Planta subarbustiva e espontânea na região mediterrânea e na Ásia Ocidental e Central, a Arruda é descrita pela Pharmacopéia dos Estados Unidos do Brasil 1ª Edição (1926): “O caule da arruda, de ½ a 1 m de altura, é ramificado, guarnecido de folhas alternas, pecioladas, espessas, glabras, fôscas, de cor verde um tanto glauca, pontoadas de glândulas translúcidas, e que medem de 10 a 15 cm de comprimento por 5 a 7 cm de largura. As folhas inferiores são tripinnatipartidas, as superiores bi-pinnatipartidas e as que se avizinham das flores são simples; os segmentos são obovais ou espatulados, arredondados no vértice ou emarginados, de 1 a 2 cm de comprimento, inteiros ou crenulados nos bordos. Pela dessecação estas folhas tornam-se acinzentadas. As flores, agrupadas em cimeiras terminais, são amarelo-esverdeadas, tetrâmeras ou pentâmeras, diplostemonas.
A arruda tem cheiro forte, desagradável e fétido e sabor aromático e amargo.”
A superstição popular atribui aos ramos de Arruda o poder de afastar o azar e o mal-olhado.
Nome Científico: Ruta graveolens L. Sinonímia: Ruta hortensis Mill.
Observação: O nome Arruda é comum também à espécie Ruta chalepensis L. Sinonímia: Ruta bracteosa DC.
Nome Popular: Arruda, Arruda Comum, Arruda-dos-jardins, Arruda-fedorenta e Ruta, no Brasil; Ruda, em espanhol; Ruta, na Itália; Rue e Herbe of Grace, em inglês; Rue des Jardins e Herbe de Grâce, na França; Raute, na Alemanha.
Denominação Homeopática: RUTA.
Família Botânica: Rutaceae.
Parte Utilizada: Caule, folha e flor.
Princípios Ativos: Óleo Essencial, rico em metilnonilcetona, monoterpenos (alfa e beta pineno e limoneno), ésteres (acetatos de 2-nonilo e 2-undeiclo); Furanocumarinas: psoraleno, bergapteno, umbeliferona, escopoletina, pangelina e xantotoxina; Alcalóides: arborinina, rutamina, graveolina e graveolinina; Taninos; Flavonóides: rutina (rutosídeo) e quercetina
Indicações e Ações Farmacológicas: A Arruda é indicada na insuficiência venosa: varizes e hemorróidas; nas afecções do trato gastointestinal: gastrite, úlceras gastroduodenais e espasmos gastrointestinais. Externamente é indicada nas inflamações osteoarticulares, eczemas e psoríase.
A rutina exerce ações vasoprotetoras ao atuar sobre a resistência periférica e a permeabilidade capilar.
Também já foi demonstrado que a rutina possui um efeito inibitório na formação de tumores na pele de ratos (Van Duren B. et al, 1971).
As furanocumarinas possuem pigmentantes úteis nos casos de vitiligo e psoríase. É sabido que determinadas cumarinas exercem uma ação anticoagulantes e imunomoduladoras, através da absorção da luz ultravioleta. Desta forma o 8-metoxi-psoraleno, existente na Arruda, exposto à radiações de determinados comprimentos de onda, tem-se mostrado ser uma substância fotoativa útil no tratamento de linfomas cutâneos de linfócitos T, conhecido como Síndrome de Sezary e certos tipos de leucemias.
O óleo essencial promove efeito antiespasmódico, antiparasitário, anticonvulsivante e bacteriostático. Os alcalóides juntamente com o óleo essencial apresentam uma marcada atividade espasmolítica sobre os músculos lisos.
Em outros estudos, alguns componentes da Arruda exercem uma ação bloqueadora dos canais de potássio, o que abre a possibilidade para uma eventual indicação no tratamento da esclerose múltipla.
Toxicidade/Contra-indicações: A planta fresca assim como a essência podem gerar fotodermatites de contato, especialmente pela presença do bergapteno e das furanocumarinas.
Um quadro de intoxicação por Arruda pode ser descrito da seguinte forma: gastroenterite, tumefação da língua e faringe, excitação seguida de abatimento, vertigens, confusão mental, tremores, convulsões, metrorragias, nefrite, lesões hepáticas e do intestino delgado, incluindo morte por depressão cardiorespiratória (Mulet, 1997).
É contra-indicado o uso na gravidez (é abortivo), na lactância, para crianças menores que 6 anos, pacientes com gastrite, úlceras gastroduodenais, síndrome do cólon irritável, doença de Crohn, hepatopatias, doença de Parkinson e epilepsia. Não aplicar topicamente em crianças pequenas e nem em pessoas com alergias respiratórias ou hipersensibilidade ao óleo essencial.
Dosagem e Modo de Usar:
• Uso Interno:
- Infusão (a 1%): Tomar uma ou duas xícaras ao dia;
- Pó: 250 a 500 mg por dia, em cápsulas de 50 gramas;
- Extrato Fluido (1:1): 10-30 gotas, uma a três vezes ao dia;
- Tintura (1:10): 30-50 gotas, duas ou três vezes ao dia.
• Uso Externo:
- Infusão: 2 a 5 g/l, aplicada sob a forma de compressa.
Referências Bibliográficas:
• PR VADEMECUM DE PRECRIPCIÓN DE PLANTAS MEDICINALES. 3ª
edição. 1998.
• ALBINO, R. Pharmacopéia dos Estados Unidos do Brasil. 1ª edição. 1926.
• CORRÊA, M. P. Dicionário das Plantas Úteis do Brasil. IBDF. 1984.
• SCHAWENBERG, P.; PARIS, F. Guia de las Plantas Medicinales. Omega.
1980.
• SOARES, A. D. Dicionário de Medicamentos Homeopáticos. 1ª edição. Santos
Livraria Editora. 2000.
4 comentários:
O QUE FAZER EM CASO DE INTOXICAÇÃO ESTOU APRESENTANDO ESTES SINAIS , FALTA de ar abatimento vertigem vomito epigastralgia ?
o que devo tomar o que devo fazer ?
Como cultivar essa planta? Ela morre fácil.
Procure no Facebook grupo terra boa cultivo natural, Dirce Pereira poderá te ajudar
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