A Angélica foi introduzida na Europa no século XV onde foi introduzida inicialmente como verdura comestível. Segundo a lenda, existia a crença que durante o período de floração desta espécie, que coincidia com a celebração do aparecimento de São Miguel arcanjo (daí o nome archangelica), a Angélica protegeria contra bruxas e maus-espíritos.
Trata-se de uma planta de caule avermelhado, muito robusto e ramificado e folhas mais claras na página inferior, com dois ou três recortes em folíolos largos, denteadas. As flores são dispostas em largas umbelas hemisféricas, com flores amarelo-esverdeadas. A raiz é fusiforme
Nome Científico: Angelica archangelica L. Sinonímia: Angelica officinalis Hoffm.; Angelica intermedia Schult.; Angelica litoralis Fr.; Angelica major Gilib.; Angelica officinalis Moench; Angelica procera Salisb.; Angelica sativa Mill.; Archangelica decurrens Ledeb.; Archangelica norwergica Rupr.; Archangelica roylei Lindl.; Archangelica sativa Bess.; Archangelica slavica Reuss.; Imperatoria sativa Tourn.
Nome Popular: Angélica, Erva do Espírito Santo, Polianto, Raiz do Espírito Santo, em português; Angelik, Angelika e Engelwurz, na Alemanha; Angélica e Arcangelica, em espanhol; Angélique, Angélique des Jardins, Herbe au Saint-Esprit e Herbe aux Anges, na França; Angelika e Engelwortel, na Holanda; Angelica, na Itália.
Família Botânica: Umbelliferae.
Parte Utilizada: Raiz.
Princípios Ativos: Óleo Essencial: especialmente rico em monoterpenos ( e -felandrenos, -pineno), sesquiterpenos (bisabolol, bisaboleno, -cariofileno), lactonas macrocíclicas; abundante em Furanocumarinas: angelicina, arcangelicina, bergapteno, xantotoxina e isoimperatorina; Sitosterol; Ácidos Fenolcarboxílicos; Taninos; Sacarose.
Indicações e Ações Farmacológicas: A Agélica Archangelica é indicada na ansiedade, insônia, inapetência, dispepsias, flatulência, espasmos gastrintestinais, gastroenterite, enterocolite, bronquite, enfisema, asma, enxaqueca, dismenorréia e hipertensão arterial. Topicamente é empregada no reumatismo, neuralgia, ferida e nas úlceras dérmicas. Em Homeopatia é medicamento para as digestões laboriosas, bronquite crônica e cólica.
A angelicina exerce efeito sedativo (comparável ao clordiazepóxido quanto a potência e sítio de ação) assim como também vasodilatador coronário e antitrombótico (Bezanger-Beauquesne L. et al., 1980). Já o felandreno tem demonstrado possuir diversas ações: antiespasmódica, antiflatulenta e eupéptica. Com relação ao óleo essencial, este contribui para regular a secreção excessiva de muco no trato respiratório (Griffith W., 1995). As lactonas do óleo essencial têm demonstrado possuir propriedades anti-sépticas e antifúngicas (Peris J. et al., 1995).
O óleo essencial e os princípios amargos (lactonas) apresentam um efeito aperitivo, estomáquico (eupéptico e digestivo), antiespasmódico, antimicrobiano, carminativo, expectorante e rubefasciente.
As furanocumarinas são fotosensibilizantes (principalmente as contidas nos frutos) pois podem ser utilizadas em tratamentos dermatológicos para o vitiligo e psoríase (Martindale, 1989; Pellecuer J., 1995).
Toxicidade/Contra-indicações: Altas doses do óleo essencial podem proporcionar um efeito paralisante sobre o sistema nervoso central. Ao aplicar sobre a pele de animais e humanos, não tem provocado lesões irritativas nem sensibilização (Opdyke D., 1975). No entanto, deve-se limitar a exposições solares prolongadas ao se administrar oralmente, devido ao fato das furanocumarinas serem fotosensibilizantes. Dentre as manifestações mais comuns destacam-se o aparecimento de vesículas, edemas e hiperpigmentações (Pellecuer J., 1995).
Foram realizados estudos de toxicidade aguda sobre o óleo essencial da raiz, demonstraram valores de DL50 de 2,2 g/kg em camundongos em uma administração oral. A morte dos animais é atribuída a insuficiência hepática e renal.
Não é recomendado o uso durante a gravidez e lactação, devido à falta de estudos. A planta seca pode produzir dermatite de contato, e, portanto deve-se manipular com luvas de borracha. Não se deve administrar óleo essencial por via interna para menores de seis anos de idade, pacientes com epilepsia, doença de Parkinson ou outras enfermidades neurológicas. Não aplicar topicamente para crianças menores de dois anos ou a pessoas com alergias respiratórias.
Dosagem e Modo de Usar:
• Uso Interno:
- Infusão: Uma colher de sobremesa por xícara, uma xícara depois das refeições;
- Extrato Fluido (1:1): 15-30 gotas, duas a três vezes ao dia, antes das refeições;
- Pó: 1-3 gramas ao dia.
- Homeopatia: T.M.
• Uso Tópico:
- Tintura e Alcoolatura: nas fricções sobre as articulações afetadas.
Referências Bibliográficas:
• PR VADEMECUM DE PRECRIPCIÓN DE PLANTAS MEDICINALES. 3ª edição.
1998.
• ALONSO, J. R. Tratado de Fitomedicina. 1ª edição. Isis Ediciones. Buenos
Aires. 1998 (obra que cita as referências mostradas nos itens Indicações e Ações
Farmacológicas/ Toxicidade e Contra-indicações).
• SOARES, A. D. Dicionário de Medicamentos Homeopáticos. 1ª edição. Santos
Livraria Editora. 2000.
• CAIRO, N. Guia de Medicina Homeopática. 21ª edição. Livraria Teixeira. 1983.
• Segredos e Virtudes das Plantas Medicinais. Reader’s Digest do Brasil. 1ª edição.
1999.
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