Planta herbácea bienal ou plurianual de caule estriado, a Alcarávia chega a medir até um metro de altura. Possui raiz fusiforme e aromática; folhas recortadas em lacínias estreitas, sendo as inferiores pecioladas e as superiores sésseis; flores brancas dispostas em umbelas compostas e longo-pendunculadas.
O fruto, constituinte da droga vegetal, é ovóide, acastanhado e encontra-se nas umbelas, muito frágeis na maturação, motivo pelo qual raras vezes aparecem ainda unidos pelos ramos bifurcados dos carpóforos. A grandeza dos aquênios é variável, de 3 a 7 mm de comprimento por 1 a 2 mm de espessura, um pouco arqueados, atenuados para as duas extremidades; cheiro e sabor muito agradáveis, aromáticos e característicos. As falsificações são possíveis com diversos frutos de outras espécies da família das Umbelíferas.
A essência de Alacarávia, líquido incolor, muito fluido, com o cheiro da origem e sabor aromático, extrai-se dos frutos esmagados em alambiques industriais, pelo vapor de água sobreaquecido. Fica amarelada quando exposta à luz e ao ar. Esta essência, assim como os frutos que lhe dão origem, também pode ser falsificada.
É originária da Europa e cultivada em todo o país.
Nome Científico: Carum carvi L. Sinonímia: Bunium carvi Bieb.; Carum aromaticum Salisb.; Aegopodium carum Wibel.; Apium carvi Crantz; Carum decussatum Gilib.; Carum officinale S.F.Gray; Carvi caesalpini Tourn.; Carvi officinarum Bauh.; Cuminum pratense Bauh.; Foeniculum carvi Link; Pimpinella involucrata Jan ex DC.
Nome Popular: Alcarávia, Alcarovia, Cherivia, Cominho dos Prados, Cominho Romano, Cominho Armeno e Alquirivia, no Brasil e em Portugal; Alcaravea, Alcarovea, Alcarahuyea e Comino de Prado, em espanhol.; Cumino Tedesco e Carvi, na Itália; Caraway, em inglês; Cumin des Près, na França; Feldkümmel, na Alemanha.
Denominação Homeopática: CARUM CARVI.
Família Botânica: Umbelliferae.
Parte Utilizada: Fruto.
Princípios Ativos: Óleo Essencial: rico em carvona (50-60%), dihidrocarvona, carveol, dihidrocarveol, limoneno, e -pineno, sabineno e anetofurano; Lipídeos: ácidos olêico e
petroselínico; Flavonóides: derivados do kenferol e do quercetol; Carboidratos; Ácido Cafêico.
Indicações e Ações Farmacológicas: Esta planta é indicada na falta de apetite, flatulência, síndrome de Roemheld, espasmos gastrointestinais, dispepsias hiposecretoras, gastroenterites, bronquite e enfisema. No uso tópico é indicada no tratamento de dermatomicoses, ulcerações dérmicas, limpeza de feridas e queimaduras.
Em Perfumaria os perfumes adotam notas anizadas.
O óleo essencial da Alacarávia possui propriedades antiespasmódicas, antiflatulentas, eupépticas, aperitivas, mucolíticas, galactogogas e larvicidas (Schauenberg P. E Paris F., 1980; Arteche Garcia A. e col., 1994; Peris J. et al., 1995).
A carvona é responsável pelo seu odor característico, sendo portanto utilizado como aperitivo.
O anetofurano e o limoneno, constituintes do óleo essencial da Alacarávia, demonstraram interessante atividade quimiopreventiva em animais. A combinação de óleo de Alcarávia (50 mg) e Menta (90 mg), administrados em cápsulas com revestimento entérico 3 vezes ao dia, mostrou-se excelentes resultados contra as dispepsias e casos de cólon irritável, de acordo com um estudo duplo-cego realizado na Alemanha sobre 45 pacientes (May B. et al; 1996). .
Toxicidade/Contra-indicações: O óleo essencial em doses elevadas é convulsivante e abortivo.
É contra-indicado o uso em indivíduos que sofram de dispepsias hiposecretoras, de obstrução das vias biliares; pacientes com hipersensibilidade a alguma umbelífera; na gravidez; na lactação; em crianças menores que 10 anos; topicamente, em indivíduos com hipersensibilidade a óleos essenciais ou em pessoas com alergias respiratórias.
Dosagem e Modo de Usar:
• Uso Interno:
- Extrato Fluido (1:1): 20-40 gotas, uma a três vezes ao dia;
- Tintura (1:5): 50-100 gotas, duas a três vezes ao dia;
- Pó: 0,5 a 2 gramas/dia, em cápsulas de 500 mg, depois das refeições, usado como condimento.
• Uso Tópico:
- Oleato de Alcarávia.
Referências Bibliográficas:
• Segredos e Virtudes das Plantas Medicinais. Reader’s Digest do Brasil. 1ª edição.
1999.
• CORRÊA, M. P. Dicionário das Plantas Úteis do Brasil. IBDF. 1984.
• PR VADEMECUM DE PRECRIPCIÓN DE PLANTAS MEDICINALES. 3ª
edição. 1998.
• COSTA, A. F. Farmacognosia. Volume 1. Fundação Gulbenkian Calouste.
Lisboa. 1994.
• SOARES, A. D. Dicionário de Medicamentos Homeopáticos. 1ª edição. Santos
Livraria Editora. 2000.
• ALONSO, J. R. Tratado de Fitomedicina. 1ª edição. Isis Ediciones. BuenosAires.
1998 (obra que cita as referências mostradas nos itens Indicações e Ações
Farmacológicas)
2 comentários:
A Alcarávia (Cominho) é componente comum em chás compostos para estimular a produção de leite em mulheres lactentes (ver exemplo de "chá da mamãe" em http://www.rumo.com.br/sistema/ListaProdutos.asp?IDLoja=1767&Y=8914182299410&Det=True&IDProduto=175567&q=CH%C1+MISTO+DA+MAM%C3E; e a descrição de "galactagoga" nas "propriedades medicinais" em http://www.plantamed.com.br/plantaservas/especies/Carum_carvi.htm).
Entretanto, neste artigo, a planta não é recomendada para lactantes.
Porquê e, se isso se confirma, como podem ser vendidos produtos específicos para lacatantes com essa planta no Brasil?
Oi Marson, produrando as caracteristicas desse chá encontrei esse blog e estou com a mesma dúvida.
Será que podemos ter alguma esclarecimento?
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