Assa Fétida

A Assa Fétida é uma goma-resina constituída pelo látex, dessecado e extraído por incisão dos rizomas e raízes diversas principal¬mente da Ferula asa-foetida L., Ferula narthex Boissier e da Ferula foetida (Bunge) Regel. Segundo a Pharmacopeia dos Estados Unidos do Brasil 1ª Edição (1926), a Assa Fétida é descrita da seguinte maneira: “Esta droga apresenta-se sob a forma de lágrimas de cor pardo amarelada, de tamanho variável, isoladas ou aglomeradas, às vezes engastadas em uma massa resinosa vermelho parda, de consistência mais ou menos sólida. A fratura das lágrimas é a princípio branca, opalina, de aspecto porcelânico, tornando-se depois avermelhada e finalmente parda. A assa fétida amolece com o calor, exala cheiro fétido, aliáceo, persistente e tem sabor acre e um pouco amargo.
1 g de assa fétida, sendo triturado com 3 cm3 de água, dá uma emulsão esbranquiçada, que, por adição de algumas gotas de amônia, se torna amarela.
Em contato com o ácido sulfúrico, a assa fétida colore-se passageiramente de verde malaquita ou de verde amarelado, passando a pardo amarelado. Uma lágrima de assa fétida, sendo aquecida com ácido sulfúrico, dá um líquido pardo avermelhado, que, decantado, diluído com bastante água destilada e filtrado, mostra após supersaturação pela amônia forte fluorescência azul. Um soluto alcóolico de assa fétida dá, com um soluto alcóolico de acetato de chumbo, precipitado branco.
0,1 g de assa fétida dá por microsublimação ácido ferúlico, que, sendo aqeucido com algumas gotas de soluto de permanganato de potássio, exala cheiro de vanilina.
10 cm3 de um soluto alcóolico de assa fétida, sendo adicionados de algumas gotas de soluto de phloroglucinol e de algumas gotas de ácido clorídrico, adquierem cor vermelho cereja.
Adicionando-se a 3 gotas de um soluto alcóolico de assa fétida uma mistura de 3 gotas de ácido sulfúrico concentrado com 1 cm3 de ácido acético cristalizável, obtém-se coloração verde azulada, cuja intensidade varia com o cheiro da droga.”
Nome Científico: Ferula asa-foetida L. Sinonímia: Asa foetida Bauh.; Ferula asa foetida Spreng; Ferula foetida St.-Lag.; Peucedanum asa-foetida Baill.; Peucedanum hooshe Baill.; Scorodosma assa-foetida H.Karst.; Scorodosma foetidum Bunge.

Nome Popular: Assa Fétida, em português; Asant, Steckenkraut, Stinkasant e Teufelsdreck, na Alemanha; Asa Fétida, Estiércol del Diabolo e Férula Pérsica, em espanhol; Ase Fétide, Férule Ase Fétide, Férule de Perse e Férule Fétide, na França; Duivels Drek, na Holanda; Assafetida e Devil’s Dung, em inglês; Assa Fetida, na Itália.

Denominação Homeopática: ASA FOETIDA.

Família Botânica: Umbelliferae.

Parte Utilizada: Resina e pó.

Princípios Ativos: Óleo Essencial (6-17%): 2-butil-1propenil dissulfito e 1-(1-metiltiopropil)-1propenil dissulfito; Resina: cumarinas sesquieterpênicas, especialmente os farnesiferóis A, B e C, as asacumarinas A e B, derivadas da umbeliferona, o ácido ferúlico e o asaresinotanol; Goma: polissacarídeos, contendo arabinose, ácido glicurônico, galactose e ramnose.

Indicações e Ações Farmacológicas: A Assa Fétida flatulência e cólicas; no cólon irritável; na bronquite crônica, na asma, nas neuroses. Popularmente é um remédio para a epilepsia. Em Homeopatia é usada para pessoas fracas e nervosas, histéricas e grande acúmulo de gases no estômago.
A Assa Fétida possui ação carminativa, antiespasmódica e expectorante.
O óleo essencial exerce uma ação carminiativa, que depois da absorção é eliminado através dos pulmões, estimulando a expectoração.
O persistente e desagradável sabor e odor da Assa Fétida apresenta um efeito psicológico em alguns tipos de neuroses.
Alguns autores consideram-na emenagoga e anti-helmíntica.

Toxicidade/Contra-indicações: Os efeitos adversos são raros. É contra-indicado o uso para crianças com cólicas. Uma investigação mostrou que a Assa Fétida exerce um efeito oxidativo sobre a hemoglobina fetal, porém nada ocorre com a hemoglobina de adulto.

Dosagem e Modo de Usar:
• Tintura (1:5, 70% de etanol): 2-4 ml, três vezes ao dia;
• Goma-resina: 0,3-1 grama, em forma farmacêutica adequada, três vezes ao dia.
• Homeopatia: 3ª., 6ª., 12ª., 30ª. e 200ª.

Referências Bibliográficas:
• ALBINO, R. Pharmacopéia dos Estados Unidos do Brasil. 1ª edição. 1926.

• CAIRO, N. Guia de Medicina Homeopática. 1983.

• BRITISH HERBAL COMPENDIUM. Volume 1; BHMA; 1992.

• SOARES, A. D. Dicionário de Medicamentos Homeopáticos. 1ª edição. Santos
Livraria Editora. 2000.

• COIMBRA, R. Manual de Fitoterapia. 2ª edição. Cejup. 1994