O Boldo Chileno é um arbusto oriundo dos Andes chilenos e de propriedades bastante conhecidas. A parte de utilidade na terapêutica é a folha, a qual é caracterizada por ser curtamente peciolada, inteira, grossa, coriácea, quebradiça, elíptica ou oval-elíptica, de ápice obtuso e base arredondada e simétrica; mede de 3 a 6 centímetros de comprimento, por 2 a 4 centímetros de largura. O limbo é de cor cinzenta-esverdeada e cinzenta-prateada, mostrando-se algumas vezes, avermelhado. A face superior apresenta pequenas e numerosas protuberâncias, mais claras, em cujo centro acham-se insertos pêlos curtos, simples, bifurcados ou estrelares, o que torna áspera ao tato. A face inferior apresenta raros pêlos e raras protuberâncias. As nervuras são salientes na página inferior e impressas na página superior, sendo as secundárias, geralmente, indivisas até quase a margem, onde se dividem nitidamente. Observada contra a luz, a folha mostra pontuações translúcidas correspondentes às células oleíferas.
Apresenta também flores de coloração branca ou amarela, campanuladas e dispostas em cachos de 5 a 12 flores. O fruto é uma drupa, de cor amarela. É pouco cultivada no Brasil.
Nome Científico: Peumus boldus (L.) Molina. Sinonímia: Peumus fragrans Perc.; Ruizia fragrans Ruiz et Pavan; Boldoa fragrans Gay; Boldus chilensis Schult.
Nome Popular: Boldo Chileno, Boldo, Boldoa-fragrans, Boldo do Chile e Boldu, no Brasil; Boldo, na Itália, na Alemanha, em inglês, na França e em espanhol.
Observação: No Brasil é também chamado de Boldo a planta Coleus barbatus Benth, diferindo-se totalmente do Peumus boldus (Molina) Lyons em relação à sua morfologia e constituição. É indicado para afecções hepáticas popularmente, porém nada ainda foi comprovado.
Denominação Homeopática: BOLDO.
Família Botânica: Monimiaceae.
Parte Utilizada: As folhas.
Princípios Ativos: Alcalóides derivados da aporfina: boldina, isoboldina, laurotetanina e laurolitsina; Óleo Essencial: eucaliptol, cineol, ascaridol, p-cimeno, linalol, eugenol, e terpineol; Flavonóides: ramnetol, isoramnetol; Taninos e Cumarina.
Indicações e Ações Farmacológicas: O Boldo Chileno é indicado para cálculos biliares, cistite, reumatismo, como estimulante da digestão, e principalmente no tratamento da colelitíase com dor.
Possui ação colerética a qual é atribuída aos alcalóides, principalmente a boldina. Estudos demonstraram que a boldina possui efeito relaxante sobre o íleo do rato, interferindo no mecanismo colinérgico associado à contração.
A ação diurética observada é caracterizada por uma irritação promovida pelo terpineol, presente no óleo essencial.
Antigamente o óleo essencial do Boldo Chileno era indicado como vermífugo devido à alta concentração de ascaridol presente. Porém hoje, devido a presença de um considerável número de agentes anti-helmínticos de baixa toxicidade, esta indicação foi deixada de lado.
Atribui-se aos flavonóides atividade espasmolítica. Ativa a secreção salivar e do suco gástrico, utilizado em casos de hiperacidez e dispepsias.
Toxicidade/Contra-indicações: Não se deve administar ao uso interno o óleo essencial devido a presença do ascaridol (a essência, a partir de 300 mg pode provocar vômitos, diarréias, além de causar irritação renal e em doses mais elevadas podem produzir um efeito narcótico e convulsivante).
É contra-indicado na gravidez, na lactância e para portadores de doenças renais.
Dosagem e Modo de Usar:
• Uso Interno:
- Infusão: 60-200 mg das folhas, três vezes ao dia;
- Extrato Seco (5:1): 50-100 mg/dose, duas a três vezes ao dia;
- Extrato Fluido (1:1): 10 a 215 gotas, três vezes ao dia, antes das refeições;
- Tintura (1:5): 25 a 50 gotas, trinta minutos antes das refeições.
Referências Bibliográficas:
• PR VADEMECUM DE PRECRIPCIÓN DE PLANTAS MEDICINALES. 3ª
edição. 1998.
• OLIVEIRA, F.; AKISUE, G.; AKISUE, M. K. Farmacognosia. 1ª edição.
1996.
• Revista Racine. Março/Abril. 1998.
• TESKE, M.; TRENTINI, A. M. Herbarium Compêndio de Fitoterapia.
Herbarium. Curitiba. 1994.
• SOARES, A. D. Dicionário de Medicamentos Homeopáticos. 1ª edição. Santos
Livraria Editora. 2000.
Nenhum comentário:
Postar um comentário