, distúrbios de percepção e desorientação. O principal componente responsável pelos efeitos tóxicos é a miristicina. A DL 50 em camundongos é inferior a 1g/kg.
É contra-indicado na gravidez, por ser abortivo; na lactância, para crianças menores de 6 anos de idade ou pacientes com doenças neurológicas, além do uso tópico em pessoas com alergias respiratórias a óleos essenciais.
Dosagem e Modo de Usar:
· Uso Interno:
- Cápsulas: 50 mg/cápsula, duas ou três vezes ao dia.
· Uso Externo:
- Linimento.
Referências Bibliográficas:
PR VADEMECUM DE PRECRIPCIÓN DE PLANTAS MEDICINALES. 3ª
edição. 1998.
COIMBRA, R. Manual de Fitoterapia. 2ª edição. 1994.
BOTSARIS, A. S. Fitoterapia Chinesa e Plantas Brasileiras. Ícone. 1995.
CORRÊA, M. P. Dicionário das Plantas Úteis do Brasil. IBDF. 1984.
SOARES, A. D. Dicionário de Medicamentos Homeopáticos. 1ª edição. Santos
Livraria Editora. 2000.
PDR FOR HERBAL MEDICINES. 1ª edição. 1998.
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