A Graviola é uma árvore regular, que mede até 10 metros de altura, apresentando casca aromática. As folhas são alternas, pecioladas, oblongo-obovadas ou ovadas, às vezes elítico-oblongas, geralmente curto-acuminadas no ápice, agudas ou um pouco arredondadas na base, até 15 centímetros de comprimento e 7 centímetros de largura, verdes e vernicosas na página superior, mais ou menos ferrugínea e com bolsas na axila das nervuras laterais na página inferior, ligeiramente tomentosas. A inflorescência é cauliflora, brotando da casca velha do caule e dos ramos; os pedúnculos são robustos; as flores são axilares, solitárias, sub-globosas, amareladas, amarelo-enxofre ou creme, com seis pétalas grossas e carnosas, côncavas, até 4 centímetro de comprimento e 3 centímetro de largura, cordadas na base e acuminadas no ápice, as interiores um pouco menores e menos espessas, imbricadas. O fruto é uma baga de forma irregular, mais ou menos ovóide, elipsóide ou um pouco cordiforme, até 30 centímetros de comprimento e 12 centímetros de largura, com epiderme verde-escura, espessa e areolada. As sementes são castanhas ou pretas, de formato elíptico-oblongo.
A Graviola é a espécie típica do gênero Annona, sendo objeto de cultura bem antes da descoberta da América. Sua origem é obscura, porém muitos autores asseguram ainda hoje que é silvestre de várias ilhas antilhanas, tais como Cuba, Jamaica, Porto Rico, dentre outras.
Nome Científico: Annona muricata L.
Nome Popular: Graviola, Araticum de Comer, Araticum do Grande, Araticum Manso, Areticum, Jaca, Jaca de Pobre, Coração de Rainha, Jaca do Pará, Jaqueira Mole, no Brasil; Anon, dos antigos aborígenes haitianos; Anona Amarilla, Cabeza de Negro e Zapote de Viejas, no México; Guanábana e Guanábano, para todos os países hispano-americanos; Guanábano e Guanábano de México, na Espanha; Cachiman Épineux, Corossolier e Grand Corossol, dos colonos franceses; Sour Sup, em inglês; Zuurzak, na Holanda.
Família Botânica: Annonaceae.
Parte Utilizada: Folha e caule.
Princípios Ativos: Estudos fitoquímicos indicaram a presença de muitas substâncias, incluindo taninos, alcalóides e ácido gama-aminobutírico (GABA) nas folhas de Annona muricata (Keharo e Adam, 1974).
Indicações e Ação Farmacológica: M. Pio Corrêa indica que as folhas da Graviola são béquicos, peitorais, antiespasmódicas e antidesentéricas.
A decocção das folhas maduras de Annona muricata (L.) (Annonaceae) é usada na medicina popular africana no tratamento de febres e ataques convulsivos (Adjanohoun, 1989; Iwu, 1993).
Um estudo que foi publicado em 1997, testou os efeitos do extrato etanólico de Annona muricata em convulsões induzidas por 1992, provindas da reserva de Wongua-Wongue, no Gabão, secas, transformadas em pó grosso e extraídas em etanol 99,99%. Os ratos utilizados na experiência eram machos e pesavam entre 20-25 gramas. Os resultados foram os seguintes:
No grupo de controle, a indução por pentilenotetrazol consistiu em convulsões clônicas. Convulsões tônicas e mortalidade foram observadas em 10 de 12 ratos. Um pré-tratamento com extrato da planta nas doses de 100 mg/kg.Abaixo indicamos a tabela dos resultados desta experiência:
Tabela 1: Efeitos das variações das doses do extrato etanólico das folhas de Annona muricata na indução de ataques convulsivos por pentilenotetrazol (PTZ)
Tratamento Nº de ratos por Dose Latência
grupo (mg/kg) de ataques
clônicos Convulsões Mortalidade
(min.) Clônica Tônica
PTZ + solvente 12 - 03,02±1,42 12/12 10/12 10/12
PTZ + A.muricata 12 5 08,31±2,03 12/12 10/12 10/12
PTZ + A.muricata 12 50 10,21±2,84 12/12 8/12 8/12
PTZ + A.muricata 12 100 14,82±3,32 12/12 6/12 6/12
PTZ + A.muricata 12 300 13,10±3,64 12/12 4/12 4/12
Toxicidade/Contra-indicações: No mesmo estudo descrito no item anterior, um teste de toxicidade aguda foi realizado, o qual chegou aos seguintes resultados:
Doses baixas (5-100 mg/kg) do extrato da planta, não ocorreu déficits neurológicos. Entretanto, em doses maiores, 300 e 1000 mg/kg, efeitos colaterais foram observados, incluindo a redução do comportamento explorador e constrições abdominais foram observadas em 20% e 60% dos animais respectivamente. Não ocorreram mortes durante 24 horas após a administração do extrato da planta.
Dosagem e Modo de Usar: Não há referências nas literaturas consultadas.
Referâncias Bibliográficas:
N’GOUEMO, P.; KOUDOGBO, B.; TCHIVOUNDA, H. P.; Nguema,C. A.;
ETOUA, M. M. Effects of Ethanol Extract of Annona muricata on
Penylenetetrazol-induced Convulsive Seizures in Mice, Phytotherapy Research,
vol.11, 243-245, 1997.
CORRÊA, M. P. Dicionário das Plantas Úteis do Brasil. IBDF. 1984.
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