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segunda-feira, 23 de março de 2009

Gimena


Trata-se de uma planta trepadeira que habita a Índia Central e sul da Índia, onde tem como nome popular “gur-mar” que significa “destruidor de açúcar”, denominação esta atribuída à atividade que exerce sobre a glicose. A propriedade anti-sacarínica foi identificada em uma fração que foi denominada de ácido gimnêmico por Power e Tutin em 1904. Gharpurey em 1926 reportou que a administração oral de Gymnema sylvestre a pacientes diabéticos reduziu o nível de glicose na urina.

Nome Científico: Gymnema sylvestre R. Br.

Nome Popular: Gimena, em português; Periploca, em inglês; Waldschlinge, na Alemanha; Gu-mar, na Índia.

Família Botânica: Asclepiadaceae.

Parte Utilizada: Folha.

Princípios Ativos: Apresenta duas resinas: uma insolúvel em álcool (maior porção) e a resina solúvel no álcool; oxalato de cálcio; ácido gimnêmico; celulose; quercitol; ácido fosfórico; óxido de manganês; 2 hidrocarbonetos: o hentriacontane e o pentriacontane; ácido tartárico, inositol, corpos antraquinônicos; gurmarina.


Indicações e Ações Farmacológicas: A Gimena apresenta ação adstringente, estomáquico, tônico e refrescante. A sua principal aplicação está centrada na sua propriedade de suprimir o gosto de açúcar, utilizada no caso de Diabetes melitus. Sabe-se que ao se mastigar a folha, é amortizada a vontade pelo gosto doce, bem como o amargor de substâncias amargas. Este efeito redutor é esperado que dure uma ou duas horas, não interferindo na sensação de outros sabores como o salgado, o ácido e o adstringente.
Um estudo realizado na Índia mostrou que a administração do pó das folhas de Gymnema sylvestre regula os níveis de açúcar no sangue em coelhos diabéticos. A terapia de Gymnema sylvestre não apenas produziu homeostase da glicose sangüínea como também aumentou a atividade de enzimas, as quais promoveram o aproveitamento da glicose em rotas insulino dependentes: são controladas por níveis de fosforilase, enzimas gliconeogênicas e sorbitol desidrogenase.O aumento e a incorporação da glicose [14C] nas moléculas de glicogênio e proteínas são maiores no fígado, rins e músculos com Gymnema sylvestre administrada em animais diabéticos quando comparados com animais diabéticos não tratados. Mudanças patológicas se iniciaram no fígado durante a fase hipoglicêmica são reversíveis controlando a hiperglicemia pela Gymnema sylvestre (Shanmugasundaram, K.R.; Panneersel Vam, C.; Samudram, P., 1983).
Um outro estudo realizado neste mesmo país avaliou o efeito de dois extratos solúveis em água, GS3 e GS4, obtidos das folhas de Gymnema sylvestre, os quais foram testados em ratos tratados com estreptozotocina devido aos seus efeitos exercidos sobre a homeostase de glicose sangüínea e tecido endócrino pancreático. Nos ratos diabéticos, favorecem o retorno aos níveis de glicose no sangue ao normal após 60 dias de GS3 e após 20 dias de GS4, administrados oralmente. O sangue coletado durante a conduta dos testes de tolerância oral a glicose, foi usado para avaliar a insulina sérica. A terapia com GS3 e GS4 conduziu para um aumento da insulina sérica mais próximo do normal. Em pâncreas de ratos diabéticos, ambos GS3 e GS4, foram capazes de dobrar o número de ilhota e número de células beta (Shanmugasundaram, E.R.B.; Leela Gopinath, KP.; Radha Shanmugasundaram, K. e Rajendran, V.M., 1990).
Um estudo feito no Japão cita os efeitos inibitórios da gurmarina (um peptídeo isolado das folhas de Gymnema sylvestre) relacionados com o nível de percepção de sabor doce, chegando-se a conclusão que existem em camundongos dois tipos diferentes de receptores de sabor doce, gurmarina-sensitivo e gurmarina-não-sensitivo (Yuzo, N.; Imoto, T., 1995).
Devido ao mecanismo de ação não estar ainda totalmente elucidado, sugeriu-se que a Gimena poderia atuar na superfície dos receptores de sabor da língua e mucosa bucal.

Toxicidade/Contra-indicações: Não foram encontradas referências nas literaturas consultadas.

Dosagem e Modo de Usar:
• Extrato Seco: a 85%, 40 a 50 mg, 2 vezes ao dia, cerca de meia hora antes das principais refeições. Pode ser associado à outras plantas.

Referências Bibliográficas:
• GIL, C. M. H. Gymnema sylvestre: no tratamento da obesidade. Revista Anfarmag
– Novembro/Dezembro, 1995.

• SHANMUGASUNDARAM, K. R.; PANNEERSEL, C.; SAMUDRAM, P.;
SHANMUGASUNDARAM, E. R. B. Enzyme Changes and Glucose Utilisation
in Diabetic Rabbits: The effect of Gymnema sylvestre R. Br. Journal of
Ethnopharmacology, 7 (1983).

• SHANMUGASUNDARAM, E. R. B.; LEELA GOPINATH, K.;
SHANMUGASUNDARAM, K. R.; Rajendran, V. M. Journal of
Ethnopharmacology, 30 (1990).


• Yuzo, N.; Imoto, T., Gurmarin inhibition of sweet taste response in mice.
AmericanPhysiological Society. 1995

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