Angico

Árvore inerme e de caule liso, chegando a medir até 15 metros de altura, de folhas bipinadas e de folíolos opostos e linerares; suas flores são dispostas em capítulos globosos e geralmente paniculados; o fruto é uma vagem comprida e estreita, coriacea, vernicosa, contraída entre as sementes. A droga vegetal é constituída por sua casca, a qual é descrita pela Pharmacopéia dos Estados Unidos do Brasil 1ª Edição (1926): “A casca de angico apresenta-se em pedaços muito variáveis em comprimento e largura e geralmente com cerca de 4 a 10 mm de espessura. Sua superfície externa é quase lisa, levemente verrucosa, de cor pardacenta e recoberta de placas esbranquiçadas cretáceas, salpicadas de pontoações quase pretas, assemelhando-se um tanto ao epiderma das cobras, donde lhe veio a denominação científica; a sua superfície interna é de cor parda avermelhada e apresenta estrias longitudinais devidas à presença de grossas fibras estreitamente aplicadas umas com as outras. Sobre a secção transversal distingue-se: um periderma pardo-escuro; o parênquima cortical, mais claro e separado em duas camadas de espessura desigual por uma linha branco-amarelada contínua; o líber de cor pardo-avermelhada clara, de estrutura folhada e com finas pontoações pardo-avermelhadas.
Esta casca é impregnada de um suco gomoso, que às vezes aparece na sua superfície sob a forma de parênquima de lágrimas.
A casca do angico é inodora e de sabor adstringente e um tanto amargo.”
Fornece uma madeira avermelhada bastante sura e pesada, próprias para a construção de obras, taboado e carpintaria.
É uma planta melífera: o mel produzido pelas abelhas que se alimentam de suas flores é claro e de boa qualidade.

Nome Científico: Piptadenia colubrina Bentham. Sinonímia: Acacia colubrina Kunth; Mimosa colubrina Vell; Anadenanthera colubrina.

Nome Popular: Angico, Angico Branco, Cambuí-angico, Paricá e Cambuí, no Brasil; Horko-cebil, na Argentina; Cebil, Huilca e Vilca, em espanhol e em inglês.

Família Botânica: Leguminosae.

Parte Utilizada: Casca e goma.

Princípios Ativos: A casca do Angico possui: Taninos; matérias resinosas e mucilaginosas. Já a goma é constituída pela Angicose (açúcar); por Matérias Mucilaginosas e Pépticas.

Indicações e Ações Farmacológicas: Sua casca é indicada na inapetência, no raquitismo, nas hemorragias uterinas, sendo empregado na dismenorréia, metrorragias e hemorragias em geral. Externamente, o decocto é usado no tratamento da leucorréia, em irrigações vaginais e a tintura em contusões.
A goma é empregada nas afecções respiratórias, tais como: tosse, bronquites, asma e faringites, além de fornecer uma goma sucedânea da Goma Arábica, que é um polímero muito utilizado em indústrias bem como em formas farmacêuticas manipuladas em farmácias de manipulação.
A casca de Angico é um tônico amargo, depurativo, hemostático e adstringente. Já a goma de Angico possui ação emoliente e ativando e facilitando e expectoração.

Toxicidade/Contra-indicações: Não há referências na literatura consultada.

Dosagem e Modo de Usar:
• Cascas:
- Infuso ou Decocto a 5%: de 50 a 200 cc por dia;
- Tintura: de 10 a 50 ml por dia;
- Extrato Fluido: de 2 a 10 ml por dia;
- Xarope: de 20 a 100 ml por dia.

• Goma:
- Soluto concentrado para xarope: de 2 a 10 ml por dia.

Referências Bibliográficas:
• ALBINO, R. Pharmacopéia dos Estados Unidos do Brasil. 1ª edição. 1926.

• CORRÊA, M. P. Dicionário das Plantas Úteis do Brasil. IBDF. 1984.

• COIMBRA, R. Manual de Fitoterapia. 2ª edição. 1994.